28 de maio de 2010

PÃO DE QUEIJO (RECEITA DA MINHA MÃE)

O tempo e as minhas constantes mudanças de residência me fizeram perder a receita do pão de queijo da D. Jovem, minha mãezinha que, cansada daqui, mudou-se para outro plano.
Para minha surpresa, meu irmão Silvano conservava com ele a receita e me passou agora.
Copiem e façam. Vale a pena. É bem caseiro.

Verdadeiro Pão de queijo da D. Jovem – Goiânia/GO (1947)

Ingredientes:
1 kg de polvilho doce caipira
900 gramas de queijo minas ralado
500 ml de leite
100 ml de óleo
10 ovos
1 colher de sobremesa de sal
Modo de fazer:Esquentar o leite misturado ao óleo e com o sal até levantar fervura. Misturar o polvilho com o queijo numa bacia grande. Escaldar essa mistura (polvilho e queijo) juntando o leite fervente aos poucos e mexendo com uma colher. Amassar muito bem, acrescentando os ovos aos poucos. Depois enrolar em pequenas bolas e colocar em assadeiras. Se preferir pode congelar. Assar em forno médio, por 55 minutos. Não deixar tostar demais, senão fica muito duro.

27 de maio de 2010

O EFEITO PODEROSO DAS PALAVRAS

Engraçado, eu fiquei agora um tanto surpresa comigo mesma.
Sou fã inveterada de Clarice Lispector e isso todo mundo sabe.
Chego a dizer que eu queria ter sido ela.
Agora, lendo o seu livro Para não Esquecer (que ganhei de presente de aniversário), notei um detalhe sobre a forma mágica e encantadora de Clarisse escrever.
Ela "não retrata coisas, fatos ou estado d'alma. O que pode ser dito de modo claro e inequívoco não é bem o que interessa."
Segundo o Prof. Benilton Bezerra Jr, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, "nas suas mãos, as palavras não são espelho do mundo, ou da alma."
Talvez seja esse o grande abismo que há entre nós duas e o que me atrai. Me faz refletir e tentar interpretar suas palavras e o mistério que há em cada trecho.
Porque eu, tão aquém dela poeticamente falando, vivo escancarando minh'alma de forma a não deixar espaço para interpretações. Então, tiro do leitor o direito de interpretar, de descobrir o mistério? Com certeza não o faço por desrespeito aos que me leem.
É que só sei ser assim. Já tente ter uma linguagem mais sutil, velada e não consigo.
Então vou deixar seguir essa Walnizia que sou: sem mistérios, sem meias verdades, transparente.

24 de maio de 2010

MEU NOVO LIVRO

Tenho sido produtiva, buscando semear meus frutos para que perdurem e sirvam aos meus companheiros de jornada e às gerações futuras.
Tive cinco filhos, maravilhosos e vencedores. Plantei minhas árvores e venho semeando palavras de compreensão, de carinho e solidariedade a todos os que convivem comigo e também aos meus leitores.
Posto o que me sai da alma. Ora repasso palavras de ternura, de amor, de felicidade e de estímulo, ora mostro o meu coração triste e pesado como chumbo.
Sem qualquer receio de críticas ou censura, tento revelar o paradoxo que é o ser humano: cheio de erros e acertos, de dúvidas e contradições.
Só sei ser assim: intensa no amor ou na tristeza: "Prefiro o riso, o raio, o risco, o extremo, a decisão, o vermelho, a paixão."
Hoje estou muito feliz: meu novo filho literário está nascendo: A COR DA MINHA VIDA.
O convite está postado acima. Espero rever meus amigos e leitores no dia do lançamento.
Grata ao meu Deus, por todas as bênçãos que derrama sobre mim e minha família!
Grata aos meus filhos e amigos que tanto me apoiaram!

21 de maio de 2010

ORQUÍDEA

Há flores,
cujo perfume e encanto
são quase permanentes.
Neste momento da minha vida
estou orquídea.
Espero pacientemente
pela nova floração.

18 de maio de 2010

MEU ANIVERSÁRIO

Hoje é o dia do meu aniversário. Poucas pessoas que conheço gostam de anunciá-lo.
Eu, ao contrário, gosto muito. É, realmente, um dia especial em que a minha família e os meus amigos se aproximam mais ainda, para os cumprimentos. Sinto-me hoje uma estrela, uma rainha!
Há neste dia um esbanjamento de carinho, há ternuras espalhadas ao vento e que me envolvem.
Os abraços sinceros e confortadores e os votos de felicidades, ainda que sejam os mesmos de todos os anos, são singulares. Me deixam mais do que feliz: me fazem rica, abastecida de afeto.
Além do mais, sinto-me agraciada por Deus que me permitiu trilhar até agora esses caminhos, no mais das vezes alegres e outras, tristes, mas todos permeados de bênçãos e de Sua presença.
Então, com tanta reserva de amor no meu coração, posso suportar os dissabores do dia a dia e perdoar os que me esqueceram ou desamaram. Os que foram indelicados ou injustos comigo.
E vou seguindo assim, como eu mesma declarei um dia:
"Vou gritar triunfante,
aos cinquenta
ou aos oitenta
que a vida vale a pena
e a qualquer tempo
é tempo de amar
e de ser feliz!"

14 de maio de 2010

DÍVIDA

Leio e releio sempre DARCY FRANÇA DENÓFRIO, uma das maiores poetas brasileiras, ilustre conhecedora de teoria literária e possuidora de grande sensibilidade. Seus textos são densos e suaves, profundos e simples.
O seu poema DÍVIDA, é um dos que mais gosto e trago de presente para vocês:

"Porque ninguém foi ao fundo
de minha alma solitária
visitar-lhe o último segredo;
porque me bateram à porta
sem de fato desejar entrar;
porque beberam o vinho
que eu fabricava e servia
sem, de fato, comigo partilhar;
e, ainda, porque me enganaram
quando mais queria acreditar,
a vida me deve alguma coisa:
não essa matéria de preencher
vazio de vísceras ou labirinto interior
- mas a própria vida."

10 de maio de 2010

PALAVRAS DE ADEUS



Que o silêncio seja eloquente ninguém duvida.
Mas não tem o peso e o valor das palavras.
Num relacionamento,
a ausência gradativa do outro, o distanciamento,
o carinho transformado em mera gentileza
dizem muito.
Mas não são tudo.
Faltam as palavras, mesmo que doam.
A verdade verbalizada,
o diálogo,
esses, sim, são milagrosos,
ajudam a fechar a lacuna
e agem como ungüento que
cicatriza a ferida.
Muitas vezes um adeus é necessário.
Um até qualquer dia é respeitoso.
Mas, quaisquer palavras
ainda que entristeçam, devem ser ditas, partilhadas.
Ajudam o outro a ir ficando longe,
a saudade ir ficando leve,
até que restem apenas lembranças perfumadas e doces,
como a leveza de pássaros,
como a beleza de flores.
como os raios discretos de uma lua minguante.