29 de junho de 2011

POEMAS VALIOSOS

Eu estou sempre lendo poesia, respirando poesia, sentindo poesia, embora quase não a produza.
Quando sinto a emoção de um pensamento, sinto dores de parto, mas muitas vezes eu os aborto, quando não os transformo em poesia. É como se eles fossem só meus. Ou é porque não sou talentosa o bastante para deixá-los nascer. Porisso prefiro transcrever poemas de autores a quem admiro.

Uma dessas poetas é Clarisse Lispector. Aí está o poema que escolhi para hoje:


"Eu te conheço até o osso por intermédio
de uma encantação que vem de mim para ti.
Só há uma coisa que me separa de você:
o ar entre nós dois. às vezes para ultrapassar
esse quase cruel afastamento, eu respiro
na tua boca que então me respira e
eu te respiro. Mas só por um único instante, senao sufocaríamo-nos:
seria o castigo que se recebe quando um tenta ser o outro."

POEMAS VALIOSOS

Este poema é muito valioso. Forte. Consistente. E sábio. Encerra desejo, paixão... Tema universal. De autoria de Edimo Ginot, de quem sou fã, integra o seu livro POETA VENCIDO:
"ASSIM
a vida devia
ser sempre assim

a gente se esbaldando
num lençol de cetim

eu começando
em você

e você se acabando
em mim "

CREME DE PALMITO COM ALHO PORÓ

Em Brasília o frio anda nos castigando à noitinha. Hora de tirar o pijama da gaveta e após um banho quente, colocarmos meias nos pés. E aí queremos nos alimentar com algo bem quentinho.Tenho aproveitado para fazer sopas e cremes quentes para o lanche da noite. Dia desses postei uma receita também para os dias frios. No próximo sábado vou receber uma visita querida. Andei selecionando receitas e decidi fazer esse creme delicioso. A receita veio da internet. Recomendo-a para todos:"CREME DE PALMITO COM ALHO PORÓ


Ingredientes: Refogado: 2 colheres (sopa) de azeite1 xícara (chá) de alho poró em rodelas finas. Creme: 3 colheres (sopa) de azeite2 colheres (sopa) de cebola picada1 vidro de palmito de Açaí1 cubo de caldo de legumes1/2 xícara (chá) de água do vidro de palmitol 1/2 xícara (chá) de leitel colher (sopa) de amido de milho1 caixinha de creme de leite Croutons a gosto.


Modo de fazer: Refogado: refogue o alho-poró no azeite e reserve.Creme: aqueça o azeite e refogue a cebola, junte o palmito picado, o cubo de caldo de legumes esfarelado e a água, deixe no fogo até levantar fervura..Misture o leite com o amido de milho e leve ao fogo numa panela e mexa sem parar até que adquira consistência.Junte o alho poró refogado, o creme de leite e deixe cozinhar por mais 3 minutos. Se gostar polvilhe com queijo parmesão ralado.Sirva com torradinhas ou croutons. "Hummmmmm!

25 de junho de 2011

ARRISCAR-SE

Sempre gostei de viver corajosamente e não desperdiçar oportunidades de viver bem. Quando uma estrada se abre, sempre acredito que vai dar num bosque, num lago, num parque, num lugar onde mora a alegria e a felicidade. É claro que nem sempre é verdade, há caminhos que levam ao sofrimento. Mas sou movida a esperança. Tenho sete vidas. Dou a volta por cima. E mais, tenho coragem e fé! Acredito que para escrever a nossa história, temos de sorver a vida com tudo que ela nos traz.

A propósito, retirei do livro Para Não Dizer Adeus, de Lya Luft o poema que corrobora o que eu digo:

"ÔNUS

A esperança me chama,

e eu salto a bordo

como se fosse a primeira viagem.

Se não conheço os mapas,

escolho o imprevisto:

qualquer sinal é um bom presságio.


Seja como for, eu vou,

pois quase sempre acredito:

ando de olhos fechados

feito criança brincando de cega.

Mais de uma vez saio ferida

ou quase afogada,

mas não desisto.


A dor eventual é o preço da vida:

passagem, seguro e pedágio."

19 de junho de 2011

FLORBELA ESPANCA

Estou relendo o livro Florbela Espanca - Melhores Poemas, seleção de Zina C. Bellodi. Florbela Espanca tem sido considerada a figura feminina mais importante da Literatura Portuguesa. Sua poesia revela uma sensibilidade sem igual, onde a autora, como numa confissão, extravasa as lutas internas de tendências e sentimentos opostos.

"REALIDADE

Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...


Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho...


Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...

Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei... se te perdi..."


9 de junho de 2011

REFLEXÃO

Há alguns dias eu me aborreci, envolvida num dilema: até quando eu deveria me importar com as decisões de filhos adultos, fossem elas acertadas ou equivocadas? No caso concreto, dei palpites, chorei, briguei, defendi minha posição contrária. Mas eu tinha certeza de que a minha visão era mais clara e acertada.

Será mesmo? Será que não deveria deixar que uma atitude claramente impensada causasse grandes e irreversíveis prejuízos financeiros a um filho e sua familia? O que fazer, diante da intransigência de um filho que (na visão madura e sábia dos pais) quer agir de forma imatura, em nome da liberdade individual. Fiquei dias e noites meditando. Os filhos crescem e já não nos ouvem mais... Ficamos atônitos, nos perguntando porque o elo que nos liga a eles tornou-se tão frágil...

Megulhando nas reflexões de Lya Luft, na sua obra Multipla Escolha, encontrei trechos muito sábios: "Mas acontece olharmos consternados aqueles a quem achamos que tínhamos passado a tocha, o bastão - e vermos que quase nada nos liga a eles, ou pouco os liga a nós: praticamente nem nos conhecemos. Filhos e filhos de filhos andam por um mundo de liberdades e possibilidades que a gente mal entrevia, algumas das quais conquistamos com sangue e dor, mas eles nem sabem disso, nem se importam: filhos não querem saber dos problemas dos pais, e há de ser natural assim.

A verdade é que nem tudo o que lhes entregamos era ouro, nem todos os caminhos levavam à alegria, nem tudo foi libertação.

Muitos moços ficam incertos quanto a seu lugar na sociedade e na família, atordoados pela competição de mercado, seduzidos pelas facilidades, nivelados por baixo pelo ensino ruim, desesperançados dos líderes cínicos, confundidos pela hipocrisia. Irritados com nossa incompetência em lhes dar um legado melhor, sofrem com a falta de uma cultura mais coerente, uma sociedade mais limpa, oportunidades mais justas, menos miséria, menos cinismo.

Mas a tendência mais frequente (e desde a antiguidade sempre foi) é nos queixarmos deles: os meninos não estudam, não querem nada com nada, não apreciam a família, não têm objetivos maiores, nunca amadurecem. Mas, e nós? O que fazemos para que se valorizem, amadureçam, adquiram autonomia?"

Não sei. O que eu poderia fazer, já fiz. Melhor, fiz mais do que deveria e poderia. Passei como mãe (e depois de 1990, como pai e mãe) todos os valores éticos e morais e todos os bons exemplos possíveis.

Agora, já no outono da minha vida, preciso mais é pensar em mim, me amar, ter carinho e paciência comigo mesma. E até me perdoar, se falhei como mãe.

6 de junho de 2011

PIRÃO DE MULHER PARIDA

Hoje fiquei sem ter o que fazer, presa em casa, e resolvi dar uma olhadinha nos meus livros de receitas. Achei uma que me lembrou o tempo em que fui à Goiânia dar à luz meus filhos caçulas (um em 1975 e o outro em 1976). Eu mal acordava da sedação e já ouvia minhas tias Lurdes e Dirce discutindo no quarto, para decidirem qual delas me traria o pirão de farinha de mandioca com galinha caipira. Dava sustância, diziam, e fazia a mulher se recuperar do trabalho de parto. Naquela época não havia tantas nutricionistas no nosso pé, insistindo para devorarmos quilos de alface. Aí vai a receita, que vale para todos, homens e mulheres, independentemente de estarem no período pós-parto.

Ingredientes:

2 colheres (sopa) de óleo

1 dente de alho esmagado

1 colher de sal

1/2 colher (sopa) de urucum ou colorífero

4 xícaras (chá) de caldo de galinha

4 ovos

farinha de mandioca

salsinha e cebolinha a gosto

Modo de fazer:

Aqueça a gordura e doure o sal com alho. Acrescente o urucum, misture e adicione a água. Quando ferver, acerte o tempero , quebre os ovos e coloque-os na panela com cuidado. Quando os ovos começarem a cozinhar, mexa-os com uma colher, deixando a gema aflorar. Vá acrescentando a farinha, aos poucos, deixando-a cair levemente, para não formar caroços. Deixe cozinhar até atingir a consistência cremosa de um pirão. Acrescente pequenos pedaços de galinha, salsa e cebolinha.

Nesta época fria é excelente para um fim de tarde!

2 de junho de 2011

TE GUIAREI PARA O ESPAÇO

Hoje vai um poema da minha filha Giovana Nunes. Seu marido a inspirou, mas serve para alguns que estão amando e para outros que aguardam a chegada de um grande amor. Como eu.

"Quero que me tenhas nos braços

E suporte o peso das minhas palavras

Desejo o profundo suspiro da verdade:

Amar não é o que parece


Para sentir é preciso coragem

Amar nos faz melhores

Mas nos faz humanos


Covardia é fingir que não vê

E o mundo está cheio de cegos

Ocos e secos

Mas não eu


Minh'alma é repleta de amor

Que me tira o fôlego

Me faz voar por outros mundos

E acreditgar que ouço os sinos

Vejo estrelas e planetas


Então me tenhas contigo

E te direi a verdade

Te guiarei para o espaço

Onde a lua tem luz própria

E a noite é só paz

E amor.