29 de julho de 2008

VOLTA DAS FÉRIAS

Ufa! Depois de mais de 25 dias de férias, eis-me de volta a minha casa. Cansada, com a coluna sobrecarregada de tanto arrastar malas com roupas e com as lembranças para os filhos, netos, amigos...
Hora de fazer o balanço da viagem, avaliar os gastos, os sonhos realizados, as gafes nos países distantes, as brincadeiras, os novos amigos.
Sou uma eterna viandante. Quando digo que não finco raízes, não quero dizer que não me prendo às pessoas que quero bem. É que não sei ficar sem vislumbrar novos horizontes.
Viajar é como ser outra, é como exercitar novos papéis, pisar em novos palcos do teatro da vida.
Vale a pena, gente! Como vale a pena. Viajar, para mim, é como investir na minha própria bolsa de valores.
Fui a Londres (pela primeira vez), voltei a Paris, Madri e Lisboa. Procurava sempre abrir meu largo sorriso, arranhar uma ou duas palavras em ingês ou francês, acrescentar outras em português e espanhol e lá ia eu, abrindo caminho, conseguindo chegar onde eu queria, fazer o que queria, comer o que queria.
Não tenho vergonha de arriscar. É claro que eu deveria falar inglês, pelo menos, para não fazer feio. Mas, não fazer feio para quem? Para os cidadãos dos outros países, que quando vêm ao Brasil são tratados como reis e aqui compram tudo a preço de bananas?
Não, temos de nos valorizar também. Que se esforcem para me receber bem, mesmo que eu não fale a língua deles, ora bolas!
Afinal de contas estou lá fazendo turismo, prestigiando sua terra, levando euros ou libras que comprei com sacrifício, com o meu suor.
Que me critique quem quiser. Não vou, a esta altura da minha vida, me matricular em curso de inglês. O tempo que vou gastar com curso, uso para viajar de novo.
E está acabado.
Em Paris, fui a uma perfumaria imensa, a Sephora, decidida a comprar um batom. Fácil, já que estavam todos expostos, com os respectivos preços. Era só pegar e levar ao Caixa.
Para minha tristeza, chega um vendedor e me fulmina com perguntas no seu francês perfeito.
Olhei para ele com tristeza. Então ele volta a me interpelar em francês.
Desolada, olhei para ele e disse: ô criatura, não faz isso comigo não! Estou aqui queitinha escolhendo meu batom. Não fala comigo em francês porque fico nervosa...
Então ele me deu um grande sorriso, abriu os braços e disse: que bom, uma brasileira! Muito legal conversar com alguém da minha terra! Estou aqui há 17 anos e fico muito feliz de atender conterrâneos meus! Pronto, ficamos amigos. Ele me mostrou a loja toda. Parecíamos irmãos, o Edson e eu.
Viram? É assim que faço, somos seres humanos e existe algo em nós que nos aproxima, mesmo que falemos idiomas diferentes.
É claro que não funciona com todo mundo. Há pessoas que ironizam, que lhe tratam mal lá fora, que riem de você, mas faz parte do pacote. É normal.

Em Londres foi engraçado. Vislumbrei ao longe a placa Post Office, eu já sabia que eram os Correios de lá. Queria enviar um postal para uma amiga. Fui caminhando em direção à placa. Entrei na loja e, apontando o cartão postal, disse ao rapaz:
Please, quero mandar esse card para o Brasil!
Ele me olhou de um jeito estranho e disse: What?
Então repeti: Please, quero enviar esse card para o Brasil.
Ele começou a rir e a dialogar em inglês com os outros funcionários.
Quando percebi, estavam todos rindo de mim. A princípio, não entendi.
Depois, dei uma olhada à minha volta e vi os balcões cheios de celulares, de todos os tipos e modelos.
Entendi que havia entrado na porta errada, pois os Correios eram ao lado.
Eles continuavam a enrolar a língua e a rir de mim.
Fui saindo de fininho, mas não queria levar pra casa o desaforo.
Então, rindo também, apontei o dedo para eles e disse:
Podem rir, mas quando vocês forem ao Brasil, vocês vão se..... .
Eles não entenderam nada. Mas saí me sintindo vingada, com o palavrão fora da garganta.

1 de julho de 2008

TERRA À VISTA

Gente, sou só ansiedade. Daqui a poucos dias vou à Europa.
Feliz, faço planos e me organizo para ter uma boa viagem , sem muitos contratempos.
Mas é lógico que eles podem surgir.
Precisamos estar preparados para superá-los e não deixar que nada nos tire o prazer da busca,
o encanto de novas descobertas.
Então me lembrei de trecho de um poema que fiz (não me lembro o nome) que diz assim:

Meus sonhos são tão lindos
e brancos como gaivotas.
Ninguém imagina
a quantas vôo.