3 de setembro de 2014

SUBVERSIVO

Não tive ainda o prazer de conhecer pessoalmente o poeta e escritor EDIMO GINOT. Mas conheço um pouco do que ele pensa e sente. Trata-se de um homem talentoso que vive em Curitiba e que divulga textos muito bons em seu livro POETA VENCIDO. Já postei aqui neste blog alguns de seus poemas.
Hoje vai mais um:

Subversivo

Ultimamente 
ando meio
subversivo.

acho que
passei a vida
errando pouco.

e hoje,
irremediavelmente,
tenho que conviver
com os meus acertos."

NIETZSCHE E SUA FILOSOFIA NO COTIDIANO

O grande filósofo alemão Nietzsche nos deixou textos que nos possibilitam tirar inúmeras lições, a serem utilizadas no nosso dia a dia.
Inteligentemente, o escritor Allan Percy compilou as máximas do citado filósofo e nos presenteia com a sua obra NIETZSCHE PARA ESTRESSADOS, onde apresenta um breve curso de filosofia cotidiana para nos auxiliar nos momentos em que precisamos tomar decisões, recuperar o ânimo perdido e minimizar os fatos da vida.
Vejam só:
"PRECISAMOS AMAR A NÓS MESMOS PARA SERMOS CAPAZES DE NOS TOLERAR E NÃO LEVAR UMA VIDA ERRANTE
Aqui estão cinco passos para aumentar a autoestima:

1. Viva para si mesmo, não para o mundo. As pessoas que não sabem amar a si mesmas buscam constantemente a aprovação alheia e sofrem quando são rejeitadas. Para quebrar essa dinâmica, devemos admitir que não podemos satisfazer a todos.
2. Fuja das comparações. Elas são uma importante causa de infelicidade. Muita gente tem qualidades e atributos que você não tem, mas você também possui virtudes que não estão presentes nos outros. Pare de olhar para os lados e trabalhe na construção de seu próprio destino.
3. Não busque a perfeição. Nem nos outros nem em si mesmo, já que a perfeição não existe. O que existe é uma grande margem para melhorar.
4. Perdoe seus erros. Especialmente os do passado, pois já não podem ser contornados nem têm qualquer utilidade. Aprenda com eles, para não repeti-los.
5. Pare de analisar. Em vez de ficar pensando no que deu errado, é muito melhor agir, porque isso permite aperfeiçoar suas qualidades. Movimentar-se é sinal de vida e de evolução."

Muito bom, não é mesmo?

2 de agosto de 2014

ORAÇÃO SOBRE O DESAPEGO

Cora Coralina, grande e inigualável escritora goiana sempre me inspira.
Gosto da simplicidade espelhada em seus escritos. O retrato do modo de vida peculiar à maioria dos goianos, mesmo dos abastados. 
Somos simples e acolhedores por natureza. Gostamos das visitas que nos honram com suas presenças para um cafezinho à mesa da cozinha (nosso espaço mais valorizado), sempre abastecida com biscoitos, as nossas quitandas.
Quando me decidi a vir para Pirenopolis, idealizei um espaço pequeno, aconchegante, mas extremamente simples. Assim é a minha casa.
Dos poemas e textos de Cora Coralina há um que especialmente retrata o meu quotidiano, o meu lema. 
Uma oração, um presente.
Aí está:

"Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo o que for desnecessário.
Ando cansada de bagagens pesadas...
Daqui para a frente apenas o que couber no bolso e no coração."

31 de julho de 2014

MARIA MADALENA

Abri hoje meu antigo livro de cabeceira "Jesus O Filho Do Homem", de Kalil Gibran e selecionei esta página para apreciação das pessoas sensíveis, que admiram o belo. Novamente o tema é Maria Madalena. Seu nome é objeto das mais intrigantes discussões e faz parte de inúmeros mistérios e segredos que envolvem o clero e a história. Madalena e sua vida, antes e depois de Jesus.

Aí está um dos textos em que ela (na visão de Gibran) fala sobre Jesus:

"Sua boca era como o coração de uma romã, e as sombras em Seus olhos eram profundas.
E Ele era amável como um homem consciente de sua força.
Em meus sonhos, eu via os reis da terra cheios de temor em Sua presença.
Eu falaria de Sua face, mas como fazê-lo?
Era como a noite sem trevas, e como o dia sem os ruídos do dia.
Era uma face triste, e era uma face alegre.
E bem me lembro como uma vez Ele levantou a mão para o céu, e Seus dedos separados eram como os ramos de um olmo.
E lembro-me Dele medindo o anoitecer com Seus passos. Não caminhava. Ele próprio era uma estrada sobre a estrada. E era como uma nuvem sobre a terra, que baixa para refrescar a terra.
Mas quando me achei diante Dele e falei-Lhe, Ele era um homem, e Sua face era poderosa à vista. E Ele me disse: "Que queres, Miriam?"
Não Lhe respondi, mas minhas asas envolveram meu segredo, e senti-me quente.
E porque não podia suportar mais Sua luz, voltei-me e afastei-me, mas não envergonhada. Estava somente acanhada, e queria estar só, com Seus dedos nas cordas do meu coração."

DOIS POUSOS DIFERENTES


Há tempos não escrevo aqui.
Estive por meses seguidos entre Brasilia e Pirenopolis, num processo de mudança prolongado.
Mas em todo esse tempo meu coração transbordou de alegria, com a sensação de estar mesmo realizando um sonho. A familia em Brasilia (que eu amo tanto) e meus médicos (dos quais dependo para reavaliar sempre minha saúde) são um grande atrativo. Por outro lado, Pirenopolis é meu recanto, meu ninho, o oásis que há muito busquei, sedenta.
Então, fico lá e cá. Como sempre me defini: uma viajante com pousos diferentes.
Lá na Capital Federal, revejo os filhos, netos e amigos, com uma satisfação sem fim. Entretanto, corro de um lado a outro, desviando dos engarrafamentos,  adotando providências, satisfazendo a burocracia da cidade grande, correndo contra o relógio.
Aqui no interior, acordo cedinho e, enquanto passo o café,  eu me encanto com a revoada de aves multicolores e com os macaquinhos que saltam de galho em galho (moro num Refúgio Ecológico), numa verdadeira sinfonia.
A vida escorre devagar. Costuro e cozinho pela manhã, enquanto o pequeno som portátil me presenteia com melodias envolventes. 
Vez em quando vou ao centro da cidade para comprar suprimentos necessários e visitar amigos.
Mas à tarde sempre usufruo do  aconchego da minha casa. É o momento sagrado da minha liberdade, do meu ócio.
Sim, eu disse ÓCIO! Aquela palavrinha mágica pronunciada por nós durante toda uma vida de trabalho árduo e contínuo: " quando eu me aposentar, quero a liberdade, o ócio". 
O tempo merecido para o silêncio, para a reflexão, para o descanso mesmo. 
Eu sempre dizia: quando eu me aposentar, quero ter o direito de assistir filmes à tarde. Pois agora estou fazendo também isso em Pirenopolis.
Não sei se esse tipo de vida é o mais certo, mais conveniente. Mas é o que escolhi para mim, que me realiza e me cobre de paz.