22 de agosto de 2010

FUI A SÃO PAULO

Fui a São Paulo neste último final de semana.
Apesar de ser uma cidade com as dificuldades de uma grande metrópole; apesar dos engarrafamentos, do tom acinzentado do seu céu sofrido com tanta poluição, São Paulo guarda seus encantos infindos. É gratificante passear por lá, percorrer as ruas tão agitadas, admirar a feira de antiguidades e de artesanatos da Praça Benedito Calixto e depois almoçar no Almanara.
À tardezinha é gostoso andar calmamente pelo elegante Shopping Higienópolis e parar para um café.
Fui a alguns centros tradicionais de compras e a alguns restaurantes excelentes.
Foram somente três dias, mas voltei renovada (sempre volto a Brasilia revigorada quando visito outras cidades).
E de quebra, conheci pessoalmente o ator global de A Grande Família - o Beiçola - que estava hospedado no mesmo hotel em que fiquei: o Braston São Paulo (muito bom por sinal).
Encontrávamos sempre cedinho no café da manhã. Ele estava em Sampa ensaiando uma nova peça. E ator, diferentemente do que muitos pensam, leva uma vida agitada, cansativa.
Gente, o Beiçola é uma amor de pessoa. Simpático e comunicativo, não é desses cheios de frescuras, que se acham. Adorei conhecê-lo.
Então é isso: agora é retomar a rotina, até que venha uma nova viagem...

17 de agosto de 2010

RECEITA DELICIOSA

Recebi de uma amiga uma coletânea de receitas do FESTIVAL COMIDA DE BUTECO. Aí vai uma delas, espero que gostem:
Bambá da Maria Doida
Ingredientes:
01 Galinha caipira
1/2 kg de quirera (canjiquinha)
01 cebola grande
05 dentes de alho
02 colheres sopa óleo
01 molho de couve
1 1/2 litro de água fervendo
Salsinha - cebolinha
Tempero completo
Pimenta - a gosto

Preparo:
Picar a galinha em pedaços (tipo frango atropelado) e temperar a gosto com o tempero completo e a
pimenta;
Em uma panela de pedra ou barro refogar a cebola e o alho picados. Se a galinha for gorda fritar a
gordura para fazer torresmo e com o óleo apurado fritar a cebola e o alho, substituindo o óleo;
Quando dourados, refogar os pedaços da galinha, fritando-os parcialmente, até ficarem levemente
dourados.
Acrescentar a água fervendo e deixar cozinhar a galinha até ficar macia, com a panela tampada.
Quando estiver bem cozida, acrescentar a quirera e a couve rasgada para cozinhar no caldo (esse
cozimento é rápido).
Ao servir, decorar com a salsa e a cebolinha picadas e o torresmo da galinha, se for o caso.

10 de agosto de 2010

VOU CORRENDO ME ENCONTRAR


Vou correndo me encontrar
e já volto.
Vou regar as flores
que estão brotando dentro de mim,
depois do estio e do vento
que me castigaram.
Estou de pé
outra vez.
Mais uma vez
.

AINDA FERNANDO PESSOA


Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma

Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.


De Poemas Inconjuntos - Alberto Caeiro

4 de agosto de 2010

QUERO VIVER EM LIBERDADE


Tem época que meu coração se aquieta. Fico em paz, desejando me jogar no sofá e não fazer nada. Fico querendo o ócio, a nuvem calma, a mesmice.
Mas, tem outra época em que viro um redemoinho. Ocorre uma revolução dentro de mim. Quero me agitar, correr daqui pra lá, fazer mil coisas, sair sem rumo. É quando tenho sede de liberdade.
Estou nessa fase agora.
Abri um livro do meu amado Fernando Pessoa e encontrei este poema que cai como uma luva em mim.
Vai pra vocês, meus queridos amigos, quase todos anônimos:

"Abram-me todas as janelas!
Arranquem-me todas as portas!
Puxem a casa toda para cima de mim!
Quero viver em liberdade no ar,
Quero ter gestos fora do meu corpo,
Quero correr como a chuva pelas paredes abaixo,
Quero ser pisado nas estradas largas como as pedras,
Quero ir, como as coisas pesadas, para o fundo dos mares,
Com uma voluptuosidade que já está longe de mim!
Não quero fechos nas portas!
Não quero fechaduras nos cofres!
Quero intercalar-me, imiscuir-me, ser levado,
Quero que me façam pertença doída de qualquer outro,
Que me despejem dos caixotes,
Que me atirem aos mares,
Que me vão buscar a casa com fins obscenos,
Só para não estar sempre aqui sentado e quieto,
Só para não estar simplesmente escrevendo estes versos!


De Saudação a Walt Whitman - Álvaro de Campos

2 de agosto de 2010

PASSAGEM DAS HORAS

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.
De Poesias de Álvaro de Campos

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