6 de novembro de 2013

PROCESSO DE MUDANÇA

Mudar de casa é muito fácil para mim. Afinal, já me mudei mais de 39 vezes. Mas esta, para Pirenopolis,  tem sido mais difícil e complicada.  Tantas providências, separação de objetos, móveis, livros e muitos outros pertences de estimação... Desde setembro deste ano, quando levei os primeiros objetos, não tenho tido descanso. A cada dez dias vou e volto, reorganizando a casa de lá e também desmontando a de Brasilia (onde terei apenas uma base na casa do meu irmão). E, enquanto isso não se concretiza, trabalho redobrado e despesas nas duas cidades: tributos, taxas, etc. Lá não tenho internet. Daí não ter abastecido este blog. Mas, farei o possível para postar sempre alguma coisa quando tiver oportunidade.
Mas e a mudança interior? E a experiência de emoções novas que surgem e me afetam? Partir traz uma certa tristeza, uma espécie de ruptura com os que ficam. Não é fácil, minha gente, não é fácil ir sozinha para uma cidade onde não se tem ninguém conhecido ou amigo. Tenho sentido pitadas de melancolia por me afastar dos meus filhos (05) e dos meus netos (14) e dos meus irmãos,  parentes e amigos. Não que estaremos nos separando em definitivo. Mas o contato não será mais tão intenso e diário. Fico pensando se tomei a decisão certa, mas desejo muito esta nova experiência. Partir e realizar meu sonho de voltar as minhas raízes goianas.
Pirenopolis. É um mundo novo que se descortina à minha frente! Outras ruas, outros vizinhos, outros amigos, outra cultura, a calma nos gestos e no comportamento das pessoas da cidade do interior... Preciso e quero para mim esse modo desacelerado de viver. Preciso de ter tempo para a contemplação, para a reflexão. Tempo até para travar amizade com a solidão. Já cumpri em Brasilia a minha missão. Trabalhei muito, constituí uma família linda, enterrei os mortos que amei e amo...
Vou-me embora (com parcos recursos na sacola), mas feliz, consciente de que preciso de muito pouco para viver bem.
Lá, conheci pessoas simpáticas que abastecem meu coração de carinho e para quem distribuo amizade e afeto.
Lá, juntei-me a um grupo de seresta das noites de lua cheia, pois cantando, meu coração flutua.
Todas essas novidades me trarão e já me trazem muitas gratificações.
Há uns dez dias, enquanto eu descansava na varanda, imersa numa sensação de paz, fiquei cantarolando uma canção de que gosto muito: Viola no Paletó. Parecia haver um pouco da minha história em alguns dos seus trechos:
"Minha gente, eu vim de longe
estou aqui cansado e só.
Tenho muito pra contar,
do que vi, por onde andei
Das estradas, dos caminhos,
dos lugares que passei.
.....
Trouxe o canto e o desencanto
E um sorriso que consola,
muito amor dentro do peito,
pouca coisa na sacola.
Trouxe o cansaço da vinda
de quem anda a pé e só,
e uma viola sofrida
pendurada no paletó...
............................"

8 de agosto de 2013

MEU POUSO DE RETIRANTE

Sempre afirmei que sou cigana. E Tenho provado que sou, a cada dia que passa. 
Para surpresa de muitos, afirmo que não me sinto presa na casa em que moro e que sou como pássaros que pousam em árvores diferentes.

Pois é. Agora tenho duas casas em lugares diferentes.
Depois de longos anos em que alimento o sonho de criar o "meu cantinho" em Pirenopolis - GO, vejo tudo se tornar realidade. A duras penas. Com muito sacrifício,  vi minha casinha amarela surgir e amei cada fase da construção, até que ela se mostrou pronta, linda, como eu sempre sonhei.

Amanhã parto com o carro cheio de caixas e malas, numa carreata que inclui filhos, genros, cunhados,  netos e irmãos, rumo a Pirenópolis, para receber a casa.
Feliz. Estou muito feliz. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!
Como boa goiana, faço o convite aos parentes e amigos cheios de luz e de amor:  "apeia, vamo acabá de chegá."
 
Hoje, relendo Clarisse Lispector, encontrei uma frase que me define: " Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito."

27 de julho de 2013

SEMPRE FELIZ

Feliz, sempre estou muito feliz. Apesar dos contratempos, das notícias ruins sobre amigos que adoeceram, sobre parentes que  perdemos, de alguns sinais dolorosos no corpo, lembrando-nos,  a todo instante,  que o tempo tem passado rápido, não devemos abrir mão de ser feliz.
Assim faço eu. É como se eu afirmasse a todo instante à vida: tudo vale a pena, não vou me deixar abater por dificuldades e tristezas. Elas passam e o sol continua a brilhar...
Vai minha foto mais recente. Não é bem o que eu gostaria que fosse, mas é o que sou aos 66 anos.

3 de junho de 2013

A VIDA PODE SER INTENSA

Hoje fiquei consternada ao saber da morte inesperada de uma amiga muito mais jovem do que eu. Além de triste, fiquei chocada. Fiquei torcendo para que ela tivesse sido muito feliz nesta vida.
A gente pensa que os mais jovens devem ir depois. Essa deveria ser a ordem natural, mas não é.
Fiz 66 anos, muito bem vividos. Sempre fui essa pessoa meio atrapalhada, fora do padrão, que tem sempre pressa de realizar os sonhos, sem perder tempo. Não é angústia, é vitalidade. É o querer vivenciar as alegrias, os momentos bons, antes que seja tarde. Os ruins são normais, aceitos por mim com naturalidade. Mas não fico abraçada às tristezas, afagando-as. Procuro superar tudo o mais cedo possível. 
Agora, os sonhos realizados e as alegrias, abraço-os e encho-os de mimos. Estão sempre comigo nas lembranças. Vivencio-os diariamente. Renovo-os. E assim estico a felicidade, até que venham outros momentos bons.
Agora em maio, perambulei sozinha pelas ruas de New York, admirando cada rua, cada praça e me surpreendi a cada esquina que surgia. Vez por outra eu parava e sorvia o ar profundamente, agradecendo a Deus pela oportunidade de realizar mais um sonho.
Na volta, fui direto para Pirenopolis-GO para acompanhar a construção do novo ninho - a minha casinha amarela! Que felicidade vê-la ficando pronta para me receber. E vejo-a, desde já, com as flores na janela, com os pássaros cantando no quintal.
Lá dentro, o cheiro do café novinho,  passado no coador de pano, como gosto de fazer.
Lá estarei , esperando à mesa, na janela ou no portão os que me são caros.
E enquanto não vierem,  estarei feliz comigo mesma...

11 de maio de 2013

OS MELHORES DO MUNDO

A Cia de Comédia Os Melhores do Mundo, ou como são usualmente chamados OS MELHORES DO MUNDO, é uma companhia de teatro integrada por Adriana Nunes (minha filha), Adriano Siri (meu genro), Jovane Nunes, Ricardo Pipo, Vitor Leal e Welder Rodrigues (meus amigos), além de Marcello Linhos (meu filho) e sua equipe técnica; Zizica (produtor) e equipe administrativa dentre outros colaboradores. Esse grupo tem arrancado gargalhadas e aplausos de milhares de brasileiros de quase todas as capitais do país e de inúmeras grandes cidades brasileiras.
Para mim e todos os seus fãs, eles são mesmo os melhores do mundo. Descontraídos, inteligentes, criativos, talentosos, competentes e sarcásticos. 
Por três vezes ultrapassaram os nossos limites territoriais, voaram para o continente europeu e foram divertir e arrancar novos aplausos em Portugal, na capital Lisboa e na cidade do Porto.
Agora, novos horizontes surgiram e a expansão artística desses grandes comediantes vai chegar à terra do Tio Sam.
Sim, para nossa alegria e para a alegria do grande número de brasileiros que vivem em New York, eles desembarcarão naquela cidade para apresentações da peça SEXO e gravação do DVD, nos dias 19, 20 e 21 de maio do corrente ano.
Hoje, enquanto eu ajudava minha filha Adriana nos retoques finais do figurino que vai para NY, lembrei-me do que eu escrevi a ela - numa simples folha de caderno (hoje amarelada) - há cerca de 15 anos:
" Adriana, você tem talento, determinação e humildade. E isso basta. Portanto voa,  filha, ainda que seja para longe de mim, contanto que voe cada vez mais alto."
E hoje, certificando-me de que minha intuição era verdadeira, eu reafirmo aos integrantes dos Melhores do Mundo: Voem, ainda que seja para longe de nós, contanto que voem cada vez mais alto!!!
E voarão, não duvidem disso!

6 de maio de 2013

KAHLIL GIBRAN

Tenho lido e escrito muito sobre o amor. Isto porque o tema é um dos mais discutidos e controvertidos. Mas também pelo fato de eu ser uma pessoa que muito ama e aprecia o amor. De todas as suas formas: filial, maternal, universal. O amor é o único e verdadeiro mandamento.
Hoje, relendo Gibran, selecionei esse texto do livro CARTAS DE AMOR DO POETA, adaptação de Paulo Coelho:
"Para viver, é preciso coragem, Tanto a semente intacta como aquela que está rompendo sua casca têm as mesmas propriedades. Entretanto, só a que está rompendo sua casca é capaz de lançar-se na aventura da vida.
Esta aventura requer uma ousadia única: descobrir que não se pode viver através da experiência dos outros, e estar disposto a entregar-se. Não se pode pegar os olhos de um, os ouvidos de outro, para saber de antemão o que vai acontecer; cada existência é diferente da outra.
Seja o que for que me espera, eu desejo estar com o coração aberto para receber. Que eu não tenha medo de colocar o meu braço no ombro de alguém, até que ele seja cortado. Que eu não tema fazer algo que ninguém fez antes, até que seja ferido. Deixe-me ser tolo hoje, porque a tolice é tudo que eu tenho para dar esta manhã; eu posso ser repreendido por isso, mas não tem importância. Amanhã, quem sabe, eu serei menos tolo.
Quando duas pessoas se encontram, elas devem ser como dois lírios aquáticos que se abrem lado a lado, cada uma mostrando seu coração dourado, e refletindo o lago, as nuvens e os céus. Não consigo entender por que um encontro sempre gera o oposto disto: corações fechados e medo de sofrimento."

2 de maio de 2013

PASSO A PASSO

À medida em que o tempo passa, vamos ficando (segundo dizem),  mais sábios. Em contrapartida, vamos ficando mais medrosos. Parece haver aí uma incoerência, já que mais sábios, deveríamos agir com mais coragem, sem medo de arriscar, de recomeçar. 
Mas não! Vamos ficando mais medrosos sim, porque feridos que fomos tantaz vezes, buscamos nos resguardar. Isso vale, principalmente, para o amor.
Somos a maioria assim como gatos com medo de água fria. Fazer o que? Tantos tombos, tantas vezes em que nos confundiram e nos magoaram...
Então procuramos estar sempre na zona de conforto: quietinhos em casa ou quando muito, circulando pela cidade sem ousar dirigir um olhar mais interessado em alguém. Senão a sirene toca: cuidado, proteja-se!
Na teoria sou diferente. Fico sempre estimulando as pessoas e a mim própria a que busquemos novamente, e quantas vezes for preciso, o amor.
Olhar sem medo,  tomar a iniciativa de iniciar um diálogo com alguém com quem simpatizamos é sempre tão difícil! Quando vimos, a oportunidade passou e ficamos de braços cruzados.
A propósito, achei na estante um livro que havia desaparecido desde a época em que me mudei de casa. É um livro precioso, de um poeta amigo meu, Edimo Ginot, intitulado POETA VENCIDO. Alí existem verdadeiras pérolas da literatura e alguns de seus poemas já foram postados aqui.
Hoje,  refletindo sobre o tema AMOR e feliz por ter reencontrado o valioso livro, presenteio vocês com o poema:
"PASSO A PASSO
É preciso dar
o primeiro passo
e ao passo dado
acompanhar o outro
para que o outro
entre no compasso
e que o amor de um
seja o amor do outro."   

26 de abril de 2013

SAUDOSISMO

Pela vidraça do quarto, no quinto andar do meu prédio,  observo um carteiro que percorre as calçadinhas sinuosas do gramado puxando sua pesada caixa de correspondências. Abençoo-ocomo faço com todos os desconhecidos que vejo passar, em especial os que estão indo ou vindo do trabalho carregando, cada qual,  sua bagagem de preocupações e alegrias. Tenho especial carinho e grande admiração  por todos os que exercem profissões arriscadas e cansativas, muitas vezes não valorizadas como a dos garis, dos motoristas e cobradores de ônibus, dos vigias e porteiros de prédios, dos herois  dos caminhões de lixo,  dos garçons que servem os clientes durante a noite e também   das mulheres e homens exaustos que vendem seus corpos nas madrugadaspor falta de outras oportunidades ou por pura luxúria.  Por todas essas pessoas tenho um especial respeito.
Mas admiro e penso muito nos carteiros que incansáveis,  percorrem grandes distâncias trazendo as correspondências que são entregues de porta em porta: incontáveis folders, boletos de cobrança e folhetos de propaganda. 
Nunca as cartas! Nao mais  as antigas cartas agora aposentadas e esquecidas,  na era da informática.
Ah, as cartas... Tenho tantas saudades das cartas! Eu corria ansiosa para abrir a caixa do correio na ânsia de encontrá-las. Muitas vezes traziam notícias não tão agradáveis, mas outras tantas vezes  faziam meu coração bater mais forte... Eram doces palavras de carinho, de amor e de saudades... Eram perfumadas em algumas ocasiões. Como era gostoso preparar  respostas, de forma a devolver as gentilezas, os gestos de amor, as promessas...
É claro que estamos na era virtual. A internet e as redes sociais vieram  facilitar muito as nossas vidas tão agitadas. Somos uma geração de homens sem tempo. Por isso, não temos mais tempo para conviver com os nossos poucos amigos do peito. Mas insistimos em ter muitos amigos virtuais. Então os emails e mensagens resolvem tudo. Na maioria das vezes são suscintos: oi, td bm? Vc foi lá? Qd? Ok, bj" Meu Deus,  só isso?
Ai, nao! Quero minhas cartas de volta! Acordem, amigos, vamos ressuscitar as cartas!
Benditos sejam os carteiros que passam trilhando os caminhos e me trazendo saudades de um tempo tão feliz!... 
De um tempo em que as pessoas conversavam umas com as outras pessoalmente, com atenção e ternura, olhos nos olhos!!!

21 de março de 2013

VOU DE NOVO - NOVO VÔO

Vou de novo pra Lisboa. Por nada. Nenhum compromisso, nenhuma necessidade profissional ou familiar.
Por nada. porque meu coração pediu... Só isso. Abaixo a mesmice, a rotina, o ficar alojada meses e meses no mesmo sofá, dirigindo grande parte do dia nestas ruas agitadas, neste trânsito louco, correndo para cumprir obrigações, pagar contas. A vida não é só isso. Senão seria uma tolice viver. É claro que viver por viver tem seu grande valor. Acordar, respirar e sentir que estou viva é ótimo. Dou sempre graças à Deus por isso. Todos os dias, juro! Mas é pouco pra mim. Deus sabe que é pouco. Ele me compreende e me aceita como sou. Sabe que vim pra viver a vida em abundância, como pregou São João. Para sorver toda a beleza que há neste mundo e viver cada minuto me sentindo feliz. Essa é a minha lei: ser feliz. E isso é uma escolha minha e de cada ser humano.
Não pense que alguem, por mais que lhe ame, vai se desgastar para fazer você feliz, realizar seus sonhos. Pode até ser que pai ou mãe, um ou outro filho adulto chegue a tanto, uma vez ou outra. Mas, de resto, só você mesmo. A você cabe identificar seus sonhos e correr atrás para realizá-los. Mesmo que lhe custe muito trabalho, muito dinheiro, não se importe. Siga em frente. Deixe que argumentem, que critiquem as suas escolhas, tipo: ah, se fosse eu, guardaria dinheiro sob o colchão, para o caso de uma doença, uma necessidade, uma não sei o que, um não sei que lá..." Ouça, sorria e passe. Se for possível arcar (sozinha) com as prestações, corra, compra sua passagem! A prazo, claro. No cartão, se for preciso. Você vai conseguir pagar, pois tem sorte, determinação, vontade de trabalhar... Se trabalhou tantos anos como eu, criou os filhos, vive sozinha, já se desgastou muito, já tem missão cumprida.
Se você morrer, não se preocupe, seus filhos se incubirão  de resolver suas pendências.E você partirá contente, terá sido muito feliz...

24 de fevereiro de 2013

TRISTEZA E SAUDADE

Hoje amanheci bem, feliz. Fiz o café e pus a mesa. Sempre com louças para mais pessoas. Que sempre chegam. Meu vizinho e amigo Toninho anunciou, pelo toque da campainha, que o aconchego e a alegria iriam entrar. Sim, porque sua presença é um verdadeiro presente. E mais: ele soma seu ânimo com o meu e traz um pouco mais de luz para a minha alma, que também é luminosa. Quando afirmo isso, não estou sendo vaidosa, apenas quero dizer que estou sempre feliz. Sinto-me mesmo abastada porque a vida me dá muito e coloca em meu rosto esse sorriso constante. Me cobre de colheitas maiores do que o meu plantio. Deus é gentil e generoso comigo, porque me concede bênçãos mais abundantes do que as que mereço
O Toninho se foi. Levou sua bondade, sua luz, mas não me deixou no escuro. Eu estava feliz. Fui ver alguns netos, que não estavam em casa ou que ainda dormiam. Voltei para casa ainda feliz. Tudo estava bem.
Não sei como e  porque começou... Fui me sentindo triste. Uma lacuna no coração. Como se não fosse por mim, mas por toda a humanidade. Pelos que sofrem o que não sofro. Pelos que tem tão pouco... Pelos injustiçados, pelos que não têm força para gritar pelo que precisam, merecem. Chorei muito. Aquele choro que não passa, que a gente nem sabe direito porque é tão intenso. A tristeza era também por mim, reconheço! De repente me tornei uma criança que necessita de colo, sentindo uma profunda sensação de desamparo.
Sentei-me na poltrona. Olhei para meus joelhos descobertos pela bermuda e neles eu reconheci os joelhos de minha mãe. Quando minha mãe se foi era ainda tão cedo... Acho que tinha poucos anos mais do que tenho hoje. Ela se foi tão depressa, como se não precisássemos mais dela. Acho que as mães são mesmo assim. Pensam que os filhos já receberam todo o carinho que precisavam. Que já estão preenchidos. Ledo engano! Eu não tinha meu coração preenchido por todo o amor que eu necessitava dela. Abracei-a, hoje percebo, muito menos do que deveria. Aconcheguei-me em seu colo muito menos do que poderia
Continuei chorando, como estou agora, quando escrevo. Preciso parar, ter caridade e carinho comigo também. Estou me entregando a esta saudade forte que sinto da minha mãe! Tão forte que parece me aniquilar. Sei que vai passar. Vou continuar amando-a e sentindo saudade, mas amanhã não sentirei doer meu coração,  como agora. Porque também sou racional. Porque lá fora estão os meus filhos e netos. Estão os meus irmãos e amigos. Todos os que amo e que também me amam.
Quanto a eles,  quero dar-lhes muito amor! E abraços e beijos e aconchego e colo, de modo que fiquem totalmente preenchidos.  De modo que nem sintam a minha ausência, quando eu me for. Que nem sintam algum dia essa dor tão latente da saudade. Que quase sangra.


15 de fevereiro de 2013

HUUUMMM! FRITADA DE CAMARÃO

Gente, é muito bom receber os amigos para um encontro agradável! Então, nada melhor do que preparar algo  delicioso, caso todos os convidados apreciem camarão.
Esta receita foi publicada na revista Cláudia, de janeiro de 2013. É muito saboroso o prato. Vejam como é fácil prepará-lo:
"FRITADA DE CAMARÃO
Pronto em 30 minutos
500 gramas de camarão limpo 
sal a gosto
3 colheres (sopa) de suco de limão
2 cebolas médias picadas
3 dentes de alho picados
1/4 de xícara de azeite
2 tomates picados
1 colher (sopa) de coentro picado
1 colher (chá) de molho de pimenta
4 ovos (claras separadas das gemas)
1 colher (chá) de fermento
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
Azeite para untar

Em uma tigela, tempere o camarão com sal e o suco de limão. Reserve. Em uma panela, refogue a cebola e o alho no azeite até ficarem ligeiramente dourados.
Junte o tomate, o coentro, o camarão temperado e o molho de pimenta.
Cozinhe por cinco minutos mexendo sempre. Desligue o fogo e reserve.
Na batedeira, bata as claras em neve até formarem picos firmes. Adicione as gemas e bata por mais dois minutos.
Desligue a batedeira, junte o fermento e a farinha de trigo mexendo delicadamente até incorporá-los aos ovos. Reserve.
Unte com azeite uma fôrma refratária. Disponha o camarão e cubra com a mistura da batedeira.
Leve ao forno preaquecido a 200ºC por cinco minutos ou até que a superfície fique dourada e sirva. 
Rende 4 porções."
Bom apetite!

TUA VOZ

É de autoria de Themer Bastos, professor, tradutor e escritor, em ÁRVORE DO CERRADO, este poema que fala de amor e de lembranças que não morrem:

"TUA VOZ
Tua voz é a mesma,
aquele abraço saudoso,
aquele olhar que mata
e eu, pra viver, me questiono.

até quando será assim?
será que isso fará parte
do que um dia terá fim,
ou se espalhará na tal eternidade?

não, já repeti em todos os tons.
não, já tentei me convencer.
não, já me repetiu a razão.
não, já murmurei num sorriso.

fujo na distância, na razão e na negação
do fantasma que vaga em meu coração.

já peguei outros trens,
destinos e desatinos diversos,
mas, quando tento desembarcar,
é em tua estação que teimo em estar."

8 de fevereiro de 2013

ANTIGO SONHO

Sonhar e lutar para realizar sonhos é uma das mais significativas e lúcidas atitudes, na minha opinião. Senão,  temos menos estímulo, menos. Senão, ficamos tão sem horizontes... Senão,  ficamos sem um caminho bonito, pelo qual se quer trilhar. Juro, não sei viver sem lutar para realizar meus projetos.
Desde 2004 embalo um sonho transcrito no papel. Dobrado, de modo a adequar-se aos meus braços que o ninam desde então, assim como se faz com uma criança amada: a minha casinha de Pirenópolis. Lá, onde não sou "amiga do Rei", mas onde pretendo conquistar novos amigos, sossegar meu cansaço e matar minha sede de quietude e solidão, entre os frutos e as flores que plantarei. 
Um espaço pequeno e aconchegante, com sombra e água fresca, com as portas sempre abertas para os que quero bem.
Lutei muito para chegar a esse início que vocês estão vendo na foto acima. Desde 2004,  guardo objetos e peças que eu sabia, um dia  enfeitariam a minha casinha branca.
Chorei, aquietei-me, mas persisti e agora em 2013 vejo minha nova criança engatinhando.
A propósito, vai um texto do poeta mineiro José Carlos Pereira Peliano que, num trabalho maravilhoso em conjunto com o fotógrafo carioca Roberto Castelo, (fotografia de dezenas de janelas das casas de Pirenópolis),   lançaram em 1996 o livro Os Pirineus e os Outros Eus:
VITRAIS  
Atirar toda a dor pela janela,
gritar bem alto à lua por ouvidos,
respirar fundo o ar da noite amarela
e encontrar nas estrelas os sentidos.
Deixar o coração em sentinela
e dos desejos negados e partidos, 
lançar a âncora e baixar a vela
da insone nau por mares esquecidos.
Não voltar atrás um passo sequer,
tempo não mais de jeito nenhum,
somente o que na veia o sangue quer.
Largar os preconceitos, um a um,
e com a paixão que a paixão requer
buscar a sorte sem receio algum.
Tô tão feliz...