30 de abril de 2008

PERGUNTAR NÃO OFENDE

Gente, o poeta Silvio Ribeiro de Castro (Livro da Tribo 2008, pág. 333) nos presenteia com o seguinte poema, muito legal:

"Se os deuses não protegem
os mais fracos,
que fiquem neutros, pelo menos.

Por que estão sempre a favor
dos poderosos
contra os pequenos? "

reflexão

A mídia tem noticiado os últimos casos escabrosos de sequestros, torturas e assassinatos de crianças. E nós ficamos perplexos diante de tanta maldade, de tanta frieza com o ser humano, em especial com os pequeninos. Então eu me ponho a refletir sobre as causas dessas atrocidades. Muitas são as opiniões. Cada qual defende o seu ponto de vista. Mas ninguém me convence de que o que falta é amor e respeito no círculo familiar. Será que não há falta diálogo dos pais, avós e tios com os pequeninos? Ontem eu rezava à beira da cama do Théo, meu neto de cinco anos e ele, de mãos postas, repetia minhas palavras. Na cama ao lado, a Lis de apenas três anos me surpreendeu quando me pediu: vovó reza também comigo? Então rezei também com ela a oração do Anjo da Guarda. Não vivo rezando a toda hora nem frequentando igrejas ou cerimônias religiosas, mas acho muito positivo despertar nas crianças, sem pressões, o espírito cristão, a noção de solidariedade e alimentar diálogos que falem do respeito e do amor a si mesmo, à família e ao próximo. É importante lembrá-los que a alegria e a dor que sentimos é a mesma que os outros sentem. Assim começam a não desejar aos outros o que não querem para si mesmos.

23 de abril de 2008

Poemas

Hoje reli algumas pérolas de poetas que enriquecem o Livro da Tribo/2007/2008:

Meu oftalmologista disse
que tenho olhos sensíveis

Fitei-o com ar de poeta.

Leonel Delalana Júnior


IMPOSTOS
Não conte para o governo
que me viu feliz
e bem disposto
ele pode descobrir
que felicidade
não paga imposto

Silvio Ribeiro de Castro

16 de abril de 2008

mudança de casa é também mudança interior

Visitei o apartamento onde vou morar e fiquei matutando sobre o que eu levaria dos meus móveis antigos e onde os colocaria na nova casa. Isso me tirou o sono. Sei que a cada vez que mudo faço também uma tentativa de mudança interior e isso é benéfico. Porque quero ser, cada vez mais, um ser humano melhor. Não posso gastar esta encarnação derramando, ainda, meu veneno sobre as pessoas, sobre a natureza. Preciso me lapidar. Percebo ainda em mim umas coisas feias como a vaidade, o orgulho e a impaciência. E junto com o meu propósito de me purificar veio a decisão de não levar nada do que tenho (que não é muito, mas inclui alguns móveis e objetos de estimação). É assim que quero ir desta vez: nua, desapegada, limpa, para começar do zero. Quero depois, com calma, comprar só o necessário. Tudo claro, límpido como a alma que eu quero de ter.

15 de abril de 2008

Receita de Arroz com amêndoas

Em todas as ocasiões em que a minha família se reúne, inclusive no Natal, eu fico incumbida de fazer o Arroz com amêndoas. Então resolví partilhar com vocês a receita:

INGREDIENTES (Porção para 6 pessoas)
2 copos de arroz
150 gramas de amêndoas
8 dentes de alho fresco picado
1 cebola
6 galhos de salsa
6 talos de cebolinha verde
Azeite
Sal a gosto

MODO DE FAZER
Cozinhe o arroz branco com temperos usuais (alho, cebola e sal) e reserve.
Triture as amêndoas e reserve.
Numa frigideira coloque 3 colheres de azeite para aquecer. Frite o alho, de preferência aquele fresco ou o que é vendido em potes, já cortado e sem sal. Depois que dourar o alho, coloque cebola picada e deixe fritar mais um pouquinho. Coloque sal a gosto. Em seguida misture as amêndoas já trituradas e, por último, a salsa e a cebolinha picadas. Torne a provar o sal e, se necessário, acrescente mais uma pitada.Coloque num pirex uma porção do arroz cozido quente e uma porção do refogado de amêndoas e misture bem. Continue repetindo a operação até temperar todo o arroz. Se quiser, enfeite com azeitonas ou uvas passas sem caroço e cebolinha picada.

13 de abril de 2008

Cavalhadas

Oi, turma, maio vem aí. Não deixem de conferir as Cavalhadas na cidade de Pirenópolis, Goiás. Vale a pena assistir a uma das mais tradicionais festas folclóricas do meu Estado. E aproveitem para curtir a beleza bucólica da cidade e experimentar as iguarias de lá. Ando cada vez mais apaixonada pelo lugar. Depois vou dizer o nome e o endereço do Café que frequento lá, onde se pode apreciar uma boa música ou integrar o grupo dos seresteiros e saborear algumas delícias.

Manias

Engracado (sem cedilha), não encontrei a cedilha no lap-top da minha filha. Fiquei incomodada, insatisfeita e busquei , em vão, usar sinônimos que substituissem os termos que eu queria usar. Então fiquei pensando que a modernidade vai nos tornando, também, pessoas mais egoístas e exigentes, pois como negar que o "nosso" equipamento tornou-se algo indispensável, com o qual nos apegamos, nos damos bem e ficamos em total sintonia? Sentimos a sua falta como se o nosso computador fizesse parte do rol dos nossos objetos imprescindíveis e muito pessoais, como as escovas de dentes e de cabelos, o par de chinelos já gastos, a poltrona à frente da TV, o nosso próprio carro, a almofadinha ou o ursinho de estimacão (sem cedilha) com os quais nos abracamos (sem cedilha). Já não nos conformamos em partilhar objetos e equipamentos, não precisamos dos vizinhos, não gostamos da idéia do transporte solidário. E vamos nos tornando pessoas isoladas, iguais a dezenas ou centenas de pequenas ilhas pertencentes ao mesmo rio (como aquelas mil ilhas do Rio São Lourenco (sem cedilha), no Canadá. É, precisamos lutar contra isso, nos reinventar.

10 de abril de 2008

Nova mudança

Tem coisa melhor ( além de ter saúde e amor) do que viajar e mudar de casa? Pois não tem. Hoje soube que o apartamento onde vou morar já vai ser desocupado domingo próximo. Maravilha! Já estou curtindo. Tudo esquematizado na minha cabeça: comprar tinta, pintar o apartamento, providenciar a mudança em si e tudo o que é preciso para a festa de inauguração. Desta vez vou fazer o que não fiz nas outras 37 mudanças. Até foi a Denise, minha amiga, quem me deu hoje a idéia de colocar uma lista nas lojas. Eu sempre tive muito recato com essas coisas de sobrecarregar os outros. Mas vou deixar uma lista de utensílios que preciso para a casa nova. Já pensou no sucesso? Festa de open house com minha casa suprida com o que lhe falta? Tudo vale a pena se a nossa vida e nosso coração estiverem em festa.

9 de abril de 2008

gracinha de criança

Estou passando uns dias na casa da minha filha enquanto ela e o marido circulam pela Europa. Hoje cedo eu disse à minha neta de três anos: querida, termina de tomar seu leite para irmos para a escola! E ela que sempre gostou de discordar, resmungou baixinho: "se falá não tomo, se não falá eu tomo..." Achei muito engraçado, mas contive o riso. Ah, essas crianças!

Chá das cinco

Oi, turma, ando brincando de ser poetisa. De vez em quando rabisco algo novo que quero partilhar com os amigos.

CHÁ DAS CINCO

As vezes tenho visitas indesejadas.
Quando menos espero,
a tristeza e a saudade
chegam devagar
e de mãos dadas
para o chá das cinco.
Mas nem se demoram.
É que a alegria sempre
me faz um afago
e o sol tem mania
de entrar em minha casa
sem pedir licença.

3 de abril de 2008

Ando tão feliz, tão plena de vida e de viço, como se tivesse trinta anos. Quem dera! Tenho sessenta. Talvez porisso mesmo eu me sinta assim. Se eu tivesse trinta não teria os filhos maravilhosos e os netos lindos que tenho. Não teria os meus amigos, com mais de trinta anos de convivência harmoniosa. E mais: não teria a experiência e sabedoria que só são adquiridas com muitos anos de estrada. Estou muito emocionada hoje, porque meu amigo Ricardo Ribeiro, talentoso músico do Rio de Janeiro (Ricardo Ribeiro & Igreja Invisível) me disse que vai musicar um poema meu. Que glória! O que é a felicidade, senão esses momentos de alegria que vão se somando aos anteriores?

2 de abril de 2008

amor perdido


Era madrugada quando acordei e me lembrei de um grande amor que ficou lá para as bandas de Portugal. No mesmo instante veio, junto com a dor, este poema de estréia, como se já estivesse pronto, guardado no coração. Aí está.



"CORAÇÃO À DERIVA
A minha nau lusitana
deitou-se ao mar.
Por anos a fio
mirei em vão
a linha do horizonte.

O tempo
com seus dedos longos
teceu dores em minh’alma
e apagou as estrelas
que dançavam nos meus olhos.

Meu coração
sem você
ficou à deriva..."