17 de dezembro de 2009

NATAL

Todo ano é a mesma coisa: A televisão começa a divulgar o Natal no início de novembro.
E os anúncios lançam seus produtos "a preços de Papai Noel" em altos brados. Até parece que todos nos julgam surdos. As luzes da cidade se acendem precocemente. Os shopings instalam sua decoração, cada vez mais faiscantes. Tudo para que? Para nos atrair, para nos hipnotizar, para fazer com que compremos mais, muito mais.
Dizem todos que é pelo espírito de Natal. Qual o que! Não me deixo enganar.
De uns anos para cá, sabem o que faço?
No mes de dezembro não vou a lojas, a shopings, a mercados. Isso não quer dizer que eu não viva esta época tão significativa. É que não entro nesse consumismo. Já pedi a filhos e demais parentes que só me presenteiem com afeto, presença. E vou fazer o mesmo.
Natal tem de acontecer dentro do nosso coração para que nós nos tornemos pessoas melhores,
menos egoístas.
E isso não tem nada a ver com luzes e com presentes de natal.

10 de dezembro de 2009

MILAGRE DAS SOBRAS

Éramos muito simples,
mas eu me vestia bem.
Mamãe ganhava alguns retalhos
- sobras dos vestidos das freguesas.
Então ela fazia um pedaço de tecido
abraçar carinhosamente outro pedaço.
E o seu amor me transformava
em princesa!

Walnizia Santos

8 de dezembro de 2009

A COR DA MINHA VIDA

Amigos, deixo aqui um trecho das minhas lembranças de infância, nos idos de 1957/58,
no Núcleo Bandeirante, Brasilia-DF, que integra o meu livro autobiográfico, a ser lançado
até o início de 2010, com o título de A COR DA MINHA VIDA:

"Eu gostava do nosso fogão de cimento vermelho.
Derretíamos banha e toucinho e púnhamos nas latas onde seriam guardadas as carnes cozidas ou fritas. Não tínhamos geladeira, coisa que só mesmo as pessoas abonadas possuíam - aquelas "moderninhas", à querosene.

À noite, fazia acabamentos em vestidos, enquanto mamãe costurava na máquina de pedal. Eu recolocava querosene nas lamparinas e atiçava o pavio para que ela enxergasse melhor; fazia sempre um café novo e levava para ela, ou queimava chá mate com brasas, cobria com água fervente e depois coava. Isso lhe dava ânimo para continuar costurando madrugada adentro.

Eu tinha muita pena da minha mãe; queria dividir com ela o trabalho e a dor que às vezes eu via em seus olhos."

27 de outubro de 2009

VIDA CURTA

Reli um trecho do livro Faça o seu coração vibrar, do OSHO e resolvi repassar um trecho a vocês, porque tenho como lema aproveitar a vida, sem dar tamanha importância ao que
não é tão positivo.

"Com uma vida tão curta, com uma fonte de energia tão pequena, é simplesmente estupidez desperdiçá-la com tristeza, com raiva, com ódio, com ciúme.
Aproveite a vida com amor, aproveite-a fazendo algo criativo, com amizade, com meditação.
Faça com a sua energia algo que o eleve.
E quanto mais alto for, mais fontes de energia estarão disponíveis para você.
No ponto mais elevado da consciência, você é quase um deus."

23 de outubro de 2009

MEDO DE AMAR

Hoje acordei e olhei lá fora o tempo. Nublado. Aquele friozinho gostoso.
Sabe aquela temperatura que nos convida a ficar na cama, abraçadinho a alguém?
E se não temos alguém na cama pra abraçar (como eu), mesmo assim dá vontade de ficar na cama?
Pois é. Então fiquei deitada olhando as árvores e o céu cinzento.
Lembrei de como ando acomodada, sem alguém pra chamar de meu.
E porque? Por puro medo.
Medo de começar outra vez e perder outra vez.
Medo de sofrer. Mas, não adianta. Vamos sofrer de qualquer maneira.
Mesmo sabendo disso, a gente se acomoda. E vamos ficando como bichinhos assustados.
Saimos um pouco para olhar o sol, para nos alimentar e, ao menor sinal de aproximação,
corremos de volta à nossa toca.
É preciso coragem. Sempre. Mesmo que a experiência de amar tenha nos feito sofrer muito,
não podemos nos esquecer que foi maravilhoso o amor vivenciado, enquanto durou.
Mesmo que tenha durado pouco tempo. Fomos felizes? Então, valeu!

20 de outubro de 2009

FILHO NOVO

Fugi daqui por uns tempos. Aliás, sempre fujo. É da minha índole não ser tão previsível,
tão presa. Mas a minha fuga foi por uma boa razão.
Terminei finalmente a revisão do texto (inteiramente escrito por mim), da minha biografia, com, fatos que envolvem a minha chegada a Brasilia, ainda criança, nos idos de 1957, até os dias atuais.
Fatos curiosos, trechos dolorosos, histórias alegres.
Vai valer a pena editar o meu novo filho: A COR DA MINHA VIDA.
Essa gestação foi difícil, mas persisti. Quero que muitos conheçam a minha história.
A propósito, vou abrir o livro com a citação de Clarisse Lispector, que amo:

"VOU CONTINUAR, É EXATAMENTE DA MINHA NATUREZA
NUNCA ME SENTIR RIDÍCULA, EU ME AVENTURO SEMPRE,
ENTRO EM TODOS OS PALCOS."

3 de setembro de 2009

DESABAFO

Que o trabalho enobrece o homem, a gente já sabe!
Embora eu me sinta jovem ainda, estou completando 40 anos de serviço público. Estou cansada desse trabalho administrativo e, às vezes, jurídico. Mas não é o trabalho em si que me desaponta. É a rotina, a burocracia, a mesmice, essa mania que as pessoas tem de se acomodar, de fazer tudo mais ou menos, de confundir a sala de trabalho com as dependências de suas próprias casas. Falam alto ao telefone sobre os problemas pessoais, brigam com os filhos, as companheiras, contam as mazelas da situação financeira difícil, dos juros altos, dos impostos.
Trabalho num corredor transformado em sala: sem janelas ou iluminação natural.
Nunca sei se lá fora há sol, se está chovendo, se já escureceu. Agora o ar condicionado pifou, depois de sucessivos consertos. Levaram a carcaça. Áté que venha um aparelho novo vai demorar meses. A famosa burocracia da aquisição via licitação. Enquanto isso, tenho dor de cabeça diariamente e fico em desespero, sem ar, me abanando com o insignificante leque (que felizmente comprei na Espanha há algum tempo), acomodada diante do meu computador, enquanto a salvação não vem.
Ando pensativa sobre esse vício, sobre esse medo que temos de partir para outra, de saltar no precipício.
De tomar uma decisão e parar de trabalhar. Perder dinheiro e começar uma vida nova, sem muitas comodidades, mas com uma dose maior de tranquilidade.
Logo eu que tive uma infância difícil, que aprendi a costurar com 11 anos à luz de lamparinas; que cozinhava em fogão de lenha; que lava roupa no riacho e que levava uma vida tão simples, mas aconhegante e feliz, não tenho coragem de voltar para a simplicidade.
Mas vou conseguir, juro que vou!
Vou construir minha casinha em Pirenópolis (a minha Pasárgada) e fugir pra lá. Voltar as minhas origens goianas. Chegar na varanda e produzir minhas bolsas, minhas toalhas, meus pachworks, feliz, sentada na minha máquina de costura, de frente para a natureza...
Pronto, falei.

5 de maio de 2009

MÃE CORUJA

Ando devagar na alimentação deste blog, não por descaso, mas por absoluta falta de tempo.
Tenho me empenhado em ser boa servidora pública, boa mãe, boa avó, boa irmã e, no final,
sou apenas uma mulher cheia de boas intenções. Acabo fazendo de tudo um pouco e isso acaba
prejudicando a qualidade de cada papel desempenhado.
Procuro ser uma "avó anjo da guarda", quando estou com meus netos, filhos da Adriana Nunes,
do meu genro Adriano Siri e do meu filho Marcello Linhos, todos da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo, cuja agenda está transbordando de compromissos com as peças que circulam pelo Brasil.
Com isso, ora estou com as crianças em Brasília, ora viajo com eles para as cidades onde se apresentam os MM.
Neste último final de semana acompanhei-os ao Rio de Janeiro. A peça foi um sucesso e na platéia estavam o Paulo Silvino, a Xuxa, a Sasha e o Zafir, dentre outros. É para eu ser uma mãe orgulhosa ou não?
Foi maravilhoso voltar ao Rio e curtir um pouquinho a praia da Barra , na direção da barraca do Pepê.
Demais, gente!

5 de março de 2009

O AMOR É UMA AVENTURA

O amor e seus meandros continua sendo um mistério.
Cada qual define como quer, segundo suas experiências
amorosas. Umas reconfortantes e felizes, outras desastrosas.
Hoje, lendo o livro Faça o Seu Coração Vibrar, de autoria do Osho, um dos mais polêmicos líderes espirituais do século XX, encontrei algo que merece destaque:
" Cada pessoa é um mistério tão infinito, inextinguível, inescrutável, que não é possível que um dia você diga: "Eu conheço essa mulher" ou "Eu conheço esse homem". O máximo que você pode dizer é: "Eu dei o melhor de mim, mas o mistério continua um mistério."
Na verdade, quanto mais você conhece, mais misterioso o outro fica.
É por isso que o amor é uma constante aventura. "

2 de março de 2009

Ufa, passei uns tempos sem atualizar meu blog.
Vivi uns meses muito atarefada com a digitação da minha
autobiografia. Agora terminei. Já está pronta para ser editada.
Falta apenas catalogar fotos para inserir no livro.
Agora vou estar mais presente.

Vai um trechinho:
"
O desgaste do nosso casamento foi surgindo silenciosamente, vagarosamente sem que percebêssemos. Tão sutil, que nem vimos seus sinais. Como as subterrâneas trilhas das formigas que vão, pouco a pouco, solapando um terreno. Como um veneno administrado em doses homeopáticas, sem que a vítima sinta os seus efeitos."