28 de dezembro de 2011

IGUARIAS DE NATAL

Na ceia de Natal e Ano Novo muitas iguarias são colocadas à nossa disposição.

Nessas datas nós nos esquecemos das constantes recomendações dos profissionais da saúde: cardiologistas, nutricionistas e afins. Porque "é um dia só", porque "depois a gente volta pra dieta", porque "os gordinhos são mais felizes (esse é o meu caso). Então podemos apreciar sem culpa as delícias da nossa culinária. Uma das iguarias de que mais gosto é a Rabanada. Ah, essa é perigosa e imperdível. Saborosa como o primeiro beijo; emocionante e deliciosa como a primeira transa de um novo relacionamento.

Mas agora que todos nós, mortais e de meia idade, queremos evitar as frituras, temos a chance de comermos Rabanadas assadas. Essa é a receita que vou passar a vocês (veio da Comunidade Tudo Gostoso):

"RABANADA ASSADA

Ingredientes

20 fatias de pão amanhecido

1 lata de leite condensado

1 colher de essência de baunilha

3 ovos

leite

1 xícara de água filtrada

1 colher de canela em pó

100 gramas de açúcar

papel manteiga

margarina

Modo de Preparo

1 - Em uma bacia coloque um pouco mais de 1/2 lata de leite condensado, pois o resto será para regar as rabanadas após assadas.

2 - Coloque a xícara de água e a colher de essência de baunilha, misture bem.

3 - Quebre 3 ovos (com a clara e a gema) e bata junto a mistura com o leite condensado e misture mais.

4 - Corte 20 fatias de pão amanhecido.

5 - Em uma forma passe a manteiga no fundo e coloque o papel manteiga por cima, fazendo com que o papel manteiga fique "colado" na forma, passe mais manteiga em cima.

6 - Molhe fatia por fatia, primeiro no leite, depois na mistura com o ovo e coloque uma de cada vez na travessa.

7 - Se você quiser, se sobrar a mistura com o ovo, pode por em cima das rabanadas, mas pouco.

8 - Coloque a travessa no forno pré-aquecido a 180º, espere 20 a 30 minutos, ou até dourar a rabanada.

9 - Depois, ainda quentes, jogue açúcar com canela por cima e o resto do leite condensado."

Pronto! É só saborear...

23 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL!!!

A TODOS OS AMIGOS PRÓXIMOS, MAIS DISTANTES; FAMILIARES, COLEGAS E COMPANHEIROS DE JORNADA E AOS LEITORES ANÔNIMOS QUE ME ALEGRAM E ME PRESTIGIAM COM A LEITURA DESTE BLOG, OS MEUS MAIS SINCEROS VOTOS DE UM NATAL FELIZ!

MAS UM NATAL DE VERDADE, DAQUELES MAIS ANTIGOS EM QUE TODOS VALORIZAVAM O MENINO-JESUS E O ESPÍRITO CRISTÃO. UM NATAL SEM FUTILIDADES, SEM LUXOS, SEM EXCESSOS EM QUE HAJA APENAS EXCESSO DE MANIFESTAÇÕES DE ALEGRIA, DE TERNURA E DE AMOR. PORQUE SÓ O AMOR VALE A PENA
TUDO O MAIS É DISPENSÁVEL.

21 de dezembro de 2011

SIMÃO DE SIRENE

Sou uma grande admiradora de Gibran Kalil Gibran. Em seu livro JESUS o Filho do Homem, ele nos presenteia com textos maravilhosos em que relata (na sua visão) depoimentos de pessoas que conviveram com Jesus Cristo.Hoje, retirei um depoimento de Simão de Cirene (o homem que ajudou Jesus a carregar sua cruz). É belíssimo e emocionante. Vejam:"Eu ia em meu caminho para os campos quando O vi carregando Sua cruz; e multidões O estavam seguindo. Então eu também caminhei a Seu lado. Seu fardo O fazia parar muitas vezes, pois Seu corpo estava exausto. Então um soldado romano aproximou-se de mim, dizendo: "Vem, tu és forte e bem construído; carrega a cruz deste homem." Quando ouvi estas palavras, meu coração cresceu dentro de mim, e fiquei agradecido. E carreguei Sua cruz. Era pesada, pois era feita de choupo embebido pelas chuvas do inverno. E Jesus olhou para mim. E o suor de Sua fronte corria-Lhe para a barba. Novamente, olhou para mim e disse: "Bebes também desta taça? Então bebericarás comigo à sua borda até o fim do tempo."Dizendo isso, pôs a mão sobre meu ombro livre. E caminhamos juntos para o Monte da Caveira. E eu não sentia mais o peso da cruz. Sentia somente Sua mão. Era como a asa de um pássaro sobre meu ombro. E atingimos o alto, onde iam crucificá-Lo. Entao senti o peso da árvore. Ele não pronunciou uma palavra quando cravaram os pregos em Suas mãos e pés, nem fez ruído algum. E Seus membros não estremeceram sob o martelo. Parecia como se Suas mãos e pés tivessem morrido e só voltariam a viver quando banhados em sangue. Mas parecia também como se Ele procurasse os pregos, qual o príncipe procura o cetro; e que suspirava por ser erguido ao alto. E meu coração não pensou em ter pena Dele, pois eu estava demasiadamente espantado. Agora, o homem cuja cruz eu carreguei tornou-se minha cruz. Se me dissessem novamente: "Carrega a cruz desde homem", eu a carregaria até que meu caminho terminasse no túmulo. Mas eu Lhe pediria que colocasse Sua mão sobre meu ombro. Isto aconteceu há muitos anos; mas até hoje, todas as vezes que sigo o arado no campo e naquele momento de entorpecimento que precede o sono, penso nesse Homem Amado. E sinto Sua mão alada, aqui, sobre meu ombro esquerdo."

SUBVERSIVO

HOJE VAI MAIS UM POEMA INTELIGENTE DO MEU AMIGO EDIMO GINOT, DE QUEM JÁ FALEI AQUI NO BLOG.

ESTE, QUE INTEGRA O SEU LIVRO POETA VENCIDO, TEM MUITO A VER COMIGO QUE, MUITAS VEZES, TAMBÉM SOU SUBVERSIVA. APRECIEM:
"ultimamente
ando meio
subversivo.
acho que
passei a vida
errando pouco
e hoje,
erremediavelmente,
tenho que conviver
com os meus acertos."

14 de dezembro de 2011

ROCAMBOLE DE CARNE

Esta receita eu recebi pela internet junto com outras (não conheço a autoria), mas me foram passadas como Receitas da Vovó.

"ROCAMBOLE DE CARNE

INGREDIENTES

1 kg de carne moída de 1ª

1 pacote de sopa creme de cebola

2 ovos cozidos e picados

6 fatias de presunto

6 fatias de queijo prato

10 azeitonas picadas.

MODO DE PREPARO

Misture a carne moída com a sopa de cebola. Abra um pano em cima da mesa e coloque a carne, fazendo uma camada. Coloque as fatias de queijo como segunda camada e as de presunto como terceira camada. Depois coloque os ovos e as azeitonas.

Unte a forma com óleo. Vai enrolando e fazendo o rocambole, liberando o pano de baixo.

Coloque o rocambole na forma e passe um pouco de óleo e ponha para assar em forno médio por 40 minutos."

OBS - Podem ser colocadas batatas cozidas para assarem junto com o rocambole.

12 de dezembro de 2011

NATAL

O Natal já chegou, gente! Basta olhar à nossa volta. Tudo brilha, tudo é colorido, tudo é muito caro! E lá vão todos para os shoppings, se acotovelando na multidão dos consumistas. Os estacionamentos pagos estão lotados e cobram preços absurdos. Mas ninguém se importa: é Natal! Ninguém, ou quase ninguém, se lembrando do Menino Jesus e do significado desta data. Não estou jogando pedras nos meus semelhantes, porque durante muitos anos eu também pratiquei essas loucuras. Também fui alheia, me preocupando mais com os presentes e com a ceia do que com o espírito de paz e de sensatez que deve reinar no Natal e em todos os dias do ano.

A ceia farta da nossa familia incluía presentes e mais presentes para os adultos e, principalmente, para as crianças.

Essas, nem queriam saber de quem elas estavam recebendo os pacotes. Rasgavam as embalagens e nem se via tanta alegria em seus rostos, porque já estavam abrindo os presentes seguintes.

Mas, felizmente, mudamos. A proposta do meu filho Marcello foi aceita e aplaudida por todos nós. Neste Natal não haverá pacotes com presentes. Para ninguém! Haverá, sim, uma confraternização da família, o melhor dos presentes! Sem pressa, para que haja muito tempo para conversas soltas, para os abraços e para os sorrisos. Vamos estar juntos, numa refeição normal, sem exageros e sem luxos desnecessários. Depois da rápida saudação, vamos apenas curtir, falar besteiras, olhar nos olhos uns dos outros, relembrar as bobagens que fizemos durante o ano. Vamos ser feliz e nos amar. É só isso que importa.

8 de dezembro de 2011

AMOR

Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?
F.Pessoa
De Primeiro Fausto - Terceiro Tema

MÃOS NOS OMBROS

Põe-me as mãos nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte...

Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo.
F.Pessoa

5 de dezembro de 2011

AGORA ESTOU COM MEDO DE MORRER

Vamos morrer um dia. Só não sabemos quando. E essa certeza, de alguma forma, nos tranquiliza, não há mesmo o que fazer... Então nos resta ser sábios e viver nossa vida da melhor forma possível, errando aqui e ali, tentando acertar e buscando ser feliz.

Mesmo assim, diante da possibilidade mais concreta da morte, todos nos apavoramos. Queremos esticar nosso tempo aqui, de qualquer jeito.

Depois que meus filhos se tornaram adultos fiquei mais tranquila quanto a isso. Quando Deus quiser me levar, estou pronta. Sou exageradamente feliz, recebi muitas graças, muitas bênçãos, amei muito, fui muito amada, realizei-me em todos os sentidos.

Mas agora..... ui, estou com muito medo de morrer.

Meu irmão ia fazer agora um transplante de medula óssea e sou eu a doadora compatível, como já registrei aqui no blog. Mas o especialista do Rio de Janeiro recomendou que se aguarde mais algum tempo. Caso a doença volte (em no máximo 3 anos) então, sim, farei a doação.

Saí de lá num misto de felicidade e de angústia. E se eu morrer antes? Lá se vai minha medula junto comigo. Pode parecer engraçado, mas não é intrigante isso?

É claro que quero (e se quero, posso) viver muitos e muitos anos. Mas e se....

Então pensei cá comigo: se em algum lugar do mundo houver a possibilidade de extrair minha medula óssea e congelar, o problema estará resolvido. Não congelam cordão umbilical? Então...

Mas não sei se isso é possível. Alguém saberia dizer algo sobre essa hipótese?

27 de novembro de 2011

MAIS FERNANDO PESSOA

Fernando Pessoa, cujos textos estou sempre postando aqui, cada vez mais me encanta. Seus escritos são objetivos, enigmáticos, realistas, encantadores.

Agora em outubro de 2011 quando estive em Lisboa, fui à cata de mais obras de Pessoa. Trouxe o livro CITAÇÕES E PENSAMENTOS DE FERNANDO PESSOA, um texto organizado por Paulo Neves da Silva. Desse livro (um dos meus de cabeceira), tirei o seguinte:
"ESTOU CANSADO
Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto -
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para alguma coisa."
Poemas/Álvaro de Campos

23 de novembro de 2011

SOBRE O AMOR

Todos nós, seres humanos, vivemos em busca do amor.


O desejo de ser feliz nos move a buscar o amor ideal. Uns menos, outros mais exigentes. Idealizamos o ser que buscamos e na nossa fantasia ele é um exemplo de perfeição. Quando o encontramos, começamos a inspecioná-lo com lupa para checar se a estrutura física, o comportamento, as atitudes correspondem a nossa expectativa. E muitas vezes, deixamos escapar o amor, porque fomos exageradamente exigentes, porque simplesmente buscamos um deus ou uma deusa, ao invés de buscarmos um ser humano e como tal, com qualidades e defeitos. E lá vamos nós novamente na busca pela pessoa ideal, cegos e surdos, tateando no escuro, com o nosso manual de exigências à mão. Pura tolice.

O Osho, em seu livro Faça o Seu Coração Vibrar, nos ensina:

"O amor é o único mandamento. Se não houver amor, nem mesmo os Dez Mandamentos ajudarão em alguma coisa. Os Dez Mandamentos não são necessários - eles só são necessários porque você não está pronto para cumprir o primeiro e único mandamento. Eles são apenas substitutos fracos para o único mandamento: o amor.

"Como é possível conhecer o outro? Você pode amar e, através do amor, esse milagre acontece. Se amar o outro, uma grande compreensão surge naturalmente. Não que tente compreender o outro: você simplesmente ama o outro como ele é, sem julgamentos."

22 de novembro de 2011

FESTIVAL DE CREPES

O Chef Dudu Camargo participou do Festival Brasilia Gourmet 2011, na aula que ministrou às crianças. Uma curiosidade: no início da aula, ele alertou: "só vai comer doce quem devorar o chepe com legumes. Os pais que acompanhavam foram surpreendidos pelas mordidas dos filhos em fatias de cenoura, tomate, brócolis, couve-flor e carne enrolados na folha de massa. Tudo isso para atacar as tigelas de marshmallow, confeito e calda de chocolate.
Aí está a receita dos crepes:
INGREDIENTES
Massa: farinha, ovos, leite, sal a gosto, óleo.
OPÇÕES DE RECHEIOS SALGADOS
-carne moída refogada, frango desfiado e temperado, presunto desfiado, peito de peru
-brócolis, cenoura cozida, vagem cozida
-abobrinha em quadrados e cozida, ovo ralado
-azeitonas, milho verde, ervilha fresca
-salsinha picada, Catupiry, queijo chedar
-tomate picado
MOLHOS PARA GRATINAR
-molho branco, de creme de espinafre, de pomodoro, misto
OPÇÕES DE RECHEIOS DOCES
-Nutella, doce de leite, musse de chocolate marrom e branco, leite condensado, banana
-morangos, uvas, calda de chocolate, de caramelo, de morango, jujuba, confete.
PREPARO
Bata os ingredientes no liquidificador, preaqueça uma frigideira com uma colher de chá de óleo. Coloque a massa na frigideira e deixe assar até que a borda obtenha uma cor dourada. Vire a massa do crepe e deixe dourar o outro lado, Recheie a gosto e dobre-o.

18 de novembro de 2011

TEXTOS INTELIGENTES

"BRINCOS
Cegou meus olhos com fumaça,
Em minha boca, mel de abelha,
Me prometeu brincos de ouro,
mas só furou minhas orelhas"
Silvio Ribeiro de Castro

"CEGUEIRA CELULAR
Oi
Claro
que Vivo
de Tim
panos
ligados
pra só
ouvir a
voz do
mercado"
Rogério Salgado e Virgilene Araújo

"Promoção é assim:
tudo sem entrada,
que acaba em tudo sem saída."
Miltom Aguiar

"Enquanto o povo
usar viseiras,
será uma carroça
puxada por bezerros
que não param
de mamar."
Uby Oliveira

"Exército de pedintes
no sinal
boletos e bobagens
na caixa postal
chego em casa
ao fone:
credicard, em oferta especial."
Ricardo Mainieri

17 de novembro de 2011

O SOL DESPONTOU DE NOVO

Eu não disse várias vezes, que a vida é feita de tristezas e alegrias? E que nós temos de abraçá-la, com tudo que ela nos trás? Pois é. Hoje a nuvem cinzenta já não existe. Pelo menos, aquela que até ontem me envolvia. Meu irmão depende de um doador de medula óssea para se curar da leucemia. Nós irmãos, os quatro, fizemos o exame específico e aguardávamos ansiosos para saber se um de nós seria compatível. Havia a possibilidade, não a certeza. Pelo sim, pelo não, leiga como sou sobre o assunto, há mais de um mes, tomo copos e mais copos de leite e acrescentei outros alimentos ricos em cálcio na minha alimentação.

O resultado? Bingo! Eu mesma. Compatibilidade de 100%. São os milagres de Deus. A cada dia eles acontecem aqui e ali, presenteando os seres humanos. Chorei, agradecendo inúmeras vezes. É a certeza de que, após o período de tratamentos quimioterápicos e combate à infeccões que poderão adivir para o meu irmão, vamos seguir juntos para o Hospital do Câncer do Rio de Janeiro para iniciarmos as consultas e demais providências para a internação e o transplante de medula óssea.

Sou a doadora e isso me faz a pessoa mais feliz do mundo. Não há qualquer resquício de vaidade neste ato. Há, sim, alegria por contribuir para salvar uma vida, uma vida muito mais preciosa do que a minha: a do meu irmão Silvano.

15 de novembro de 2011

UM POUCO MAIS DO F.PESSOA

Estou sem vontade de escrever, de desabafar. Ando mais para fado do que para samba.Nem me surgem emoções tão tristonhas, nem tão alegres. Estou assim como o tempo em Brasilia: Ora faz sol, ora a chuva intermitente deixa o céu cinzento. Mesmo apática, a esperança não perco. A esperança de que amanhã minh'alma deixe de estar nublada e eu possa abrir os braços, feliz, como quem abraça a primavera.

Introspectiva estou. Ou sou? Aproveito para ficar comigo, fazer-me companhia, convencer-me de que é melhor ficar tranquila, de que tudo na vida passa. O que é bom e o que é ruim. Aproveito para ouvir música, para ler e para fazer orações que a fé, ah, essa eu não perco. Aguardo ansiosa, o resultado do exame laboratorial, meu e dos meus irmãos, para saber se entre nós, há um doador compatível para o transplante de medula que vai salvar o nosso irmão Silvano.

Enquanto isso quero ficar sozinha, para pensar, rezar, tentar me acalmar. E continuar a devorar Pessoa, que me conhece tanto.

Como agora:

"AUTOCONHECIMENTO

Começo a conhecer-me. Não existo.

Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,

ou metade desse intervalo, porque também há vida...

Sou isso, enfim...Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.

Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.

É um universo barato."

3 de novembro de 2011

TEMPO DE REFLETIR E DE MUDAR

Ando estranha ultimamente. Silenciosa, mais do que de costume. Acho que há, em muitas situações da vida da gente, um silêncio que precede uma mudança, uma tomada de consciência, a visão de um caminho novo a ser seguido. Nesse hábito que tenho de filosofar e de me confessar aqui no blog, às vezes eu mesma me percebo num amaranhado de emoções, muitas vezes confusas, sentimentos de ambivalência. Sempre quero mudar, mas mudar para melhor, buscando a harmonia comigo mesmo, com a natureza, com os seres humanos.

Meu irmão luta corajosamente contra a leucemia que o atacou. Eu busco estar diariamente ao seu lado, como a maioria dos familiares, incentivando-o e passando-lhe carinho, amor e alegria.

Mas quando fico só, entre uma reza e outra, me ponho a pensar que esta vida não é mesmo muito coerente, não obedece regras. Há tantas pessoas boas e justas sofrendo. E tantas outras pessoas más, saudáveis, se regozijando dos crimes que cometem...

Mas é claro que a coisa não é bem por aí. As leis espirituais são outras.

Mas uma coisa é certa: precisamos todos nos desacelerar, buscar ser mais complacentes conosco, reavaliar nossos próprios valores. Tentar ser mais ao invés de ter mais. Conhecer-se mais, ter mais ternura e respeito conosco. Agradar-nos mais. Viajar, passear, rir muito mais do que fazemos.

Apesar de eu já ter essa consciência, agora vejo que mudei muito pouco. Mesmo desejando cada vez mais viver uma vida simples, ainda vivo num apartamento grande demais para mim, tenho muita roupa, um carro, muita coisa desnecessária, muitos objetos obsoletos. E o pior: ainda continuo trabalhando, mesmo sentindo dores na coluna, após 44 anos de trabalho burocrático no serviço público. Isto para que? Para permanecer na minha vidinha besta e confortável. Sei que não preciso disso para ser feliz. E só agora me vem essa vontade férrea de mudar, de gritar para mim mesma: chega!!!! preciso descansar!!!

1 de novembro de 2011

UM AUTÊNTICO CHEF DE COZINHA

Conheci o ITAMAR SINIGAGLIA há poucos anos quando ele comandava o Da Noi, no Hotel Blue Tree Towers Brasilia. Na ocasião, ele preparou um excelente cardápio para o meu aniversário de 60 anos, celebrado naquele local, para 100 pessoas de paladar exigente.

A festa foi deslumbrante e o jantar inesquecível.

Há dois anos o Itamar saiu de Brasilia para comandar o Ristorante La Cantina Del Piero, em Bento Gonçalves (RS). O Brasilia Gourmet 2011 o convidou para uma aula show. Ele então preparou o prato que repasso a vocês:

LINGUADO AO MOLHO DE LARANJA E MANJERICÃO

Rendimento: 4 porções

INGREDIENTES

4 filés de linguado

sal

pimenta do reino moída na hora

azeite de oliva

1 l. de suco de laranja

açucar

200 ml de creme de leite fresco

folhas de manjericão fresco

PREPARO

Molho

Corrija a acidez do suco de laranja com açucar e leve ao fogo até reduzir a 1/5 do volume. Junte o creme de leite e deixe encorpar. Finalize com as folhas de manjericão. Reserve.

Peixe

Tempere o linguado com sal e pimenta moída na hora. Aqueça uma frigideira antiaderente e com um fio de azeite de oliva grelhe o peixe dos dois lados.

Pronto: é só servir. A dica do Itamar é a seguinte: esse peixe pode ser acompanhado de batatas coradas e aspargos frescos salteados na manteiga. Hummmmmm!

27 de outubro de 2011

VOLTEI, AQUI É MEU LUGAR...

Estou de volta, após a experiência de sete dias perambulando por Lisboa.

Viagem ótima: muitos passeios solitários, muita reflexão, muitas orações, muito vinho e bacalhau. É engraçado como as pessoas estranham o fato de uma mulher estar como turista, sozinha. Como se isso diminuisse o valor das viagens. Ao, contrário, há muita riqueza nisso. O momento pelo qual eu passava exigia introspecção, silêncio. Meu coração sangrava de dor porque meu irmão caçula está com leucemia. Eu estava estafada de tanto chorar e acordar insone nas madrugadas, pensando nele. Quantas vezes eu repeti a mim mesma e a Deus, que eu preferiria estar no lugar do meu irmão. Mas não, essa carga é personalíssima. Só me restava acreditar que a batalha será vencida, que a dor vai passar, que o amanhã trará outras flores.

E fui. Disse a mim mesma: vou a Fátima rezar. Em Lisboa andei por praças, monumentos e museus. Caminhava também por ruas desconhecidas, sem me importar se elas teriam ou não saída. Caminhava até a exaustão.

Almocei onde quiz e na hora em que senti apetite. Sim, porque não levei relógio, nem perguntei a quem quer que fosse, que horas eram. Acordava e dormia naturalmente, sem saber se era cedo ou tarde.

Mas eu nenhum momento eu me senti infeliz. Triste, sim, pelos problemas que enfrentava, mas infeliz, não! Eu me permitia admirar tudo que era belo; vislumbrava, encantada, as águas do Tejo, as flores exuberantes dos jardins e parques. Eu me dei o direito, todos os dias, de entrar nos restaurantes ( Bem Belém, em Belém; João do Grão, na Baixa; Cervejaria Trintade, no Bairro Alto e diversos outros no Cais de Alcântara, como o Espalha Brasas -Armazém 9) e degustar delicosos pratos acompanhados de uma excelente taça de vinho.

Fui à Fátima e cheguei à Igreja, no exato momento em que celebravam uma Missa. Fui tomada por uma onda de emoção. Rezei muito por todos e, em especial, pelo meu irmão Silvano. Supliquei à Virgem que cobrisse com o Seu manto meu irmão e que Sua luz inundasse seu corpo naquele momento e lhe concedesse a cura total da doença. O Sil não é só meu irmão: ele é o meu irmão mais amado, como João era para Jesus. O Sil é uma mistura de irmão e filho e tudo que ele sofre reflete em mim, dói nas minhas veias também. E no coração.

Rezar foi muito bom pra mim. A fé remove mesmo montanhas. Vem aquela certeza de que o Ser Supremo nos envolve em bênçãos e luzes. A mesma certeza senti nos Jerônimos, na Igreja de Santa Maria de Belém.

Passeei bastante pelas ruas que circundam a Praça do Rossio, em especial a Rua Augusta, com suas lojas elegantes e tradicionais, restaurantes e cafés com mesas coloridas no meio da rua e as pessoas caminhando à volta (como uma miniatura da Champs Elisée, em Paris).

Voltava ao hotel quando eu me cansava. Aproveitava para descansar e refletir. Não senti solidão, em nenhum momento. Como é bom esse privilégio de estar em silêncio algumas vezes, sem ser interrompida.

Estou feliz, realizada por ter vivido essa semana em Lisboa. Voltei mais recuperada, fortalecida. Encontrei meu irmão melhor e a cada dia todos nós confiamos de que a cura acontecerá. Temos certeza que o tratamento é eficaz e as bênçãos divinas recaem a cada dia sobre ele.






15 de outubro de 2011

E POR FALAR EM MOMENTOS...

Resolvi ontem: vou pra Lisboa!

Real, nenhum. Euros, muito menos. Eu ando cheia de preocupações e tristezas, por problemas familiares. Além do mais, passando por uma decepção amorosa (mais uma). Passeando pela Livraria Saraiva encontrei um livro com um título diferente: DANE-SE. Comprei e imediatamente comecei a lê-lo. O que li em duas horas foi suficiente para eu concluir que devemos mesmo, ao analisar situações do cotidiano, minimizá-las e dizer (ou gritar): Dane-se!

Imediatamente, pedi uma semana de licença do trabalho. Fui ao Banco e fiz um empréstimo. Corri para a TAP, comprei a passagem e depois comprei uns euros. Resultado: estou embarcando hoje para Lisboa. Sozinha, ou melhor, em minha companhia. Em 07 dias vou à Fátima refletir e rezar bastante pelo meu irmão que está doente, vou passear por Lisboa, vou me sentar à beira do Tejo, vou me fartar de deliciosos pratos de bacalhau e também tomar um café no Bar onde Fernando Pessoa frequentava (adoro o Pessoa).

Aliás, tenho muito dele. Somos uns evadidos. Certa vez ele escreveu: "Sou um evadido. Quando nasci, fecharam-me em mim. Ah, mas eu fugi!" Assim sou eu.

Alguns colegas e amigos, assustados com a rapidez da minha decisão, devem ter pensado: por que ela vai viajar, assim de uma hora pra outra? Insensata, esse não é o momento! Bla, bla, bla....

Sem me preocupar com a opinião alheia, repito mil vezes: DANEM-SE!

11 de outubro de 2011

SOBRE VIVER OS MOMENTOS

Fernando Pessoa fala com sabedoria e inteligência sobre isso. Ninguém melhor do que ele para passar essa lição. Já ma passou há muitos anos e eu aprendi. Muitos não a leram, não aprenderam e seguem cegos, apenas fazendo planos. Ou gastam tempo lembrando-se ou contando aos outros lembranças passadas. Eu não. Quero viver mesmo só o hoje. Os momentos. Amanhã nem sei quem sou e se quero o que desejo hoje. Sou muitas vezes julgada e pago sempre um preço por ser assim.
Aí está:

"(420) F, Pessoa
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto_
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este é o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, por que és ele."

6 de outubro de 2011

TEMPO DE SILÊNCIO E DE ORAÇÕES

Ando mergulhada no silêncio. E na dor.

Difícil postar alegrias neste momento.

Meu irmão caçula, meu amado irmão Silvano teve um inesperado diagnóstico para sua palidez e cansaço excessivo: leucemia. No mesmo dia, internação, UTI e imediata quimioterapia.

Toda a família reunida, sofrendo e, ao mesmo tempo, repassando confiança e fé, acreditando que, passado esse terrível momento de tratamento difícil e doloroso, ele vai se curar. Se Deus quiser!

Eu, que sempre fui forte como uma leoa, também adoeci. Gripe, tosse e prostração me deixaram na cama desde domingo passado. Alternei momentos de lucidez e orações, com momentos de choro convulsivo, o peito parecendo sangrar.

Hoje eu me levantei e saí de casa, pela primeira vez. Minha energia voltando, aos poucos.

Voltar aqui no blog me dá alento. Penso que alguém vai ler meu desabafo e rezar também por meu irmão, por mim, por nós. Assim seja!

30 de setembro de 2011

SABEDORIA DO OSHO

"Quem tem medo da morte? Nunca cruzei cm alguém que o tenha. Mas quase todo mundo com quem cruzei tem medo da vida.
Esqueça o medo da vida... Ou você tem medo ou você vive - a decisão é sua. E o que há para temer? Não há nada que possa perder. Você só tem a ganhar.
Esqueça todos os medos e mergulhe de cabeça na vida."

"Como é possível conhecer o outro? Você pode amar e, através do amor, esse milagre acontece. Se amar o outro, uma grande compreensão surge naturalmente. Não que tente compreender o outro: você simplesmente ama o outro como ele é, sem julgamentos."

"O amor é um subproduto da liberdade. É a alegria transbordante da liberdade, é a fragrância da liberdade. Primeiro é preciso que haja a liberdade para que depois haja o amor."

"Não condene a sensualidade. Ela tem sido condenada pelo mundo inteiro, e, por causa disso, a energia que poderia florescer em sensualidade se transforma em perversões, ciúme, raiva, ódio - um tipo de vida ressequido, sem nenhuma seiva.
A sensualidade é uma das maiores bênçãos que a humanidade recebeu. É a sua sensibilidade, a sua consciência. É a sua consciência filtrando através do corpo."

19 de setembro de 2011

REFLEXÃO

Tenho medo da minha loucura. Não aquela do louco clássico, daquele que grita, arregala os olhos e se mostra agressivo. Tenho medo é do meu lado oculto, desconhecido, onde mora minha rebeldia, minha criança teimosa que quer, de repente, desobedecer as ordens, pular o muro e fugir de casa. Já nasci carregando a bandeira da liberdade. Tenho medo de ficar presa, sem poder ir para onde quero. Quero amar quem amo. De verdade. Eu me entrego, me doo, quero o tempo todo agradar e fazê-lo feliz. Fiel. Fidelíssima. Sou assim. Mas quando penso que esse amor pode me amarrar, me engaiolar, tenho sinais de pânico. E esse medo é destrutivo, porque posso interromper uma felicidade que poderá ser duradoura, eterna. Ai, meu Deus, me ajude! Me livra das recordações de experiências passadas que me lembram a clausura, o fosso, o desespero, a cela! Não permita que eu fuja de novo.

Arranca de mim este medo, para que eu possa viver em paz e feliz uma experiência de amar!

FILÉ AU POIVRE

Esta receita é do Chef Severino Xavier que há 45 anos agracia os clientes do Restaurante La Chaumière, em Brasilia, com este prato. Severino ou Severram (fala-se com sotaque afrancesado) ensinou esta receita aos participantes do Brasilia Gourmet de 2011. Vamos experimentar?


"FILÉ AU POIVRE

INGREDIENTES

-200 a 220 g de filé mignon (sugestão: tournedor)

-150 ml de creme de leite fresco

-pimenta do reino preta triturada a gosto

-100g de manteiga com sal

-uma dose de conhaque

-sal a gosto

PREPARO

Passe o filé na pimenta do reino triturada.

Aqueça uma frigideira em fogo alto e doure a manteiga. Quando estiver quente coloque o filé e vire os dois lados, acrescentando o sal a gosto.

Escolha o ponto. Retire o filé e acrescente o creme de leite na frigideira, misture e adicione o conhaque, flambe o filé e sirva."

Dica do chef: acompanhe com batatinhas sauté ou arroz com brócolis.

12 de setembro de 2011

ORAÇÃO ANTIGA

Encontrei no fundo do baú, uma oração antiga, um desabafo de amor, escrito em 2002.
O relacionamento durou cinco anos. Em 2000 ele desapareceu. Normal, dizem alguns, os homens são assim mesmo! Mas alguém avalia o estrago no coração de quem fica? Nenhuma notícia, nenhuma palavra de amor ou de adeus.
Sensação de tristeza profunda, de abandono:
"A caixa do correio
continua vazia
há anos,
sem uma palavra
que me venha
do além mar
e a tristeza não passa,
não passa,
meu Deus!...
Meu coração ferido
segue vazio
há tanto tempo
sem um alento,
ou um sinal

que me conforte
e a saudade não passa,
não passa,
meu Deus!..

AMOR INTERROMPIDO

Ao menos uma vez mais
queima com teu beijo
os lábios meus.
Estanca esta ferida
há tanto tempo aberta,
dolorida.
Olha nos meus olhos,
repara nesta dor latente
me abraça forte
e parte, sai da minha vida...

RENASCIMENTO

Inúmeras vezes me aprisionaram, me perseguiram e tantas vezes eu me refiz e me fiz livre.

Ainda assim, em toda a minha vida, nenhum sentimento mesquinho, nenhum ódio habitou meu coração.

Na minha tragetória pessoal e profissional, muitos se sentiram incomodados comigo.

Sim, porque a autenticidade, o espírito de justiça, a espontaneidade e a alegria causam desconforto aos céticos, aos homens sérios e ineficazes.

Porém, como a Ave Fenix, assim sou eu: "ressurgirei das cinzas e farei ressoar sobre os céus o forte refluar das minhas asas."

MAPA ASTRAL


Meu coração já fez
seu mapa astral:
seu signo combina
com o meu
e ponto final.

31 de agosto de 2011

DUALIDADE

Encontrei esse poeminha meu e resolvi postá-lo. São duas formas de expressar amor...
Essa dualidade está sempre presente em nós. Somos sempre dois, ou mais. Complexo esse universo humano, mas devemos nos aceitar como tal.
Aí está:
Não se engane, meu amor,
sou ao mesmo tempo
anjo e demônio...
Meu lado ingênuo,
cor de rosa,
quer te pegar no colo,
te ninar, te proteger,
ser ternura, teu lar.
Meu outro lado
é envolvente,
cor de fogo,
serpente
e perigoso...
Vai te enlaçar
te sufocar de beijos,
se atrever

e te queimar...

30 de agosto de 2011

UM POEMA INTRIGANTE

Assim é o poeta Edimo Ginot: ora mistérios, ora clareza intrigante.
Este poema em tom confessional, mostra o poeta desnudo, corajoso, de peito escancarado.

Vejam só:

"DEIXA ESTAR
tenho no peito o aço estampado
brasa que arde dos sonhos desfeitos
tenho virtudes de ares roubados
tenho pecados e muitos defeitos
rodei caminhos por rotas estranhas
quebrei os espinhos, feri as entranhas
vivi dos amores, senti os prazes
guardei meus temores, usei meus poderes
a vida me deu o que pôde me dar
o resto eu peguei, como pude pegar
o céu ficou longe, não posso chegar
o inferno é aqui mesmo, então deixa estar"

24 de agosto de 2011

AMOR VERDADEIRO

Esse poema é de Jovino Machado, sobre um amor verdadeiro e infinito:
"TRANSPLANTE
Se o meu coração não bastar
Te dou o meu riso e o meu rim
Se meu coração não bastar
Te dou o meu fígado e o meu fim
Se o meu coração não bastar
Te dou o meu olho e o meu olhar´

É pegar ou largar."

SOBRE O SILÊNCIO

Muitas vezes em minhas postagens, eu falei sobre o silêncio. Sobre suas vantagens, sobre a sabedoria de apreciá-lo.
Hoje quem nos fala dele é Alex Xavier (Livro da Tribo 2008/2009):
DIA DO SILÊNCIO
"Uma conversa onde não há silêncios é uma conversa de surdos, dizia Frederick Peris em uma de suas tiradas genias. O silêncio é o tempo de digerir o que o outro disse, compreender o que o outro comunicou.
Muitas vezes, as pessoas mal conseguem esperar o outro acabar de falar - elas começam a falar junto, demonstrando que não estão abertas a realmente ouvir o outro.
Sem isso, como podem se entender?"

22 de agosto de 2011

POLENTA COM LINGUIÇA

Um clássico prato italiano da chef Ana Toscano: POLENTA COM LINGUIÇA
INGREDIENTES
MOLHO
200g de linguiça calabresa fininha
200g de linguiça portuguesa
200g de linguiça pura de porco (ou de frango)
1 colher de sopa de alho picado
1 cebola grande picada
2 folhas de fouro
manjericão seco a gosto
3 colheres desopa de azeite de oliva
2 latas de pomodori pelatti
2 copos de caldo de galinha concentrado
mangericão fresco
POLENTA
10 xícaras de água
4 xícaras de fubá fino (ou polentina)
2 colheres de sopa de manteiga
sal a gosto
1 xícara de parmesão ralado
PREPARO
MOLHO
Em uma panela, aqueça o azeite e frite as linguiças cortadas em pedaços.
Quando começarem a dourar, junte o alho, a cebola, o louro, o mangericão seco e refogue bem. Adicione as latas de pomodori pelatti e o caldo de galinha. Deixe cozinhar até o molho engrossar e as linguiças estarem macias. Junte o majericão fresco e sirva sobre a polenta. Regue com fio de azeite extravirgem.
POLENTA
Misture a polentina à água fria, leve ao fogo e deixe engrossar mexendo sempre. Quando estiver cozida, tempere com o queijo, a manteiga e o sal a gosto.
Bom Apetite!


18 de agosto de 2011

FESTIVAL DO SABOR

Em Brasilia acontece anualmente a edição do Brasilia Gourmet, que reúne milhares de pessoas interessadas em aulas e workshops (entre elas, crianças), ministrados por chefs de cozinha que dão um banho de conhecimento, habilidade e talento.

A edição 2011 reuniu 33 chefs que transmitiram valiosos conhecimentos a 1.579 inscritos. O concurso de novos talentos (chefs) classificou Felipe Benvenuto - 1º lugar na categoria Entrada; Verônica Gomes - 1º lugar na categoria Prato Principal e Tatiana Maia - 1º lugar na categoria Sobremesa.

O Correio Brasiliense de hoje trouxe, em suplemento especial, robusto material informativo, inclusive as receitas deliciosas desses chefs, algumas das quais vou postando para que os leitores deste blog possam reproduzir e degustar. Aqui vai a primeira:

VITELLA ALLA MILANESA (Chef Salvatore Loi)

Ingredientes

250 g de carne de vitelo com osso

1 ovo batido sem sal

80 g de pão de miga

40 g de farinha de rosca

50 g de manteiga

50 ml de óleo

100 g de manteiga clarificada (200 g de manteira normal)

sal a gosto

Preparo

Retire com uma faca o excesso de gordura e nervos, em seguida bata a carne até chegar a uma espessura de 5 cm a 8 cm. Reserve.

Em uma tijela, bata o ovo. Passe a costeleta na farinha de pão. Pressione com a mão, depois passe no ovo (umedecendo as duas partes), em seguida no pão de miga. Faça uma ligeira pressão com a mão, até os cubinhos grudarem bem. Reserve.

Em uma figideira coloque a manteiga clarificada, derreta bem a fogo alto. Acrescente a milanesa e doure por 2 minutos por lado. Com papel toalha, retire o excesso de óleo. Sirva com salada verde e limão siciliano, pulverizada com pouco sal.

Bom apetite!


3 de agosto de 2011

A IMPORTÂNCIA DO AMANTE

Quem é o seu amante?
(Jorge Bucay - Psicólogo)

"Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam".
Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório,
para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.
Há as que pensam:
"Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?!
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.
Àquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: "AMANTE" é aquilo que nos "apaixona", é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.
O nosso "AMANTE" é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta.
É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso
"AMANTE" em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....Enfim, é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!..

E o que é "ir levando"? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova
que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade,
com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã*.
Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista... DA SUA VIDA!


Acredite: O trágico não é morrer,
afinal a morte tem boa memória, e nunca se esqueceu de ninguém.

O trágico é desistir de viver... Por isso, e sem mais delongas, procure um amante ...

A psicologia após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
"PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO
E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ,
É PRECISO NAMORAR A VIDA".

27 de julho de 2011

PICANHA DE PANELA

Quer comer uma picanha diferente? Pois, vamos lá!

Ingredientes:
1 picanha inteira
tempero à vontade (tomate picado, coentro (se gostar), salsa, cebolinha, alho, cebola e molho de tomate)
1 ou 2 linguiças defumadas
1 cálice de vinho tinto.
Modo de fazer:
Rechear a picanha com o tempero batido e a liguiça. Cozinhar em panela com o restante do tempero, até ficar ao ponto. Colocar o vinho e deixar mais um pouco em fogo baixo.
Servir a picanha fatiada com o molho, acompanhados de pães, arroz branco ou pirê de batatas.

Bom apetite!

24 de julho de 2011

ME DESEJEM SORTE

Me abracem forte
Me digam que eu mereço
Me desejem sorte
rezem comigo
todas as rezas fortes
aos santos iniciantes
ou aos mais graduados.
No meio desta curva perigosa
dos sessenta,
acelero corajosamente
meu coração.
Estou vencendo obstáculos
e amando novamente...

16 de julho de 2011

SE EU MORRER NOVO

"Se eu morrer muito novo, ouçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum."
Fernando Pessoa

14 de julho de 2011

MEDO DE AMAR

Sempre fui de saltar de cabeça, como já disse antes em minhas postagens.

Mas o tempo tem me transformado, embora sutilmente, numa pessoa mais ponderada, um tanto medrosa: resquício de frustações amorosas anteriores. Estabelecido fica então um conflito: ousar ( o coração diz que sim) ou permanecer sozinha (a razão diz também que sim).

A possibilidade de um novo relacionamento é real. O que pode vir a ser amor é um canto de sereia. Ouço-o e me encanto, mas ando com receio de me jogar no mar.

Afinal, a mesmice da vidinha solitária é tão reconfortante! Sou uma pessoa tão feliz! Por outro lado, é tão gostoso ter mãos para afagar, ter alguém para amar...

De qualquer forma estou me afastando da praia, bem cautelosamente, em direção ao mar de um possível amor.

Sobre o assunto, acabei de ler um texto do OSHO:

"O amor de verdade não é uma fuga da solidão, o amor de verdade é uma solitude abundante. A pessoa está tão feliz em ficar sozinha que tem vontade de compartilhar. A felicidade sempre quer compartilhar. Ela é excessiva, não pode se conter, como a flor não pode conter sua fragrância - ela tem que se espalhar pelo ar."

POEMAS DE DOR E TERNURA

Ela é excelente escritora e seus textos poéticos são do mais alto nível.
Como mãe, mulher e amiga ela é inigualável.
Tenho a honra de me considerar sua amiga, depois de anos em que lia e admirava seus poemas sem, sequer, imaginar que iria conhecê-la um dia e sabê-la minha (quase) parente.
DARCY FRANÇA DENÓFRIO, minha conterrânea, além de destacar-se na área do ensaio e da crítica literária, presenteia-nos com excelente poesia, como esta do seu livro Poemas de Dor e Ternura:

RESISTÊNCIA

Passou um vendaval
em minha vida.
E eu fiquei
mastro solitário
sobre um casco à deriva.
Mas ele não vai a pique
nem com o peso desta solidão.

12 de julho de 2011

PURO CARMIM



Dores tive inúmeras. Cicatrizes tenho ainda algumas, indeléveis.
Hoje revendo meus textos postados no OVERMUNDO, retirei este que expõe meu coração ferido em razão da morte do meu marido, há alguns anos:
O sangue
do meu amado
ficou quase todo
no banco do carro.
Sobrevivente do caos,
perambulo até hoje
com o meu dentro do peito.
Mas, enquanto vivo,
germino minhas flores
e rio meu riso
de puro carmim...

11 de julho de 2011

TEXTO DE GIBRAN

Sempre admirei as obras de Gibran, desde a minha mocidade.

Gibran, nascido numa aldeia das montanhas do Líbano, era um reformador social e tinha em Jesus seu guia e sua esperança. Na época em que nasceu, a sociedade oriental, o povo era oprimido e explorado pelo clero e pela aristocracia.

Na sua primeira juventude, Gibran foi um rebelde na luta contra a iniquidade e mostrou sua rebeldia nos contos sentimentais e violentos, nos quais algum injustiçado se opõe heroicamente aos sacerdotes e feudos. Nesses contos, Gibran honra as virtudes.

Mas, foi no Evangelho de Gibran que o autor encontra sua maior inspiração: o amor aos pequenos, a condenação dos ricos, a coragem de enfrentar os poderosos e a pregação da verdade e da justiça. Em 1928, embora doente, decidiu escrever um livro sobre Jesus. Trabalhava até altas horas, ditando a Bárbara Young suas palavras, ocasião em que seu rosto refletia as grandes emoções que sentia. Retratou então Jesus como o homem mais sublime que já visitou a terra, um ser de sabedoria e forma ilimitadas, um poeta supremo, um irmão, um guia, o ideal de todos nós.
Li e releio sempre esse livro: JESUS, O FILHO DO HOMEM.
Há mais ou menos trinta anos, quando eu era ativa participante de movimentos católicos, fui convidada a preparar uma Reflexão sobre Jesus. Nela inserí trechos desse livro, em que Maria Madalena relata seu primeiro encontro com Jesus (na visão de Gibran). Todos os ouvintes ficaram emocionado e também eu.
Mas, passados alguns dias, foi recomendado a mim e a outros participantes que não usassem mais esse texto do Gibran no grupo em que eu participava.
Fiquei desapontada. Algum tempo depois deixei o grupo e continuei decidida a ler e apreciar todos os bons textos, de quem quer que fosse.
Aí vai um trecho:

"MARIA MADALENA

.......................................................................................................... Foi no mês de agosto que O vi novamente, através da minha janela. Estava sentado à sombra do cipreste, em meu jardim e estava imóvel como se tivesse sido talhado na pedra como as estátuas de Antióquia e das outras cidades do País do Norte.

E minha escrava, a egípcia, veio até mim e disse: "Aquele homem está novamente aqui. Está sentado ali, em vosso jardim."

E olhei para Ele, e minha alma estremeceu dentro de mim, pois Ele era belo.

Seu corpo era perfeitamente coordenado, e cada parte parecia amar cada outra parte.

Então, vesti-me com vestidos de Damasco, deixei minha casa e dirigi-me para Ele.

Seria minha solidão, ou seria Sua fragrância, que me impelia para Ele? Era uma fome em meus olhos que desejava a beleza ou era Sua beleza que buscava a luz dos meus olhos?

Ainda hoje não o sei.

Caminhei para Ele com meus vestidos perfumados e minhas sandálias douradas, as sandálias que o capitão romano me deu, sim, estas mesmas sandálias. Quando O alcancei, disse-lhe: Bom dia para vós."

E Ele disse: Bom dia para ti, Miriam."

E olhou para mim, e Seus olhos-de-noite me viram como nenhum outro homem jamais me tinha visto. E subitamente senti-me como se estivesse despida, e fiquei envergonhada.

Entretanto, Ele apenas dissera: "Bom dia para ti, Miriam."

E então eu Lhe disse: Não quereis entrar em minha casa?"

E Ele disse: "Já não estou em tua casa?"

Eu não sabia o que Ele queria dizer com isso, mas agora sei.

E Ele disse: Por que me convidas para ser teu hóspede?"

E eu disse: "Rogo-vos que entreis em minha casa." E era tudo o que era terra em mim e tudo o que era céu em mim chamando por Ele.

Então, Ele olhou-me, e o meio-dia dos Seus olhos estavam sobre mim, e Ele disse: "Tu tens muitos amantes; entretanto só eu te amo. Os outros homens amam a si mesmos quando te procuram. Eu te amo por ti mesma. Os outros homens vêem em ti uma beleza que desaparecerá mais cedo do que seus próprios anos. Mas Eu vejo em ti uma beleza que não esmaecerá e, no outono dos teus dias, esta beleza não terá receio de olhar-se no espelho, e não será ofendida.

Somente eu amo o que não se vê em ti."

...................................

E afastou-se caminhando.

Mas nenhum outro homem jamais caminhou da maneira como Ele caminhava. Era uma brisa nascido no meu jardim que se movia para o leste? Ou era uma tempestade que abalaria todas as coisas até seus alicerces?

Eu não sabia, mas naquele dia o poente de Seus olhos matou o dragão que havia em mim, e tornei-me uma mulher, tornei-me Miriam, Miriam de Mijdel."
Não é um texto valioso?

2 de julho de 2011

NÃO ME ENTENDO COMIGO

Repousa sobre o trigo
Que ondula um sol parado.
Não me entendo comigo.
Ando sempre enganado.
Tivesse eu conseguido
Nunca saber de mim,
Ter-me-ia esquecido
De ser esquecido assim.
O trigo mexe leve
Ao sol alheio e igual.
Como a alma aqui é breve
Com o seu bem e mal!
Fernando Pessoa (De Cancioneiro)

29 de junho de 2011

POEMAS VALIOSOS

Eu estou sempre lendo poesia, respirando poesia, sentindo poesia, embora quase não a produza.
Quando sinto a emoção de um pensamento, sinto dores de parto, mas muitas vezes eu os aborto, quando não os transformo em poesia. É como se eles fossem só meus. Ou é porque não sou talentosa o bastante para deixá-los nascer. Porisso prefiro transcrever poemas de autores a quem admiro.

Uma dessas poetas é Clarisse Lispector. Aí está o poema que escolhi para hoje:


"Eu te conheço até o osso por intermédio
de uma encantação que vem de mim para ti.
Só há uma coisa que me separa de você:
o ar entre nós dois. às vezes para ultrapassar
esse quase cruel afastamento, eu respiro
na tua boca que então me respira e
eu te respiro. Mas só por um único instante, senao sufocaríamo-nos:
seria o castigo que se recebe quando um tenta ser o outro."

POEMAS VALIOSOS

Este poema é muito valioso. Forte. Consistente. E sábio. Encerra desejo, paixão... Tema universal. De autoria de Edimo Ginot, de quem sou fã, integra o seu livro POETA VENCIDO:
"ASSIM
a vida devia
ser sempre assim

a gente se esbaldando
num lençol de cetim

eu começando
em você

e você se acabando
em mim "

CREME DE PALMITO COM ALHO PORÓ

Em Brasília o frio anda nos castigando à noitinha. Hora de tirar o pijama da gaveta e após um banho quente, colocarmos meias nos pés. E aí queremos nos alimentar com algo bem quentinho.Tenho aproveitado para fazer sopas e cremes quentes para o lanche da noite. Dia desses postei uma receita também para os dias frios. No próximo sábado vou receber uma visita querida. Andei selecionando receitas e decidi fazer esse creme delicioso. A receita veio da internet. Recomendo-a para todos:"CREME DE PALMITO COM ALHO PORÓ


Ingredientes: Refogado: 2 colheres (sopa) de azeite1 xícara (chá) de alho poró em rodelas finas. Creme: 3 colheres (sopa) de azeite2 colheres (sopa) de cebola picada1 vidro de palmito de Açaí1 cubo de caldo de legumes1/2 xícara (chá) de água do vidro de palmitol 1/2 xícara (chá) de leitel colher (sopa) de amido de milho1 caixinha de creme de leite Croutons a gosto.


Modo de fazer: Refogado: refogue o alho-poró no azeite e reserve.Creme: aqueça o azeite e refogue a cebola, junte o palmito picado, o cubo de caldo de legumes esfarelado e a água, deixe no fogo até levantar fervura..Misture o leite com o amido de milho e leve ao fogo numa panela e mexa sem parar até que adquira consistência.Junte o alho poró refogado, o creme de leite e deixe cozinhar por mais 3 minutos. Se gostar polvilhe com queijo parmesão ralado.Sirva com torradinhas ou croutons. "Hummmmmm!

25 de junho de 2011

ARRISCAR-SE

Sempre gostei de viver corajosamente e não desperdiçar oportunidades de viver bem. Quando uma estrada se abre, sempre acredito que vai dar num bosque, num lago, num parque, num lugar onde mora a alegria e a felicidade. É claro que nem sempre é verdade, há caminhos que levam ao sofrimento. Mas sou movida a esperança. Tenho sete vidas. Dou a volta por cima. E mais, tenho coragem e fé! Acredito que para escrever a nossa história, temos de sorver a vida com tudo que ela nos traz.

A propósito, retirei do livro Para Não Dizer Adeus, de Lya Luft o poema que corrobora o que eu digo:

"ÔNUS

A esperança me chama,

e eu salto a bordo

como se fosse a primeira viagem.

Se não conheço os mapas,

escolho o imprevisto:

qualquer sinal é um bom presságio.


Seja como for, eu vou,

pois quase sempre acredito:

ando de olhos fechados

feito criança brincando de cega.

Mais de uma vez saio ferida

ou quase afogada,

mas não desisto.


A dor eventual é o preço da vida:

passagem, seguro e pedágio."

19 de junho de 2011

FLORBELA ESPANCA

Estou relendo o livro Florbela Espanca - Melhores Poemas, seleção de Zina C. Bellodi. Florbela Espanca tem sido considerada a figura feminina mais importante da Literatura Portuguesa. Sua poesia revela uma sensibilidade sem igual, onde a autora, como numa confissão, extravasa as lutas internas de tendências e sentimentos opostos.

"REALIDADE

Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...


Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho...


Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...

Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei... se te perdi..."


9 de junho de 2011

REFLEXÃO

Há alguns dias eu me aborreci, envolvida num dilema: até quando eu deveria me importar com as decisões de filhos adultos, fossem elas acertadas ou equivocadas? No caso concreto, dei palpites, chorei, briguei, defendi minha posição contrária. Mas eu tinha certeza de que a minha visão era mais clara e acertada.

Será mesmo? Será que não deveria deixar que uma atitude claramente impensada causasse grandes e irreversíveis prejuízos financeiros a um filho e sua familia? O que fazer, diante da intransigência de um filho que (na visão madura e sábia dos pais) quer agir de forma imatura, em nome da liberdade individual. Fiquei dias e noites meditando. Os filhos crescem e já não nos ouvem mais... Ficamos atônitos, nos perguntando porque o elo que nos liga a eles tornou-se tão frágil...

Megulhando nas reflexões de Lya Luft, na sua obra Multipla Escolha, encontrei trechos muito sábios: "Mas acontece olharmos consternados aqueles a quem achamos que tínhamos passado a tocha, o bastão - e vermos que quase nada nos liga a eles, ou pouco os liga a nós: praticamente nem nos conhecemos. Filhos e filhos de filhos andam por um mundo de liberdades e possibilidades que a gente mal entrevia, algumas das quais conquistamos com sangue e dor, mas eles nem sabem disso, nem se importam: filhos não querem saber dos problemas dos pais, e há de ser natural assim.

A verdade é que nem tudo o que lhes entregamos era ouro, nem todos os caminhos levavam à alegria, nem tudo foi libertação.

Muitos moços ficam incertos quanto a seu lugar na sociedade e na família, atordoados pela competição de mercado, seduzidos pelas facilidades, nivelados por baixo pelo ensino ruim, desesperançados dos líderes cínicos, confundidos pela hipocrisia. Irritados com nossa incompetência em lhes dar um legado melhor, sofrem com a falta de uma cultura mais coerente, uma sociedade mais limpa, oportunidades mais justas, menos miséria, menos cinismo.

Mas a tendência mais frequente (e desde a antiguidade sempre foi) é nos queixarmos deles: os meninos não estudam, não querem nada com nada, não apreciam a família, não têm objetivos maiores, nunca amadurecem. Mas, e nós? O que fazemos para que se valorizem, amadureçam, adquiram autonomia?"

Não sei. O que eu poderia fazer, já fiz. Melhor, fiz mais do que deveria e poderia. Passei como mãe (e depois de 1990, como pai e mãe) todos os valores éticos e morais e todos os bons exemplos possíveis.

Agora, já no outono da minha vida, preciso mais é pensar em mim, me amar, ter carinho e paciência comigo mesma. E até me perdoar, se falhei como mãe.

6 de junho de 2011

PIRÃO DE MULHER PARIDA

Hoje fiquei sem ter o que fazer, presa em casa, e resolvi dar uma olhadinha nos meus livros de receitas. Achei uma que me lembrou o tempo em que fui à Goiânia dar à luz meus filhos caçulas (um em 1975 e o outro em 1976). Eu mal acordava da sedação e já ouvia minhas tias Lurdes e Dirce discutindo no quarto, para decidirem qual delas me traria o pirão de farinha de mandioca com galinha caipira. Dava sustância, diziam, e fazia a mulher se recuperar do trabalho de parto. Naquela época não havia tantas nutricionistas no nosso pé, insistindo para devorarmos quilos de alface. Aí vai a receita, que vale para todos, homens e mulheres, independentemente de estarem no período pós-parto.

Ingredientes:

2 colheres (sopa) de óleo

1 dente de alho esmagado

1 colher de sal

1/2 colher (sopa) de urucum ou colorífero

4 xícaras (chá) de caldo de galinha

4 ovos

farinha de mandioca

salsinha e cebolinha a gosto

Modo de fazer:

Aqueça a gordura e doure o sal com alho. Acrescente o urucum, misture e adicione a água. Quando ferver, acerte o tempero , quebre os ovos e coloque-os na panela com cuidado. Quando os ovos começarem a cozinhar, mexa-os com uma colher, deixando a gema aflorar. Vá acrescentando a farinha, aos poucos, deixando-a cair levemente, para não formar caroços. Deixe cozinhar até atingir a consistência cremosa de um pirão. Acrescente pequenos pedaços de galinha, salsa e cebolinha.

Nesta época fria é excelente para um fim de tarde!

2 de junho de 2011

TE GUIAREI PARA O ESPAÇO

Hoje vai um poema da minha filha Giovana Nunes. Seu marido a inspirou, mas serve para alguns que estão amando e para outros que aguardam a chegada de um grande amor. Como eu.

"Quero que me tenhas nos braços

E suporte o peso das minhas palavras

Desejo o profundo suspiro da verdade:

Amar não é o que parece


Para sentir é preciso coragem

Amar nos faz melhores

Mas nos faz humanos


Covardia é fingir que não vê

E o mundo está cheio de cegos

Ocos e secos

Mas não eu


Minh'alma é repleta de amor

Que me tira o fôlego

Me faz voar por outros mundos

E acreditgar que ouço os sinos

Vejo estrelas e planetas


Então me tenhas contigo

E te direi a verdade

Te guiarei para o espaço

Onde a lua tem luz própria

E a noite é só paz

E amor.