30 de dezembro de 2012

REFLEXÃO

Não sei o que dizer hoje, penúltimo dia do ano de 2012, sem ser repetitiva...
Lembro-me de ter prometido nos anos anteriores mudar em mim tanta coisa, buscar eliminar tantos defeitos, dedicar-me a algum projeto grandioso em favor do próximo. Que ilusão! Mudar é tão difícil... Não adianta pensarmos que o simples propósito de mudança basta para que algo se modifique em nós. Tenho vivido buscando me fazer feliz, fazer feliz aos meus filhos, netos e familiares mais próximos, aos colegas e amigos. Mas não tenho saído disso. Na verdade fico girando em volta desse pequeno núcleo familiar, sem esbanjar generosidade aos meus semelhantes, de uma forma mais ampla. Sempre me programo para fazer parte de alguma Ong, ser voluntária em algum projeto social. Mas permaneço a mesma.
Então, já que compreendo a dificuldade de operar em mim alguma mudança, preciso ser complacente com as outras pessoas. Com aqueles que me incomodam, com aqueles que agem de forma diferente da que eu gostaria que agissem. Simples assim, não é?
Não! Não é simples, porque o meu egoísmo quer que os outros mudem, que melhorem (principalmente alguns políticos que enganam, roubam ou corrompem), enquanto eu continuo a mesma, a mesminha pessoa que sempre fui. 
É, eu preciso ser menos pretenciosa, mais humilde. Reconhecer que meu crescimento não é tão significativo assim.
Vou indo. Vou descansar no meu casulo aconchegante.
Mas prometo (não me levem a sério) melhorar em 2013.
E também fazer dieta. Ha, ha, ha...
Fui.
Na imagem acima, eu entre minha filha Adriana e minha neta Ana Terra.

20 de dezembro de 2012

NOVO ANO QUE SE FINDA

Ufa! Novo ano que se finda. Ausentei-me daqui, tamanha a correria com atividades que me sobrecarregaram. Acontecimentos bons e ruins, mas todos abraçados como parte da minha vida. Todos que me foram dados para carregar ou para usufruir. Vivi uma vida em poucos meses. Fico pensando, não com inveja, nas pessoas pacatas, sistemáticas, acostumadas a poucas atividades... Mas minha vida nunca foi assim. Nem sei porque a cada dia há uma avalanche de coisas que me levam para a rua, para o mundo, a conviver com outras pessoas. Isso me alegra, me alimenta. Nesse período em que me ausentei daqui (nem sei porque, juro!) muita coisa aconteceu:
Fui me deslumbrar com as belezas da Irlanda, do País de Gales, da Inglaterra, de Bruxelas e da Holanda; voltei à cidade e me lancei cheia de amor a conviver com os filhos e netos e com os amigos; passei meses cosendo meus retalhos, preparando inúmeras peças de artesanato para o meu tradicional Bazar de Natal.
Fiquei enormemente entristecida com a notícia de que um grande amigo, Isaías, está com câncer e seu tratamento tem sido muito intenso e seus dias muito dolorosos. Tenho estado muito próxima da família procurando ajudar no que for possível.  
Nesse interim, fiquei quinze dias, sozinha, absolutamente sozinha no Rio de Janeiro, convivendo com as pessoas  nas praças, na praia, passeando por ruas desconhecidas, visitando museus e assistindo aos filmes em cartaz, conhecendo restaurantes diversificados. Sempre sozinha. E isso foi maravilhoso!!! Tive tempo para ficar comigo, cantar, costurar (levei minha máquina de costura), assistir TV e refletir. Refletir sobre tudo. Pronto. Cheguei a Brasilia com novos planos, outros objetivos. Desembarquei, desarrumei as malas, curti minha casa e agora em dezembro parti em um Cruzeiro pelo litoral do Rio e de São Paulo, deslumbrada com as belezas da terra e do mar, em companhia da minha irmã Célia.
Na volta, quando dei por mim, já é Natal. A cidade toda iluminada, as pessoas desesperadas nos mercados, carregando mil sacolas com os presentes.
Mas eu, este ano, decidi não comprar mesmo nada. Agora não compro mais presentes para as pessoas, ainda que sejam meus netos, crianças. Mesmo porque eles nem gostariam de um carrinho ou de uma bola ou um trenzinho, porque para eles e a maioria das crianças do mundo, presente que se preze deve estar contido em equipamentos eletrônicos, em celulares, em Iphone, I isso, I aquilo...
Só presenteio alguém com peças feitas por minhas envelhecidas mãos. Amo minhas mãos que produzem. E amo e admiro as mãos de todos que produzem artesanalmente alguma coisa ou que as usam de forma generosa, para darem amor.
E por falar em mãos, aproveito para transcrever o poema (já editado) que fiz sobre as minhas mãos:
A brisa do tempo
pousou em especial
sobre as minhas mãos.
Nem os carinhos, os afagos
os gestos de amor e doação
de que fizeram parte
foram capazes de preservá-las.

Os meus sonhos
permanecem jovens,
mas as minhas mãos
têm exatamente
a idade da minha solidão...

2 de outubro de 2012

RESISTÊNCIA

"Nós mulheres que vivemos
muitos invernos
somos irmãs das flores da montanha
que brotam nas fendas rochosas
dos Alpes.
Endurecidas por neve e vento
suportamos o frio
absorvemos um sol efêmero
lançamos raízes fundas
para o magro alimento
e erguemos no ar vazio
nossas flores coloridas.
        (Fran Portley)
Nem sei porque voltei aqui para deixar esta postagem.
Nem sei porque abri esse livro que dormitava na gaveta.
Porque eu não sinto vontade de voltar aqui,
nem de escrever, de conversar,
nem de cantar, nem de dormir.
Sinto muito cansaço.
E tristeza.
Nem sei porque voltei aqui,
nem sei,
nem sei.

29 de agosto de 2012

NA MINHA PARTIDA, RECEITA DE CURAU

Estou afivelando as malas novamente. Daqui dois dias partimos, eu e meu filho Rodrigo para destinos desconhecidos: Irlanda, Inglaterra (já conheço Londres, mas agora vamos também a Liverpool, a terra dos meninos maravilhosos e inesquecíveis: os Beatles); depois vamos a Bruxelas e, por fim, a Amsterdã, na Holanda.
É claro que estamos ansiosos e felizes com a nova viagem. Na volta conto as novidades e dicas de lá e posto as fotos.
A agitação e preparativos da viagem somados a problemas do cotidiano e os decorrentes da nova moradia me tomaram muito mais tempo do que eu gostaria, impedindo postagens mais amiúde.
Mas antes de partir, vou deixar aqui uma receitinha deliciosa de CURAU (receita da família ARAÚJO SILVEIRA, transcrita na revista Casa e Comida de junho/julho 2012:
"Ingredientes
15 espigas de milho (ou o suficiente pra render 1 litro de milho ralado) limpas;
1 1/2 xícara de açúcar;
1 colher (café) de sal;
1 l de leite, aproximadamente;
canela em pó, para polvilhar.
Modo de fazer
1- Rale as espigas de milho num ralador grosso.
Passe uma faquinha pelos sabugos para aproveitar melhor os grãos.
2- Coe o milho ralado em um pano de prato fino. Acrescente um pouco de leite ou água ao milho para facilitar o processo.
3- Coloque o milho coado com o acúcar numa panela e leve ao fogo. Vá acrescentando o leite aos poucos, mexendo sempre até que a mistura encorpe e o milho fique completamente cozido.
4- Despeje o creme numa fôrma e leve à geladeira até endurecer.
Polvilhe canela em pó antes de servir."

Até mais ver, minha gente!

9 de agosto de 2012

SÁBIA LIÇÃO DE CLARICE LISPECTOR

Clarisse Lispector durante algum tempo escreveu artigos para o Diário da Noite do Rio de Janeiro.
Do seu livro CORREIO FEMININO tirei uma de suas lições:
"Erros do Passado
Para quem - por desespero ou por gosto - vive aludindo aos erros do passado, eis uma frasezinha de um homem chamado Fénelon: "Pode-se corrigir o passado com o futuro."
Talvez seja, aliás, o único modo de corrigir o passado. Pois uma verdade óbvia é esta: enquanto você lamenta o passado, o presente lhe foge das mãos.
E não há tanto do que se recriminar e lamentar: não há outro modo de viver senão o de errar e corrigir-se, e depois errar de novo e corrigir-se de novo. O que não chega a ser trágico: trata-se do jogo da vida, e todos nós jogamos o mesmo jogo.
Agora, o que é mesmo uma pena é uma pessoa sentar-se num canto da sala (figuradamente), e lamentar, lamentar, lamentar. Quem está no jogo tem que aceitar as regras do jogo.
Você há de dizer: "Eu não pedi para entrar no jogo, não pedi para nascer." Pois esse argumento é uma mistura de neurastenia, vontade de despistar, má vontade e chicana.
Tenha cuidado com uma coisa: quando lamentar-se começa a ser um consolo, é tempo de prestar atenção."

25 de julho de 2012

UMA PEQUENA PAUSA

A partir de amanhã minha caravana parte em direção ao Bloco H  da mesma quadra em que resido. Quase daria para dispensar o caminhão de mudanças. Isso me fez lembrar do passado e de algumas mudanças em que meu pai contratou apenas uma carroça. Vejam o texto Marcas do Passado, do meu livro Retalhos Poéticos que se encontra aqui neste blog.
Mesmo sendo uma mudança para tão perto, tudo se desarruma e requer alguns dias de trabalho para reorganização da nova casa. Farei uma pausa aqui no blog, está bem?
Daqui a alguns dias retorno com mais novidades.

24 de julho de 2012

MUDANÇAS

Não sou uma pessoa normal.
Ou melhor, não sou uma pessoa normal, diante da ótica da maioria das pessoas. Gosto do dinamismo, da flexibilidade, da liberdade. Os meus sessenta e cinco anos de vida não me tiraram a energia, o ânimo de ir e vir, de conhecer outros vizinhos, vislumbrar outras paisagens. Não vou negar: gosto de mudanças. Em mim e na minha vida.
Por que estou discorrendo sobre esse tema? Porque estou novamente me mudando de casa. Agora pela 39ª vez.
Normal. Perfeitamente normal para mim. Embora cansada fisicamente com a desarrumação dos armários e gavetas para acomodar meus pertences nas caixas, aproveito para eliminar o que já não me serve, o que não quero mais, o que pode ser descartado.
Pensam vocês que estou me referindo apenas a coisas materiais?
Nao! Enquanto releio documentos, anotações, rasgo papéis antigos, eu também me faço uma releitura. Reflito, penso no que posso eliminar de ruim e desnecessário na minha vida e no meu coração. Vou deixando para trás alguns objetos e móveis e levando em frente o propósito de eliminar alguns defeitos possíveis para me tornar uma pessoa mais generosa, mais altruista, mais paciente.
Nesses momentos que antecedem uma mudança de casa, busco também exercitar o desapego. Doo algumas roupas, objetos de decoração, enfeites. Sempre acho que o trecho da estrada à minha frente pede agora menos coisas e mais simplicidade.
Os budistas dão enorme importância à questão do apego. Segundo seu entendimento o desapego nos conduz ao caminho da libertação.
Estou longe de ser uma pessoa ideal, liberta. Mas vou continuar nessa busca.
E como sempre digo, sou passarinho sem gaiola. Vou alçar vôo novamente.

11 de julho de 2012

ORAÇÃO CELTA

Que atendas ao teu anseio de ser livre.
Que as molduras da tua integração sejam suficientemente amplas para os sonhos da tua alma.
Que te levantes todos os dias com uma voz de bênçao murmurando em teu coração que algo de bom te vai acontecer.
Que encontres uma harmonia entre a tua alma e a tua vida.
Que a mansão da tua alma nunca se torne um local assombrado.
Que reconheças o anseio eterno que vive no cerne do tempo.
Que haja benevolência no teu olhar quando contemplares o teu íntimo.
Que nunca coloques muros entre a luz e ti.
Que o teu anjo te liberte das prisões da culpa, medo, decepção e desespero.
Que permitas que a beleza espontânea do mundo invisível te recolha, cuide de ti e te inclua na integração.

                             Por John O'Donohue

5 de julho de 2012

APOSENTADORIA/LIBERDADE

Fico intrigada quando ouço pessoas dizerem que sentem medo de se aposentar. Meu Deus, grito para mim mesma! Como pode alguém sentir receio de ter tempo para si mesmo, de usufruir da própria liberdade?
Como pode alguém se agarrar tanto ao dinheiro da função gratificada, aos acréscimos e mais acréscimos no contra-cheque da vida profissional ativa, ao ponto de não se soltarem mais?
Comigo foi assim. Após décadas de trabalho burocrático no serviço público, pedi exoneração do cargo comissionado que deixava minha conta bancária gordinha (tanto quanto eu mesma) e fui para casa, sob a alegação de que eu merecia descansar, ficar solta no mundo, com direito a apenas uma aposentadoria minguada do INSS.
Se eu já era feliz, agora sou muito mais. Não que tenha sobrado muito tempo para o ócio, mas sobrou muito tempo para eu fazer tudo que eu quero, na hora que eu quero, ao lado de quem eu quero. Tem vida melhor do que essa?
Nãaaaaaaaaaaaao!
Acordo naturalmente, me arrumo e me embelezo para ficar em casa ou para sair, a qualquer momento.
Dia desses saí de casa a convite de uma amiga. Quando ela me deixou,  recebi uma ligação da minha filha convidando-me para um passeio (enquanto ela resolvia algumas coisas, íamos conversando). Logo depois, o meu irmão Silvano também fez o mesmo. Então me saciei de felicidade com a convivência amorosa de pessoas a quem quero bem. Quando cheguei em casa para o merecido "descanso" já eram quase 18 horas. Ufa! Cansada, mas feliz, muito feliz!
Se saio no meu carro, também é muito bom, porque no porta-malas carrego o meu "kit-fuga": minha mala, com roupas, calçados, agasalhos, produtos de higiene, etc. Pronto, não preciso de mais nada, caso eu resolva passar o dia fora, dormir fora, ou viajar de última hora.
Esse é meu jeito de ser, o meu modus vivendi nem sempre compreendido, mas que me faz feliz...

17 de junho de 2012

SER FELIZ MESMO SEM MOTIVO



Relendo  um dos últimos livros que comprei, de autoria de Martha Medeiros, elegi um trecho da crônica "Feliz por nada" para postar aqui. Gosto muito desse texto. Inteligente, tema universal - a felicidade. A maioria de nós, acho, só se diz feliz se houver uma razão palpável que justifique esse estado de alma.
Mas vejam o que Marta diz:
"Geralmente, quando uma pessoa exclama "Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada. (...)
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. (...)
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso."

9 de junho de 2012

A MESMA LUA


A lua voltou tão cheia
e envolvente a brilhar,
me dizendo que é a mesma
que um dia me viu te beijar
que um dia te viu me deixar...

6 de junho de 2012

O ANTIGO TEMA: SOLIDÃO


Quem me conhece pessoalmente sabe que gosto muito de conviver com as pessoas. E de conversar, cantar juntos, rir por qualquer bobagem. De tomar um cafezinho envolto em carinho e amizade.

Mas, de vez em quando, preciso estar só. Não quero ser repetitiva, mas é sempre bom frisar essa minha característica nem sempre compreendida. Tem uma parenta minha que se sente ofendida quando digo que acho muito bom estar, às vezes, sozinha. Ela acha que não estou gostando da companhia dela. Fazer o que? Somos e sempre seremos incompreendidos...

Agora à noitinha selecionei um texto do Kalil Gibran sobre o assunto. Vejam a sabedoria de suas palavras:



"A única maneira de justificar os nossos dias é amando e trabalhando com o melhor que existe dentro de nós. Precisamos usar o coração do coração, e ver o mundo com olhos por onde lágrimas - sejam elas de alegria ou tristeza - estejam sempre jorrando.
Eu conheço poetas que nunca se mostram por inteiro, porque têm medo de que os reconheçam, e terminem isolados; eles não gostam disto, porque não conseguem apreciar a própria companhia.
Paradoxalmente, esta solidão é algo que assusta e atrai os homens. Eu, por exemplo, adoro estar só. Quando estou cercado de gente e, mesmo assim consigo reconhecer minha própria solidão, sou capaz de amar todos a minha volta, com muito mais desprendimento.
Mas, na medida em que estas pessoas exigem que eu abandone minha solidão interior - para que elas mesmas não se sintam sozinhas -, a magia deste amor desaparece."


4 de junho de 2012

É MUITO BOM VOLTAR


"Minha gente eu vim de longe
estou aqui cansado e só.
Tenho muito pra contar
de onde vim, por onde andei
das estradas, dos caminhos,
dos lugares que passei...."

O trecho da música que eu estava cantarolando me trouxe a vontade de voltar ao blog.
Sim, voltei, depois de alguns meses de ausência e de muitas experiências vividas, muito cansaço, muitas alegrias, muita esperança...
Mudou meu cotidiano, mudaram alguns hábitos, mudou meu coração, mudou minha visão de vida...
As dificuldades e pedras da estrada nos trazem, também, muita coisa positiva, como eu sempre afirmei, Nada é em vão. Aprendemos muito com tudo que se nos apresenta pelo caminho.
Sofri muito e chorei muito com a doença do meu irmão: uma batalha da qual não se pode descansar, nem desanimar. A minha força tirei da força que Deus imprimiu no nosso coração. A minha esperança sempre renovada tirei mirando o exemplo do próprio Silvano: sempre confiante, esperançoso, sorridente. O tratamento contínuo e a luta contra a leucemia é um processo lento que requer mesmo paciência e esperança. E isso ele tem de sobra. Como eu amo e admiro meu irmão...
Fui a São Paulo e de lá voltei várias vezes. Me armei de coragem e pedi exoneração do meu trabalho. Reorganizei minha vida. Agora sou mais livre ainda. Tenho voado nas asas de aeronaves e nas minhas próprias asas.
Meu irmão teve alta do Hospital Sírio Libanes, em São Paulo e agora prossegue o tratamento na unidade daquele hospital aqui em Brasilia.
Fui a Porto e Lisboa. Passei por Paris. Vi e revi lugares lindos, praças e mares inesquecíveis. Vi rostos e gestos diferentes, outras linguas, outros hábitos, outras culturas.
Agora, aportei em casa, em Brasilia. Ainda acordo assustada a cada manhã, achando que estou atrasada para o trabalho. Aí eu me lembro da nova realidade... tão boa... Então cerro os olhos novamente e aproveito para curtir a cama um pouco mais.
Delícia, delícia... Delícia não é só aquilo. É também isso: ser livre, estar livre. Ai, meu Deus, obrigada por tudo! Como sou feliz!

19 de março de 2012

SABEDORIA


O OSHO foi um lider espiritual indiano que sempre buscou nos oferecer lições de sabedoria. Leio e releio sempre os seus livros, em especial o UM CIPRESTE NO JARDIM.

Já as citações abaixo foram extraídas do seu livro Faça o seu coração Vibrar:

"Se você realmente quer desfrutar a vida em toda a sua riqueza, tem que aprender a ser incoerente, a ser coerentemente incoerente.

Ser capaz de ir de um extremo ao outro - às vezes profundamente enraizado na terra e às vezes voando alto no céu. Às vezes fazendo amor e às vezes meditando. E então, aos poucos, o seu céu e a sua terra ficarão cada vez mais próximos e você se tornará o horizonte em que eles se encontram."

"Não existe nenhum lar, a menos que encontremos um dentro de nós mesmos."

"Evite esses hipócritas que decidem por você. Tome as rédeas nas suas mãos. Você tem que decidir. Na verdade, é nesse próprio ato de decisão que a sua alma nasce. Quando os outros decidem por você, sua alma continua adormecida e obtusa. Quando você começa a decidir por si próprio, passa a ter perspicácia."

13 de março de 2012

RECEITAS


Voltei há alguns dias de São Paulo. Meu irmão recebeu o transplante de medula óssea. Vitória total. Estou trabalhando e adotando muitas providências nessas últimas semanas - razão da minha ausência aqui no blog . É que acabei de solicitar que, no início de abril próximo, eu seja demitida do trabalho. Já estou me sentindo aliviada, previlegiada, celebrando a minha liberdade e orgulhosa de mim pela coragem, como convém aos fortes e aventureiros, que amam a si mesmos. Depois de 46 anos de trabalho árduo - com vínculo empregatício com o governo distrital e federal - vou alçar vôo.

Numa época em que as pessoas duelam por um cargo comissionado como o que ocupo no Governo Federal há dez anos, tomo coragem e digo para o chefe: preciso ir, me exonera! Serei, a partir de então, uma simples aposentada do INSS, com uma renda 60% abaixo da atual. Mas estou feliz, muito feliz. Ter uma renda menor vai significar, para mim, maior qualidade de vida. Sei viver com simplicidade.

Mereço parar. Quero a liberdade, o descanso, a paz, o ócio.

Todos os filhos e a maioria dos parentes me aplaudiram. Mas ainda encontrei pessoas que acharam um absurdo minha atitude. Pode?

Vou ter tempo para tanta coisa que quero fazer, inclusive não fazer nada...

Demais, não é minha gente?

Aproveito a postagem para passar uma receita maravilhosa que encontrei hoje no site


"TORTA RÁPIDA DE QUEIJO E PRESUNTO

Ingredientes:
8 fatias de queijo prato
8 fatias de presunto
1 lata de creme de leite
3 ovos inteiros
2 tomates fatiados
sal a gosto
orégano e queijo parmesão ralado para polvilhar

Modo de Preparo:
Bata os ovos levemente, acrescente sal e o creme de leite. Em um refratário pequeno despeje um pouco da mistura do líquido, coloque fatias de pão, fatias de queijo e fatias de presento. Faça quantas camadas derem, por último cubra com o restante do líquido. Coloque o tomate e polvilhe com orégano, queijo ralado e leve ao microondas por 13 a 15 minutos, em potência alta."

Receita cedida pelo site Rudge SBC

26 de fevereiro de 2012

VOU PRA SAMPA


Vou estar, por algum tempo, sem efetivar postagens neste blog.

Amanhã viajo novamente. Vou estar com meu irmão durante uma semana no Hospital Sírio Libanes, em São Paulo. Ele começa amanhã o tratamento quimioterápico e no próximo dia 05/03 vai passar pelo transplante de medula óssea como parte do tratamento da leucemia que o acometeu em setembro/2011. Durante 40 dias estará no hospital e por mais três meses permanecerá em São Paulo para idas e vindas ao Sírio Libanes. Nós, da família e os amigos, formamos o batalhão que o acompanha desde setembro passado e que estará a postos para mais esta importante etapa. Meu irmão Santos doará a medula (embora eu seja também compatível, a escolha recaiu sobre ele -um doador do sexo masculino). Daqui para a frente só haverá vitórias. Em nenhum momento algo ou alguém nos desanimará. Uma corrente de amor e de orações nos une e envolve meu irmão enfermo. Tudo organizado. Alugamos um apartamento a 50 metros do hospital e temos uma escala de familiares e alguns amigos do peito que estaremos nos revezando com cuidados, presença e doação de amor ao Silvano.

Nenhuma batalha ocorre em vão, quando a fé, a força e a esperança nos move!

Silvano, em frente, com paciência e coragem!!!

Força e persevança aos escudeiros Paula Dahier, Lucas, João Pedro e Isabela; ao Marcello Linhos, Adriana Nunes, Sebastião Santos, Paulo Henrique, Célia Dalva e a mim, à Isabel - a amiga-irmã; à Eleni e sua familia; ao Yuri, Maria Dalva, Juscelino, Janaína, tios Levy e Cida, Eurides e Dininha e a todos os nossos familiares e amigos que amam o Silvano e por ele rezam sem descanso!!!
Meu Deus, Pai de bondade e misericórdia, em Tuas mãos entregamos nossa energia e esperança. Esteja com o Silvano em todos os momentos difíceis por que passará, até que se cure!!!

24 de fevereiro de 2012

DARCY DENÓFRIO - FALÊNCIA DAS PALAVRAS


Como ela entende de silêncios! E de beleza e de sutilezas e de poesia...

Darcy Denófrio, uma goiana cheia de talento, que faz poesia reflexiva, serena, profunda.
Do seu livro tão precioso, POEMAS DE DOR & TERNURA, extraí esse texto que traduz um momento que estou vivenciando, em que preciso do silêncio para refletir, tirar lições de vida, enfrentar problemas...


"FALÊNCIA DAS PALAVRAS
Há momentos
em que as palavras
são inúteis.
O silêncio
é a única moeda
capaz de circular
estabelecendo
o comércio tácito
entre os falantes.
Não há o que dizer
para acrescentar
nem diminuir.
As palavras
soçobram.

15 de fevereiro de 2012

PICANHA NA CERVEJA CARACU

Esta receita me foi enviada pela internet, num conjunto denominado RECEITAS DA VOVÓ.

Vou experimentar fazer essa picanha neste final de semana. Tentem também. O resultado deve ser muito bom!

PICANHA NA CARACU

Ingredientes

1 PICANHA (1 KG C/ POUCA GORDURA)

1 LATA DE CARACU

1 LATA DE ÁGUA

1 POMAROLA

1 PACOTE DE SOPA/CREME DE CEBOLA

Modo de fazer

COLOCAR APENAS A PICANHA NA PANELA DE PRESSÃO. FRITAR COM A PRÓPRIA GORDURA, VIRANDO DE UM LADO PARA OUTRO ATÉ QUE ELA FIQUE DOURADA OU ESCURA. MISTURE SEPARADAMENTE OS OUTROS INGREDIENTES ATÉ DISSOLVER A SOPA/CREME. JUNTAR A MISTURA À PICANHA NA PANELA E COZINHAR NA PRESSÃO EM FOGO BAIXO POR 40 MINUTOS.

BOM APETITE!

13 de fevereiro de 2012

MÁGOAS DISSIPADAS

UMAS DORES SÃO PASSAGEIRAS, OUTRAS NOS PARECEM ETERNAS. DURAM, PERSISTEM, ESPETAM O CORAÇÃO DA GENTE POR TANTO TEMPO, QUE PENSAMOS QUE O ALÍVIO NUNCA VIRÁ.

ESTOU FALANDO DE DORES DE PERDA, DE DORES DE AMOR.

PERDI UM GRANDE AMOR, HÁ MUITO TEMPO: EXATAMENTE HÁ DEZESSEIS ANOS. NUNCA MAIS O VI. FICARAM TANTAS MÁGOAS, TANTAS DÚVIDAS, TANTAS PERGUNTAS SEM RESPOSTAS SOBRE O QUE TERIA OCASIONADO O ABANDONO. SENTI-ME REJEITADA, QUANDO O MEU AMOR POR ELE AINDA LATEJAVA FORTE NO MEU CORAÇÃO. EU QUERIA CONTINUAR FAZENDO DO MEU COLO O NINHO DELE E QUERIA FAZER DOS SEUS BRAÇOS, O MEU.

MAS O DESTINO OU MINHAS DESCONFIANÇAS; A INTOLERÂNCIA DELE OU OS INDÍCIOS (QUE SÓ AGORA EU SOUBE SEREM FALSOS) DE QUE HAVIA OUTRA MULHER ENTRE NÓS; O DESGASTE NATURAL DA RELAÇÃO, OU TODOS OS FATORES JUNTOS, DETERMINARAM A RUPTURA.

PASSADOS ESSES DEZESSEIS ANOS, A VIDA NOS COLOCOU FRENTE A FRENTE. EMOÇÃO E ALEGRIA SE MISTURARAM. ÉRAMOS AGORA APENAS DUAS PESSOAS MAIS SÁBIAS E AMADURECIDAS. ENGRAÇADO, A DISTÃNCIA NOS TORNOU MAIS DOCES E RESPEITOSOS UM COM O OUTRO. E VIERAM OS ESCLARECIMENTOS DE TANTAS DÚVIDAS, O DIÁLOGO, A ALEGRIA DAS LEMBRANÇAS BOAS DE UM TEMPO LONGÍNQUO. DE REPENTE, ÉRAMOS APENAS DOIS AMIGOS QUE SE REENCONTRAVAM. APÓS O EXERCÍCIO DA COMPREENSÃO E DO PERDÃO, A ALEGRIA, A LEVEZA.

UM RESGATE.

E SOBREVEIO A PAZ QUE LIBERTA...

ENTÃO HOJE, AO ESCREVER ESTE TEXTO, EU ME LEMBREI DE UMA FRASE QUE LI HÁ ALGUM TEMPO (DESCONHEÇO O AUTOR):

"BENDITO SEJA DEUS QUE FEZ A DOR E TAMBÉM O TEMPO."

7 de fevereiro de 2012

AMOR PARCIAL NÃO VALE A PENA

O amor tem que valer a pena, senão não vale! Amor pela metade, amor capenga, parcial, do tipo eu te faço feliz em alguns momentos e você passa raiva, me suporta e tem frustrações em muitos outros, também não vale.

Amor tem de ser inteiro, doce, respeitoso, de modo a conviver com as diferenças individuais sem deixar de ser pacífico. Amor onde um quer o bem do outro, a paz do outro, ainda que seja permeado de problemas, de ausências e saudades. Isso, sim, vale a pena!

Vale a pena o amor que liberta o outro, ao invés de acorrentar.

O amor que abastece o ninho, o coração, a vida! Que faz cada qual descansar no outro o seu cansaço. Isso, sim, vale a pena!

Enquanto não for assim, não dá. Prefiro o meu ninho próprio, de onde posso voar para onde quero...

6 de fevereiro de 2012

REBELIÃO

DANEM-SE O MUNDO, MEUS CHEFES, O SÍNDICO, OS POLÍTICOS, OS PARENTES, AS CONVENÇÕES, OS CÓDIGOS, OS EVANGELHOS, OS HOMENS E SUAS MENTIRAS!
NÃO QUERO MAIS AMAR, NEM SER AMADA; NÃO QUERO MAIS TRABALHAR, NEM PAGAR IMPOSTOS; NÃO QUERO MAIS SER BOAZINHA, COMPORTADA, POLIDA, ÉTICA, DEMOCRÁTICA.

NÃO VOU CAPRICHAR NO VISUAL, ESCREVER COISAS BONITAS, TENTAR AGRADAR. QUERO O DOCE SÓ PRA MIM, QUERO ROUBAR AS FLORES DO JARDIM ALHEIO, QUERO AVANÇAR TODOS OS SINAIS, QUERO SER DEBOCHADA, QUERO GRITAR PALAVRÕES NOVOS, PIXAR AS PAREDES, QUERO CORROMPER, DESCUMPRIR TODAS AS REGRAS.
ESTOU DE GREVE HOJE, PRONTO!

TODA VEZ QUE MORRO...

Engraçado... toda vez que agonizo e morro, volto achando tudo muito estranho! A luz do dia, os ruídos, as vozes das pessoas que me cercam e me amam (dizem). Tudo e todos continuam os mesmos... parece que só eu morri e ressuscitei, tendo aprendido tanta coisa importante e bela sobre o abismo. A dor de cada dia - com que a vida, maldosamente, crava sua espada no meu coração - também morre comigo todas as vezes. E ressuscitamos juntas, de mãos dadas: eu e a vontade de viver.

2 de fevereiro de 2012

UM DEPOIMENTO CONTRA JESUS

Algumas vezes comentei aqui e postei alguns textos de Gibran Kalil Gibran. Aprecio muitíssimo as obras desse grande autor. Em seu livro JESUS O FILHO DO HOMEM, Gibran escreveu diversos textos-depoimentos, de inúmeros contemporâneos de Jesus Cristo. Gibran foi toda a sua vida um apaixonado por Jesus, e Ele sempre foi o seu modelo supremo, seu guia e sua esperança.

Nesse livro ele busca falar de Jesus, ficticiamente, através de 77 personagens que conviveram com Cristo. Uns contra, e outros a favor.

Hoje vai um dos que acho mais belos (além do depoimento de Madalena), já postado anteriormente:

"UMA VIÚVA DA GALILÉIA

Meu filho era o primeiro e único que eu tinha. Trabalhava no campo e vivia contente até que ouviu o homem chamado Jesus falando à multidão. Então , subitamente, meu filho tornou-se diferente, como se um novo espírito, estranho e nocivo, tivesse se apossado do seu espírito.Abandonou o campo e o jardim; e abandonou-me também. Tornou-se inútil, uma criatura das estradas. Esse homem Jesus de Nazaré era mau, pois que homem bom separaria um filho de sua mãe? A última coisa que meu menino me disse foi: "Vou com um dos Seus discípulos ao País do NOrte. Minha vida repousa no Nazareno. Deste-me a vida, e eu te sou grato por isso. Mas preciso ir. Não estou deixando contigo nossa rica terra, e toda a nossa prata, e nosso ouro? Não levarei comigo senão este vestuário e este bordão." Assim falou meu filho, e partiu.

E agora, os romanos e os sacerdotes pegaram Jesus e O crucificaram; e fizeram muito bem.

Um homem que separa mãe e filho não pode ser de Deus. O homem que envia nossas crianças às cidades dos gentios não pode ser nosso amigo. Sei que meu filho não voltará para mim. Vi-o nos seus olhos. E por isso odeio Jesus de Nazaré, que fez com que eu ficasse sozinha neste campo não lavrado e neste jardim emurchecido.

Odeio todos aqueles que O louvam.

Não há muitos dias, contaram-me que Jesus uma vez dissera: "Meu pai e minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem minhas palavras e me seguem." Mas por que deixariam os filhos suas mães para seguir-Lhe os passos? E por que seria esquecido o leite de meu seio por uma fonte ainda não provada? E o calor de meus braços, trocado pelas terras do Norte, frias e inamistosas?

Sim, odeio o Nazareno, e hei de odiá-Lo até o fim de meus dias, pois Ele roubou meu primogênito, meu filho único."

31 de janeiro de 2012

VIAGENS

Embora eu não tenha escrito ultimamente sobre meus novos vôos, tenho voado. E como!

Neste mes de janeiro conheci ARACAJÚ, uma cidade linda, ensolarada e rodeada de belas praias.

Um calor infernal, mas nada que não compense admirar as belezas de lá. Fiquei muito resfriada, em razão da diferença de temperatura: praias e cidade x ar condicionado do hotel.

Acabei antecipando minha volta a Brasilia, para o necessário repouso e tratamento.

Depois fui à Praia do Forte, que fica o município de Mata de São João, a cerca de 60 km de Salvador, na Bahia. Um lugarejo maravilhoso à beira mar. A praia gostosa e cheia de atrativos para o dolce far niente e a 100 metros, um centro gastronômico de fazer inveja a qualquer cidade grande. Hotéis, pousadas e mansões de condomínios fechados ornamentam a Vila da Praia do Forte, onde turistas brasileiros e estrangeiros se misturam num entra e sai das lojas, cafés e restaurantes cheios de glamour.

Valeu a pena ter estado lá por uns dias!

Vale a pena para quem não conhece, se dar o presente de estar lá para uma semana de descanso e lazer. Mas levem bastante dinheiro e cartões de crédito com limites maiores...

Agora esta semana, estou descansando e no próximo sábado vou a SAMPA para o casamento do meu sobrinho e no dia seguinte estarei de volta. Para trabalhar. Pensaram que não trabalho? Trabalho... e muito!

21 de janeiro de 2012

KALIL GIBRAN - CARTAS DE AMOR

Mary Haskell foi uma grande amiga e um grande amor de Gibran Kalil Gibran. Nascida nos EEUU, trocou, durante vinte anos, inúmeras correspondências com o referido escritor a quem chamava de "meu amado". Essas cartas estão hoje na Universidade da Carolina do Sul e podem ser consultadas por especialistas e estudiosos.

Paulo Coelho, ao publicar o livro Cartas de Amor do Profeta, buscou a essência de algumas dessas cartas, adaptando livremente o seu texto, mas buscando ser fiel ao pensamento de Gibran e não às suas literais palavras.

Eu, particularmente aprecio muito essa obra e estou sempre a reler os textos desse livro.

Hoje, escolhi um deles, que vem a ser uma carta escrita por Gibran a Mary, em 10 de novembro de 1911:

"Há uma velha canção árabe que começa assim: "Só Deus e eu mesmo podemos saber o que se passa em meu coração." Hoje, depois de ler tudo que você tem me escrito, eu poderia acrescentar: "Só Deus, eu e Mary podemos saber o que se passa no meu coração."

Eu gostaria de abrir meu peito, tirá-lo dali, e carregá-lo em minhas mãos, para que todos pudessem ver. Porque não há desejo maior em um homem que revelar-se a si mesmo, ser compreendido por seu próximo; todos nós queremos que a luz que colocamos atrás da porta seja posta no meio da sala, na frente de todos.

O primeiro poeta deste mundo deve ter sofrido muito, quando deixou de lado seu arco e sua flecha e tentou explicar aos seus amigos o que havia sentido diante de um pôr-do-sol. É bem possível que estes amigos tenham ironizado o que ele dizia, mas ele o fez assim mesmo, porque a verdadeira Arte exige que o artista tente mostrar-se. Ninguém pode conviver sozinho com a beleza que é capaz de perceber.

E quanto a nós dois, que buscamos o Absoluto, e que construímos um jardim usando a nossa própria solidão, a Vida nos deixou a imensa paixão para aproveitar cada instante, com toda a intensidade."

Feliz de Gibran por sua Mary que o compreendeu tanto! Nem todos tem essa mesma sorte.

Eu, de minha parte, mesmo incompreendida, mesmo quando a dor me visita, não deixo de viver. Ando aproveitando também, cada instante, com toda intensidade, apaixonadamente.

17 de janeiro de 2012

BATATA RECHEADA COM BACON

Esta receita eu copiei de uma coletânea que recebi, denominada COMIDA DE BUTECO:
É uma receita que ainda não testei, mas que me pareceu saborosa.
Vamos lá:
"BATATA RECHEADA COM BACON
Ingredientes:
Bata inglesa
Bacon
Frango
Creme de bacon
Mussarela
Catupiri
Molho Rosé
Ovo de codorna
Preparo:
Cozinhar o frango e desfiar. Retirar a polpa da batata cozida e rechear com o frango e o creme de bacon. Cobrir com mussarela e catupiri, colocar para assar. Dispor em vasilhame apropriado e decorar com molho rosé e o ovo de codorna cozido."
Bom apetite!

REFLEXÃO

Engraçado... acho que eu não sou mais eu. Não sei mais que alma é essa que se esconde dentro do meu corpo. Um desassossego às vezes, uma inquietude, uma inadequação... Se nem mesma eu sei quem sou, como irão me conhecer e me compreender? Sinto uma dores que ninguém vê nem percebe. E mesmo que eu as defina, duvidam porque não captam a extensão e a profundidade delas. Essa é a verdadeira solidão. Não há remédios que vem de outrem. O socorro não vem de fora. Só é possível quando se tira das próprias entranhas o antídoto que, muitas vezes, tem efeitos tão lentos...

Mas toda essa revolução interna não é em vão. Enquanto ela acontece, algo de misterioso ocorre.

Uma outra pessoa aflora de dentro da angústia e nos salva. Somos nós mesmos, renascidos do sofrer. E aí, milagrosamente nos enchemos de esperanças. De novo. E de novo. A cada vez que sofremos e morremos um pouco, somos salvos pela esperança.

Assim é comigo. Nunca ouvi alguém dizer que quando sofre, sofre com tamanha intensidade. Não que eu conheça. Então eu me sinto estranha e incompreendida, porque minha sensibilidade me fere muito. Às vezes encontro alento em alguns textos espirituais, e me acho em sintonia com Clarice Lispector, de quem falo tanto. Ela era assim, incompreendida.

Hoje, tentando vencer essa nostalgia que me envolve, num esforço descomunal, volto aqui neste blog que há bastante tempo não alimento.

E trago de presente o que disse Clarice:

"Esperança é como o girassol que à toa se vira em direção ao sol. Mas não é à toa: virar-se para o sol é um ato de realização de fé."

Estou de frente para o sol. Agora.