28 de janeiro de 2011

A SOBERANIA DA MORTE

A morte é soberana,
orgulhosa,
prepotente!

Diante dela,
melhor curvar-se
resignado
ou inconformado.

Melhor rezar,
encharcar-se de lágrimas
e mergulhar no silêncio...

24 de janeiro de 2011

PAUSA E SONHOS

Fiz uma pausa nas postagens. Não que o quisesse, mas por força de algumas circunstâncias.
A vida nos traz tantas mudanças, desvios, fatos novos, problemas...
De certa forma isso é muto bom: saimos da mesmice, enfrentamos novos desafios.
Viajei muito ultimamente. Nada tenho feito de tão importante que não seja viajar.
Isso me faz ir ao encontro de mim mesma. Cada vez mais conheço e enfrento a minha solidão,
os meus abismos. E cada vez mais eu os aceito e compreendo. Somos, na verdade, muito sozinhos e, enquanto não aprendermos a apreciar o silêncio e a solitude, não somos livres.
Experimentei ficar bastante tempo me espreitando, ouvindo a música suave dos meus anseios, dos meus sonhos, das minhas lembranças, boas e ruins.
E volto agora, para tentar retomar o leme deste barco.
Hoje, lendo Fernando Pessoa, me senti mais rica, porque em suas palavras eu me encontro.
Ando tendo uns sonhos tão grandes, tão longínquos, tão inconsequentes...
Agora por último sonhei que eu deveria fazer o casamento dos meus cinco filhos, ao mesmo tempo. Todos já constituiram família há muitos anos, mas nunca se casaram ou trocaram alianças. Então pensei: vou organizar o principal, depois conto a novidade a eles e todos vão ficar surpresos e felizes. Não que casamento formal ou legal fosse tão imprescindível para mim. Mas achei que seria muito bonito fazer uma cerimônia em que todos eles recebessem uma bênção nupcial, numa festa. Adoro festas. Fiz pesquisa de salões de festas, de bufets, de ornamentação, de gráficas, etc.
Sabe o que aconteceu? Alguns se negaram, outros fizeram pouco caso, outros gostaram da idéia, outros me acharam doida (como se isso fosse novidade!).
Fiquei desapontada, mas eu estou errada. Não posso sonhar e querer realizar sonhos que não sejam os meus. Não posso incluir nos meus sonhos decisões ou vontades de outras pessoas. Tenho de respeitar a opinião alheia. Aprendi isso. Sempre é tempo de aprender algo.
Mas, voltando ao Fernando Pessoa, vejam o que li hoje:
"Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala, sem lhes dizer nada."