25 de julho de 2012

UMA PEQUENA PAUSA

A partir de amanhã minha caravana parte em direção ao Bloco H  da mesma quadra em que resido. Quase daria para dispensar o caminhão de mudanças. Isso me fez lembrar do passado e de algumas mudanças em que meu pai contratou apenas uma carroça. Vejam o texto Marcas do Passado, do meu livro Retalhos Poéticos que se encontra aqui neste blog.
Mesmo sendo uma mudança para tão perto, tudo se desarruma e requer alguns dias de trabalho para reorganização da nova casa. Farei uma pausa aqui no blog, está bem?
Daqui a alguns dias retorno com mais novidades.

24 de julho de 2012

MUDANÇAS

Não sou uma pessoa normal.
Ou melhor, não sou uma pessoa normal, diante da ótica da maioria das pessoas. Gosto do dinamismo, da flexibilidade, da liberdade. Os meus sessenta e cinco anos de vida não me tiraram a energia, o ânimo de ir e vir, de conhecer outros vizinhos, vislumbrar outras paisagens. Não vou negar: gosto de mudanças. Em mim e na minha vida.
Por que estou discorrendo sobre esse tema? Porque estou novamente me mudando de casa. Agora pela 39ª vez.
Normal. Perfeitamente normal para mim. Embora cansada fisicamente com a desarrumação dos armários e gavetas para acomodar meus pertences nas caixas, aproveito para eliminar o que já não me serve, o que não quero mais, o que pode ser descartado.
Pensam vocês que estou me referindo apenas a coisas materiais?
Nao! Enquanto releio documentos, anotações, rasgo papéis antigos, eu também me faço uma releitura. Reflito, penso no que posso eliminar de ruim e desnecessário na minha vida e no meu coração. Vou deixando para trás alguns objetos e móveis e levando em frente o propósito de eliminar alguns defeitos possíveis para me tornar uma pessoa mais generosa, mais altruista, mais paciente.
Nesses momentos que antecedem uma mudança de casa, busco também exercitar o desapego. Doo algumas roupas, objetos de decoração, enfeites. Sempre acho que o trecho da estrada à minha frente pede agora menos coisas e mais simplicidade.
Os budistas dão enorme importância à questão do apego. Segundo seu entendimento o desapego nos conduz ao caminho da libertação.
Estou longe de ser uma pessoa ideal, liberta. Mas vou continuar nessa busca.
E como sempre digo, sou passarinho sem gaiola. Vou alçar vôo novamente.

11 de julho de 2012

ORAÇÃO CELTA

Que atendas ao teu anseio de ser livre.
Que as molduras da tua integração sejam suficientemente amplas para os sonhos da tua alma.
Que te levantes todos os dias com uma voz de bênçao murmurando em teu coração que algo de bom te vai acontecer.
Que encontres uma harmonia entre a tua alma e a tua vida.
Que a mansão da tua alma nunca se torne um local assombrado.
Que reconheças o anseio eterno que vive no cerne do tempo.
Que haja benevolência no teu olhar quando contemplares o teu íntimo.
Que nunca coloques muros entre a luz e ti.
Que o teu anjo te liberte das prisões da culpa, medo, decepção e desespero.
Que permitas que a beleza espontânea do mundo invisível te recolha, cuide de ti e te inclua na integração.

                             Por John O'Donohue

5 de julho de 2012

APOSENTADORIA/LIBERDADE

Fico intrigada quando ouço pessoas dizerem que sentem medo de se aposentar. Meu Deus, grito para mim mesma! Como pode alguém sentir receio de ter tempo para si mesmo, de usufruir da própria liberdade?
Como pode alguém se agarrar tanto ao dinheiro da função gratificada, aos acréscimos e mais acréscimos no contra-cheque da vida profissional ativa, ao ponto de não se soltarem mais?
Comigo foi assim. Após décadas de trabalho burocrático no serviço público, pedi exoneração do cargo comissionado que deixava minha conta bancária gordinha (tanto quanto eu mesma) e fui para casa, sob a alegação de que eu merecia descansar, ficar solta no mundo, com direito a apenas uma aposentadoria minguada do INSS.
Se eu já era feliz, agora sou muito mais. Não que tenha sobrado muito tempo para o ócio, mas sobrou muito tempo para eu fazer tudo que eu quero, na hora que eu quero, ao lado de quem eu quero. Tem vida melhor do que essa?
Nãaaaaaaaaaaaao!
Acordo naturalmente, me arrumo e me embelezo para ficar em casa ou para sair, a qualquer momento.
Dia desses saí de casa a convite de uma amiga. Quando ela me deixou,  recebi uma ligação da minha filha convidando-me para um passeio (enquanto ela resolvia algumas coisas, íamos conversando). Logo depois, o meu irmão Silvano também fez o mesmo. Então me saciei de felicidade com a convivência amorosa de pessoas a quem quero bem. Quando cheguei em casa para o merecido "descanso" já eram quase 18 horas. Ufa! Cansada, mas feliz, muito feliz!
Se saio no meu carro, também é muito bom, porque no porta-malas carrego o meu "kit-fuga": minha mala, com roupas, calçados, agasalhos, produtos de higiene, etc. Pronto, não preciso de mais nada, caso eu resolva passar o dia fora, dormir fora, ou viajar de última hora.
Esse é meu jeito de ser, o meu modus vivendi nem sempre compreendido, mas que me faz feliz...