17 de junho de 2012

SER FELIZ MESMO SEM MOTIVO



Relendo  um dos últimos livros que comprei, de autoria de Martha Medeiros, elegi um trecho da crônica "Feliz por nada" para postar aqui. Gosto muito desse texto. Inteligente, tema universal - a felicidade. A maioria de nós, acho, só se diz feliz se houver uma razão palpável que justifique esse estado de alma.
Mas vejam o que Marta diz:
"Geralmente, quando uma pessoa exclama "Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada. (...)
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. (...)
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso."

9 de junho de 2012

A MESMA LUA


A lua voltou tão cheia
e envolvente a brilhar,
me dizendo que é a mesma
que um dia me viu te beijar
que um dia te viu me deixar...

6 de junho de 2012

O ANTIGO TEMA: SOLIDÃO


Quem me conhece pessoalmente sabe que gosto muito de conviver com as pessoas. E de conversar, cantar juntos, rir por qualquer bobagem. De tomar um cafezinho envolto em carinho e amizade.

Mas, de vez em quando, preciso estar só. Não quero ser repetitiva, mas é sempre bom frisar essa minha característica nem sempre compreendida. Tem uma parenta minha que se sente ofendida quando digo que acho muito bom estar, às vezes, sozinha. Ela acha que não estou gostando da companhia dela. Fazer o que? Somos e sempre seremos incompreendidos...

Agora à noitinha selecionei um texto do Kalil Gibran sobre o assunto. Vejam a sabedoria de suas palavras:



"A única maneira de justificar os nossos dias é amando e trabalhando com o melhor que existe dentro de nós. Precisamos usar o coração do coração, e ver o mundo com olhos por onde lágrimas - sejam elas de alegria ou tristeza - estejam sempre jorrando.
Eu conheço poetas que nunca se mostram por inteiro, porque têm medo de que os reconheçam, e terminem isolados; eles não gostam disto, porque não conseguem apreciar a própria companhia.
Paradoxalmente, esta solidão é algo que assusta e atrai os homens. Eu, por exemplo, adoro estar só. Quando estou cercado de gente e, mesmo assim consigo reconhecer minha própria solidão, sou capaz de amar todos a minha volta, com muito mais desprendimento.
Mas, na medida em que estas pessoas exigem que eu abandone minha solidão interior - para que elas mesmas não se sintam sozinhas -, a magia deste amor desaparece."


4 de junho de 2012

É MUITO BOM VOLTAR


"Minha gente eu vim de longe
estou aqui cansado e só.
Tenho muito pra contar
de onde vim, por onde andei
das estradas, dos caminhos,
dos lugares que passei...."

O trecho da música que eu estava cantarolando me trouxe a vontade de voltar ao blog.
Sim, voltei, depois de alguns meses de ausência e de muitas experiências vividas, muito cansaço, muitas alegrias, muita esperança...
Mudou meu cotidiano, mudaram alguns hábitos, mudou meu coração, mudou minha visão de vida...
As dificuldades e pedras da estrada nos trazem, também, muita coisa positiva, como eu sempre afirmei, Nada é em vão. Aprendemos muito com tudo que se nos apresenta pelo caminho.
Sofri muito e chorei muito com a doença do meu irmão: uma batalha da qual não se pode descansar, nem desanimar. A minha força tirei da força que Deus imprimiu no nosso coração. A minha esperança sempre renovada tirei mirando o exemplo do próprio Silvano: sempre confiante, esperançoso, sorridente. O tratamento contínuo e a luta contra a leucemia é um processo lento que requer mesmo paciência e esperança. E isso ele tem de sobra. Como eu amo e admiro meu irmão...
Fui a São Paulo e de lá voltei várias vezes. Me armei de coragem e pedi exoneração do meu trabalho. Reorganizei minha vida. Agora sou mais livre ainda. Tenho voado nas asas de aeronaves e nas minhas próprias asas.
Meu irmão teve alta do Hospital Sírio Libanes, em São Paulo e agora prossegue o tratamento na unidade daquele hospital aqui em Brasilia.
Fui a Porto e Lisboa. Passei por Paris. Vi e revi lugares lindos, praças e mares inesquecíveis. Vi rostos e gestos diferentes, outras linguas, outros hábitos, outras culturas.
Agora, aportei em casa, em Brasilia. Ainda acordo assustada a cada manhã, achando que estou atrasada para o trabalho. Aí eu me lembro da nova realidade... tão boa... Então cerro os olhos novamente e aproveito para curtir a cama um pouco mais.
Delícia, delícia... Delícia não é só aquilo. É também isso: ser livre, estar livre. Ai, meu Deus, obrigada por tudo! Como sou feliz!