24 de fevereiro de 2013

TRISTEZA E SAUDADE

Hoje amanheci bem, feliz. Fiz o café e pus a mesa. Sempre com louças para mais pessoas. Que sempre chegam. Meu vizinho e amigo Toninho anunciou, pelo toque da campainha, que o aconchego e a alegria iriam entrar. Sim, porque sua presença é um verdadeiro presente. E mais: ele soma seu ânimo com o meu e traz um pouco mais de luz para a minha alma, que também é luminosa. Quando afirmo isso, não estou sendo vaidosa, apenas quero dizer que estou sempre feliz. Sinto-me mesmo abastada porque a vida me dá muito e coloca em meu rosto esse sorriso constante. Me cobre de colheitas maiores do que o meu plantio. Deus é gentil e generoso comigo, porque me concede bênçãos mais abundantes do que as que mereço
O Toninho se foi. Levou sua bondade, sua luz, mas não me deixou no escuro. Eu estava feliz. Fui ver alguns netos, que não estavam em casa ou que ainda dormiam. Voltei para casa ainda feliz. Tudo estava bem.
Não sei como e  porque começou... Fui me sentindo triste. Uma lacuna no coração. Como se não fosse por mim, mas por toda a humanidade. Pelos que sofrem o que não sofro. Pelos que tem tão pouco... Pelos injustiçados, pelos que não têm força para gritar pelo que precisam, merecem. Chorei muito. Aquele choro que não passa, que a gente nem sabe direito porque é tão intenso. A tristeza era também por mim, reconheço! De repente me tornei uma criança que necessita de colo, sentindo uma profunda sensação de desamparo.
Sentei-me na poltrona. Olhei para meus joelhos descobertos pela bermuda e neles eu reconheci os joelhos de minha mãe. Quando minha mãe se foi era ainda tão cedo... Acho que tinha poucos anos mais do que tenho hoje. Ela se foi tão depressa, como se não precisássemos mais dela. Acho que as mães são mesmo assim. Pensam que os filhos já receberam todo o carinho que precisavam. Que já estão preenchidos. Ledo engano! Eu não tinha meu coração preenchido por todo o amor que eu necessitava dela. Abracei-a, hoje percebo, muito menos do que deveria. Aconcheguei-me em seu colo muito menos do que poderia
Continuei chorando, como estou agora, quando escrevo. Preciso parar, ter caridade e carinho comigo também. Estou me entregando a esta saudade forte que sinto da minha mãe! Tão forte que parece me aniquilar. Sei que vai passar. Vou continuar amando-a e sentindo saudade, mas amanhã não sentirei doer meu coração,  como agora. Porque também sou racional. Porque lá fora estão os meus filhos e netos. Estão os meus irmãos e amigos. Todos os que amo e que também me amam.
Quanto a eles,  quero dar-lhes muito amor! E abraços e beijos e aconchego e colo, de modo que fiquem totalmente preenchidos.  De modo que nem sintam a minha ausência, quando eu me for. Que nem sintam algum dia essa dor tão latente da saudade. Que quase sangra.


15 de fevereiro de 2013

HUUUMMM! FRITADA DE CAMARÃO

Gente, é muito bom receber os amigos para um encontro agradável! Então, nada melhor do que preparar algo  delicioso, caso todos os convidados apreciem camarão.
Esta receita foi publicada na revista Cláudia, de janeiro de 2013. É muito saboroso o prato. Vejam como é fácil prepará-lo:
"FRITADA DE CAMARÃO
Pronto em 30 minutos
500 gramas de camarão limpo 
sal a gosto
3 colheres (sopa) de suco de limão
2 cebolas médias picadas
3 dentes de alho picados
1/4 de xícara de azeite
2 tomates picados
1 colher (sopa) de coentro picado
1 colher (chá) de molho de pimenta
4 ovos (claras separadas das gemas)
1 colher (chá) de fermento
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
Azeite para untar

Em uma tigela, tempere o camarão com sal e o suco de limão. Reserve. Em uma panela, refogue a cebola e o alho no azeite até ficarem ligeiramente dourados.
Junte o tomate, o coentro, o camarão temperado e o molho de pimenta.
Cozinhe por cinco minutos mexendo sempre. Desligue o fogo e reserve.
Na batedeira, bata as claras em neve até formarem picos firmes. Adicione as gemas e bata por mais dois minutos.
Desligue a batedeira, junte o fermento e a farinha de trigo mexendo delicadamente até incorporá-los aos ovos. Reserve.
Unte com azeite uma fôrma refratária. Disponha o camarão e cubra com a mistura da batedeira.
Leve ao forno preaquecido a 200ºC por cinco minutos ou até que a superfície fique dourada e sirva. 
Rende 4 porções."
Bom apetite!

TUA VOZ

É de autoria de Themer Bastos, professor, tradutor e escritor, em ÁRVORE DO CERRADO, este poema que fala de amor e de lembranças que não morrem:

"TUA VOZ
Tua voz é a mesma,
aquele abraço saudoso,
aquele olhar que mata
e eu, pra viver, me questiono.

até quando será assim?
será que isso fará parte
do que um dia terá fim,
ou se espalhará na tal eternidade?

não, já repeti em todos os tons.
não, já tentei me convencer.
não, já me repetiu a razão.
não, já murmurei num sorriso.

fujo na distância, na razão e na negação
do fantasma que vaga em meu coração.

já peguei outros trens,
destinos e desatinos diversos,
mas, quando tento desembarcar,
é em tua estação que teimo em estar."

8 de fevereiro de 2013

ANTIGO SONHO

Sonhar e lutar para realizar sonhos é uma das mais significativas e lúcidas atitudes, na minha opinião. Senão,  temos menos estímulo, menos. Senão, ficamos tão sem horizontes... Senão,  ficamos sem um caminho bonito, pelo qual se quer trilhar. Juro, não sei viver sem lutar para realizar meus projetos.
Desde 2004 embalo um sonho transcrito no papel. Dobrado, de modo a adequar-se aos meus braços que o ninam desde então, assim como se faz com uma criança amada: a minha casinha de Pirenópolis. Lá, onde não sou "amiga do Rei", mas onde pretendo conquistar novos amigos, sossegar meu cansaço e matar minha sede de quietude e solidão, entre os frutos e as flores que plantarei. 
Um espaço pequeno e aconchegante, com sombra e água fresca, com as portas sempre abertas para os que quero bem.
Lutei muito para chegar a esse início que vocês estão vendo na foto acima. Desde 2004,  guardo objetos e peças que eu sabia, um dia  enfeitariam a minha casinha branca.
Chorei, aquietei-me, mas persisti e agora em 2013 vejo minha nova criança engatinhando.
A propósito, vai um texto do poeta mineiro José Carlos Pereira Peliano que, num trabalho maravilhoso em conjunto com o fotógrafo carioca Roberto Castelo, (fotografia de dezenas de janelas das casas de Pirenópolis),   lançaram em 1996 o livro Os Pirineus e os Outros Eus:
VITRAIS  
Atirar toda a dor pela janela,
gritar bem alto à lua por ouvidos,
respirar fundo o ar da noite amarela
e encontrar nas estrelas os sentidos.
Deixar o coração em sentinela
e dos desejos negados e partidos, 
lançar a âncora e baixar a vela
da insone nau por mares esquecidos.
Não voltar atrás um passo sequer,
tempo não mais de jeito nenhum,
somente o que na veia o sangue quer.
Largar os preconceitos, um a um,
e com a paixão que a paixão requer
buscar a sorte sem receio algum.
Tô tão feliz...