1 de dezembro de 2010

FILEZINHOS COM MOLHO DE VINHO

Esta receita me agradou muito. Veio da Comunidade Tudo Gostoso:
Copiem e saboreiem:

"Ingredientes
1/2 kg de filé mignon cortado em bifes finos
1/2 colher ( chá) de sal
24 folhas pequenas de sálvia
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 xícara (chá) de água fervente
5 colheres (sopa) de vinho tinto
1/2 xícara (chá) de maionese HELMANN'S sabor cebolas tostadas e orégano.

Modo de preparo
1 - tempere os filés com o sal
2 - coloque 2 folhas de sálvia no centro de cada filé
3 - enrole e prenda com palitos
4 - reserve
5 - em uma frigideira grande aqueça o azeite e refogue os rolinhos até dourar
6 - adicione a água, o vinho e cozinhe em fogo baixo com a panela tampada
7 - por 10 minutos até a carne ficar macia
8 - acrescente a maionese HELMANN'S sabor cebolas tostadas e orégano e cozinhe, mexendo por mais 2 minutos
9 - Passe para uma tavessa e sirva em seguida.
Informações Adicionais: utilize as folhas de sálvia inteiras para rechear os filés."
Créditos: Unilever

23 de novembro de 2010

MULHERES PIONEIRAS


Dia 17 último foi mais um dia especial para mim.
Foi o lançamento de um livro, documentário e exposição POEIRA & BATON, um trabalho de autoria de Tânia Fontenele Mourão e Mônica Ferreira Gaspar de Oliveira, bem como Tânia Quaresma, com as fotos e co-direção do documentário.
O trabalho, um projeto excelente com o apoio do Governo Federal e Petrobrás, veio resgatar histórias vividas por cinquenta mulheres pioneiras de Brasília, entre as quais eu tenho a honra de ter sido incluída.
Aqui chegamos entre 1957 e 1960, enfrentando uma realidade difícil na Cidade Livre e em Acampamentos de construtoras incumbidas de construir em curto espaço de tempo a nova capital federal - BRASÍLIA. Tornando realidade o sonho de Dom Bosco e de Juscelino.
O resultado do projeto revelou-se magnífico e deixa para as gerações futuras textos, fotos e imagens nossas, - essas mulheres trabalhadoras e corajosas - e dos bravos homens que aqui chegaram, candangos e autoridades.

18 de novembro de 2010

LYA LUFT - MAIS UM POEMA

Quando o Gotte, meu marido e pai dos meus filhos nos deixou, fiquei aturdida sem poder perder-me; golpeada sem poder cair, porque meus braços e meu coração precisavam, mais do que nunca, envolver meus filhos também golpeados.
Encontrei abrigo na dor de Lya Luft. Ela sabia exatamente o que eu sentia. Nossas dores e situações vividas eram quase as mesmas.
Hoje, encontrei um dos seus livros que à época me confortavam.
Posto agora um de seus poemas em que relata o cotidiano com o seu então companheiro Hélio, falecido:

"O meu amado tinha muitos amigos.
Alguns, especiais, gostava de trazer em casa.
Pedia-me um jantar diferente
para um, dois, ou mesmo dez.
Era a homenagem que fazia aos que amava.
O vinho revelava outro sabor ao lado dele,
as palavras revestiam em sua boca um significado singular:

dizia termos que ninguém usava
e nele esplendiam.

Eu me calava para ouvir
e ver a alegria da amizade inchar seu coração.

(Sua mão procurava a minha no sofá
para dizer que em nenhum momento
me esquecia.)"

17 de novembro de 2010

REFLEXÃO

Já estamos quase no final de novembro. O ano passou tão depressa!
Tantos planos fizemos, tantos sonhos sonhamos para 2010 e, de repente, percebemos que não realizamos todos, que não cumprimos o que programamos: cuidar da saúde, melhorar a qualidade de vida, praticar esportes, retomar os estudos, emagrecer, ser mais pacientes, mais carinhosos, mais caridosos. Enfim, todos nós, além das orações de agradecimentos e pedidos de bênçãos, prometemos tantas coisas...
Falo por mim. Jurei perder peso para aliviar um problema de coluna lombar, prometi fazer caminhadas, melhorar o humor, ser mais paciente.
Ah, a paciência... Acho que vim a este mundo (desta vez) para aprender a paciência e não fiz muitos progressos.
Continuo severa com os que praticam a injustiça, ao invés de compreendê-los e ajudá-los.
Continuo irritada com os políticos corruptos, ao invés de me lembrar que nós eleitores é que escolhemos mal.
Continuo criticando os que agem mal, os que não cuidam da natureza e prejudicam o planeta, os que poluem os nossos olhos e ouvidos, os que nos destratam, os que pedem dinheiro nos sinais para comprarem bebidas e drogas, e tantos outros que me desagradam.
Mas eu, de minha parte, nada tenho feito de tão significativo para melhorar o contexto.
Faço a minha parte, apenas. Fechada no meu mundinho, na minha redoma, buscando apenas me proteger. Ao invés de trabalhar a paciência e a tolerância, fujo.
Tenho fugido de tudo. Da convivência mais frequente com os amigos, para fugir do trânsito sempre engarrafado; da busca de um novo amor, para fugir de novas decepções.
Quando findar 2010, nada quero prometer que não possa cumprir, ou me esforçar para cumprir.
Prefiro não ter grandes projetos, mas viver cada dia em harmonia comigo e com meus semelhantes. Procurar fazer o melhor que puder, dar o melhor de mim em cada gesto, em cada palavra de compreensão. Dar um passo de cada vez, devagarinho, silenciosamente, humildemente.

10 de novembro de 2010

ESTAGNAÇÃO

Desde minha última postagem, vivo o conflito de ter que alimentar meu blog e não sentir desejo de escrever.
Acho que sou uma falsa poeta. Ou simplesmente um ser humano confuso, ambivalente.
Quando decidi criar o blog, ingenuamente pensei que iria interagir com leitores.
Mas, diferentemente de outros blogueiros, minha atividade tem sido solitária. Posto o que tenho vontade, escrevo o que me sai do coração ou da razão e minhas palavras não encontram eco.
Não recebo comentários nem críticas. Morro na inanição. Não existe troca de opiniões, argumentos com quem quer que seja. Fiquei desestimulada.
Mesmo assim fico me cobrando e permanece em mim uma certa angústia de ter de escrever e, ao mesmo tempo, não sentir vontade de fazê-lo.
Tenho me sentido, por conta de disso, um ser estranho, desonesto, inadequado.
Hoje, porém, lendo mais uma vez Fernando Pessoa, encontrei um texto em que ele trata dessa mesma questão. Porisso repasso, com um certo alívio, porque me senti compreendida:
"Há muito tempo que não escrevo. Têm passado meses sem que viva, e vou durando, entre o escritório e a fisiologia, numa estagnação íntima de pensar e de sentir. Isto, infelizmente, não repousa: no apodrecimento há fermentação.
Há muito tempo que não só não escrevo, mas nem sequer existo. Creio que mal sonho. As ruas são ruas para mim. Faço o trabalho do escritório com consciência só para ele, mas não direi bem sem me distrair: por detrás estou, em vez de meditando, dormindo, porém estou sempre outro por detrás do trabalho.
Há muito tempo que não existo. Estou sossegadíssimo. Ninguém me distingue de quem sou.
.......................................................................................................................
Há muito tempo que não sou eu."

21 de outubro de 2010

MEUS ENIGMAS

Muitos perceberam que ando calada, quieta no meu canto, como um urso hibernando.
Mas não me escondi para dormir ou para aguardar um novo verão.
É que tenho, como a maioria das pessoas, umas esquisitices, um modo estranho de me recuperar de aborrecimentos. A fuga para a minha caverna, onde há quietude e solidão. Esse jeito goiano de "aninhar" até a tristeza passar.
Mas, tristeza, por que?
Ah, gente, se eu soubesse o porquê, o segredo estaria desvendado!
Tristeza pelo simples fato de ser poeta. De ter a sensibilidade tão aguçada. De ser humano. E como tal, falível, controverso, ambíguo.
E temos que nos aceitar assim como somos. Há dias em que estamos felizes, eufóricos, mergulhados na luz e há outros em que algo nos incomoda, entristece e nem há tantas razões para isso. Mas ficamos assim. É algo cíclico. Depois passa. Normal.
Vale, pois, relembrar o que já disse em Retalhos Poéticos:
"Vamos estar sempre sós, perdidos em nosso insondável universo.
Como pretender que alguém compreenda os meus mistérios e anseios,
se nem mesmo eu sei da vastidão do meu deserto?
Ah, me deixem só com meus enigmas!"

FERNANDO PESSOA

"Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até a beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor -
Tu não me tiraste a Natureza...
Tu mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependendo do que fui outrora
Porque ainda o sou."

De O Pastor Amoroso - Alberto Caieiro

14 de outubro de 2010

BOLINHO DE MANDIOCA C/CALABRESA E CATUPIRI

Ingredientes:
1 kg de mandioca
250 g de calabresa picada
200 g de queijo catupiri
Salsinha
Cebolinha
Sal
Pimenta a gosto.

Preparo:
Cozinhar a mandioca até o ponto de massa. Misturar com os outros ingredientes (menos o catupiri). Na hora que desejar, untar as mãos com um pingo de manteiga ou óleo, enrolar uma porção da massa, deixando um pequeno "buraco" para acrescentar o catupiri.
Depois é só fritar em óleo quente e servir.

13 de outubro de 2010

DIGNIDADE

O homem se angustia e se rebela
na busca de liberdade,
justiça e dignidade,
mais do que na busca de água e pão.

Hoje compreendo
o sonho dos encarcerados...

7 de outubro de 2010

POVO INCONSCIENTE

Sempre tive para mim que religião e política não se discute.
As discussões sobre essas questões são, no mais das vezes, maléficas.
Não que devamos deixar de argumentar, trocar idéias, defender posicionamentos. Senão, faremos parte do pelotão dos omissos.
Mas essa discussão deve ser polida, respeitosa, democrática.
Sempre levei a sério a escolha política de cada um. Esse é um exercício de cidadania.
Mas, ultimamente, não tenho conseguido esconder a minha decepção com as escolhas políticas dos eleitores e com os candidatos que nos são apresentados como nossos representantes.
Alianças políticas, as mais absurdas são estabelecidas por diversos partidos. Alguém está aqui hoje para, em seguida, migrar para outras siglas mais representativas, com maior espaço na mídia. Os ideais são muitas vezes ignorados, esquecidos.
E o povo, ah, o povo tão sofrido... Escolhe mal, ou melhor, nem escolhe. Muitos são direcionados facilmente a quem lhes pagar mais: um emprego para o filho, uma cesta básica, um pedacinho de terra.
E por que isso acontece? Por puro interesse de alguns políticos inescrupulosos e por pura falta de consciência de muitos eleitores. Não conseguem ter alcance dos benefícios de uma mudança que atenda os reais interesses da comunidade, que torne a vida dos brasileiros mais digna. Ainda que seja uma mudança a médio ou a longo prazo. Poucos pensam nas gerações futuras.
E a luta de alguns bons candidatos em prol da saúde, da segurança e da educação vai ficando de lado.
O povo, ah que pena!
O povo tão inconsciente... tão manipulado...
Sabiamente, afirmou Willian Santiago:
"POVO
A pedra atirada na água (e seus círculos concêntricos).
Tantas comparações em teu nome,
tantas vezes o teu nome em vão.
Mas ninguém de verdade pensando em ti,
em tua queda,
tua descida ao fundo do poço,
tua solidão de pedra submersa."

29 de setembro de 2010

POEMAS

De Darcy Denófrio:
"O outro - o enigma
que me escapa
areia entre os dedos.
Não é o inferno - o outro.
É apenas o mistério
que jamais alcanço
bem ali sob meus olhos
plenos de escamas."

De Lia Luft:
"O meu amado era um homem impaciente:
brigava no trânsito, detestada filas,
batia portas com força quando perdia suas coisas.
Certa vez rachou um telefone que não dava linha;
reclamava de ir ao dentista.
Mas quando um dia chorei porque ele falava aos gritos,
mandou-me rosas que espalhei pela casa toda.
Ainda hoje elas florescem para onde quer que eu me volte"

De Clarisse Lispector:
"Fique de vez em quando sozinho,
senão você será submergido.
Até o amor excessivo dos outros
pode submergir uma pessoa."

20 de setembro de 2010

CORAÇÃO CANSADO


Meu coração está cansado
de brincar comigo.
Recusa-se a se enternecer,
Vira-me as costas.
Está aborrecido mesmo: não me dá a mão,
não canta, sorri ou brinca de amarelinha comigo.
Está mesmo de mal de mim.
E o pior: não quer distrair ninguém
com textos ou poemas.
Tudo bem. Vai passar...

15 de setembro de 2010

SONHO BRANQUINHO

o silêncio
ouve meu canto
sem platéia.
Alinhavo
meus retalhos
enquanto o sol
lá fora
me promete
amanhãs
melhores.
Vago nas nuvens,
me perco em sonhos.
A agulha trôpega
faz seu estrago.
O sangue
manchou o tecido
mas o sonho continuou
tão branquinho...

13 de setembro de 2010

FERIDA ESCONDIDA

Ontem fui quem não sou.
Hoje sou diferente do que serei.
Nem eu, nem meus sonhos são mais os mesmos.
Tenho saudades do meu lado ingênuo,
que se foi.
Não que eu tenha me tornado uma pessoa amarga,
mas já não rio meu riso solto, infantil.
Porisso não quero mais o que tanto desejei.

Quero viver um dia de cada vez,
tentando ser feliz.
Mas não se enganem, disfarço um pouco.
Há dias em que meus olhos
e meu sorriso são tão mentirosos...
Porque lá no fundo há

um vácuo, uma dor doída,
ferida horrenda, escondida...

1 de setembro de 2010

VIDA BOA


A vida é mesmo muito boa para quem se valoriza. Para quem se dá conta de que trabalhou, formou uma família, criou os filhos, educou-os para a vida e, agora deve continuar se amando e envestindo em sua própria vida: sem dramas, sem churumelas tipo "ai, meu Deus, estou sozinha, abandonada".

É o meu caso. Cinco filhos casados, treze netos, todos independentes.

Estou sozinha e sou muito feliz. Sou dona da minha vida, do meu tempo, das chaves da minha casa e do meu carro. Não é bom demais? Invisto em mim mesma. Faço o que gosto e o que quero. Encontro os amigos, as pessoas que quero bem, curto a programação cultural da cidade e alço vôo para outros lugares. Sobra tempo para apreciar a natureza, para ouvir músicas que são verdadeiras preciosidades e para curtir o silêncio.

Já escrevi aqui sobre esse assunto: o silêncio. Cada vez mais amo o silêncio e fico impaciente com a balbúrdia, os gritos e as músicas de mau gosto e ensurdecedoras.

Sei o que estão pensando: ando sem paciência, chata mesmo. E por que não?

Só porque agora penso mais em mim? Pois devemos ser assim.

Nós, mulheres e mães de família, passamos a vida toda repartindo o pão e a vida, reservando a melhor parte para os filhos e o marido. Por que não aproveitarmos essas doces fatias que estão agora à nossa disposição?

Quero agora a sombra e a água fresca, o queijo e a goiabada, o violão e os acordes, o amor e a poesia.

Ai, ai, que vida boa...

22 de agosto de 2010

FUI A SÃO PAULO

Fui a São Paulo neste último final de semana.
Apesar de ser uma cidade com as dificuldades de uma grande metrópole; apesar dos engarrafamentos, do tom acinzentado do seu céu sofrido com tanta poluição, São Paulo guarda seus encantos infindos. É gratificante passear por lá, percorrer as ruas tão agitadas, admirar a feira de antiguidades e de artesanatos da Praça Benedito Calixto e depois almoçar no Almanara.
À tardezinha é gostoso andar calmamente pelo elegante Shopping Higienópolis e parar para um café.
Fui a alguns centros tradicionais de compras e a alguns restaurantes excelentes.
Foram somente três dias, mas voltei renovada (sempre volto a Brasilia revigorada quando visito outras cidades).
E de quebra, conheci pessoalmente o ator global de A Grande Família - o Beiçola - que estava hospedado no mesmo hotel em que fiquei: o Braston São Paulo (muito bom por sinal).
Encontrávamos sempre cedinho no café da manhã. Ele estava em Sampa ensaiando uma nova peça. E ator, diferentemente do que muitos pensam, leva uma vida agitada, cansativa.
Gente, o Beiçola é uma amor de pessoa. Simpático e comunicativo, não é desses cheios de frescuras, que se acham. Adorei conhecê-lo.
Então é isso: agora é retomar a rotina, até que venha uma nova viagem...

17 de agosto de 2010

RECEITA DELICIOSA

Recebi de uma amiga uma coletânea de receitas do FESTIVAL COMIDA DE BUTECO. Aí vai uma delas, espero que gostem:
Bambá da Maria Doida
Ingredientes:
01 Galinha caipira
1/2 kg de quirera (canjiquinha)
01 cebola grande
05 dentes de alho
02 colheres sopa óleo
01 molho de couve
1 1/2 litro de água fervendo
Salsinha - cebolinha
Tempero completo
Pimenta - a gosto

Preparo:
Picar a galinha em pedaços (tipo frango atropelado) e temperar a gosto com o tempero completo e a
pimenta;
Em uma panela de pedra ou barro refogar a cebola e o alho picados. Se a galinha for gorda fritar a
gordura para fazer torresmo e com o óleo apurado fritar a cebola e o alho, substituindo o óleo;
Quando dourados, refogar os pedaços da galinha, fritando-os parcialmente, até ficarem levemente
dourados.
Acrescentar a água fervendo e deixar cozinhar a galinha até ficar macia, com a panela tampada.
Quando estiver bem cozida, acrescentar a quirera e a couve rasgada para cozinhar no caldo (esse
cozimento é rápido).
Ao servir, decorar com a salsa e a cebolinha picadas e o torresmo da galinha, se for o caso.

10 de agosto de 2010

VOU CORRENDO ME ENCONTRAR


Vou correndo me encontrar
e já volto.
Vou regar as flores
que estão brotando dentro de mim,
depois do estio e do vento
que me castigaram.
Estou de pé
outra vez.
Mais uma vez
.

AINDA FERNANDO PESSOA


Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma

Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.


De Poemas Inconjuntos - Alberto Caeiro

4 de agosto de 2010

QUERO VIVER EM LIBERDADE


Tem época que meu coração se aquieta. Fico em paz, desejando me jogar no sofá e não fazer nada. Fico querendo o ócio, a nuvem calma, a mesmice.
Mas, tem outra época em que viro um redemoinho. Ocorre uma revolução dentro de mim. Quero me agitar, correr daqui pra lá, fazer mil coisas, sair sem rumo. É quando tenho sede de liberdade.
Estou nessa fase agora.
Abri um livro do meu amado Fernando Pessoa e encontrei este poema que cai como uma luva em mim.
Vai pra vocês, meus queridos amigos, quase todos anônimos:

"Abram-me todas as janelas!
Arranquem-me todas as portas!
Puxem a casa toda para cima de mim!
Quero viver em liberdade no ar,
Quero ter gestos fora do meu corpo,
Quero correr como a chuva pelas paredes abaixo,
Quero ser pisado nas estradas largas como as pedras,
Quero ir, como as coisas pesadas, para o fundo dos mares,
Com uma voluptuosidade que já está longe de mim!
Não quero fechos nas portas!
Não quero fechaduras nos cofres!
Quero intercalar-me, imiscuir-me, ser levado,
Quero que me façam pertença doída de qualquer outro,
Que me despejem dos caixotes,
Que me atirem aos mares,
Que me vão buscar a casa com fins obscenos,
Só para não estar sempre aqui sentado e quieto,
Só para não estar simplesmente escrevendo estes versos!


De Saudação a Walt Whitman - Álvaro de Campos

2 de agosto de 2010

PASSAGEM DAS HORAS

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.
De Poesias de Álvaro de Campos

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29 de julho de 2010

Palmadas em crianças

Agora não se pode mais dar uma palmadinha em seu filho, em sua criança.
Esses métodos antigos são considerados cruéis, violentos e, por isso, condenados por vários segmentos da sociedade. Só agora descobriram isso.
Mas essas palmadas funcionaram com os meus avós, com os meus pais, comigo e com os meus filhos. Sabem por que? Porque eram utilizadas, sem que o amor se desgrudassem delas. Eram utilizadas de forma equilibrada e somente nos momentos adequados.
Fui educada numa familia que criou os filhos com amor e com palmadas e nos tansformamos em pessoas decentes, equilibradas, amorosas, respeitadoras.
Na minha opinião, o que fez falta aos inúmeros delinquentes, estupradores, assassinos, ladrões (sem colarinho e com colarinho) foram pais que lhes corrigissem adequadamente, nos momentos em que, crianças, desrespeitaram a si próprios e aos outros.
O que me conforta, agora que não se pode mais dar palmadas nos filhos, é que no futuro vão chegar à conclusão que elas fizeram falta. Assim como aconteceu com o café, o ovo e demais alimentos. Assim como acontece com os métodos educativos e com os hábitos, ou seja, um dia pode, no outro não pode. Os mais letrados, os mestres vão voltar a concluir que, numa época em tudo é permitido, inclusive queimar índios, matar pais e filhos, sequestar e esquartejar pessoas, é salutar adotar medidas (dentro de casa) que dêem limites às crianças, seja com uma palmada, seja com castigos que os privem de algo que gostem. Para que se transformem em pessoas de bem, como os meus filhos que foram amados, mas aprenderam também com palmadas e castigos educativos e justos a amarem e respeitarem os seus semelhantes.

23 de julho de 2010

MI BUENOS AIRES QUERIDOOOO!

Ai, gente, que Deus me dê fôlego para continuar nesse ritmo que gosto.
Acreditam que já estou em Buenos Aires? Já estou aqui curtindo a cidade, num ritmo frenético dos tangos. Fazer o que... é essa a vida que gosto: agora é curtir. Ja trabalhei demais, já me preocupei demais. Quando eu chegar, conto as novidades e posto as fotos.
Até a volta! Agora vou tomar uma taça de vinho, porque o frio está demais.

15 de julho de 2010

Retalhinhos da infância




Cada pedacinho de pano a gente amava!
E grudava um no outro,
carinhosamente,
com olhos e corações ansiosos
pelo milagre da transformação.


De vez em quando chegada lá um circo.
Papai nos dava pipocas
e mesmo na arquibancada rústica, ríamos,
como nós ríamos!
E nessses momentos,
meu pai também era um menino.



Éramos muito simples,
mas eu me vestia bem.
Mamãe ganhava das freguesas
alguns retalhos - sobras dos vestidos.
Então ela fazia um pedaço
abraçar carinhosamente o outro.
E o seu amor me transformava em princesa!

5 de julho de 2010

DESENCONTROS

Tenho ouvido amigos e colegas reclamarem do desencontro que há entre as pessoas, atualmente.
Jovens e mulheres que sonham com um novo amor; rapazes e homens maduros que não acertam nas suas escolhas amorosas. Todos sozinhos à procura de sua alma gêmea, perdidos numa multidão que anseia pela felicidade.
E o mais incrível é que niguém encontra o seu par. A pessoa que cada qual idealiza parece não existir. O que está acontecendo? Por que ninguém acerta nas suas escolhas?
Fiquei refletindo sobre o assunto, porque também eu faço parte dessa multidão dos sós. Achamos maravilhosa a nossa liberdade, mas buscamos um par ideal.
Será que sonhamos demais e nos excedemos em nossas expectativas quanto à pessoa do outro?
Ou, pior, será que nós mesmos nos sabotamos, buscando alguém impossível, justamente porque temos medo de começar de novo, não dar certo de novo, sofrer de novo?
Mas não adianta, minha gente. Viver é correr riscos. Temos de viver a nossa vida sabendo que tudo está incluído no pacote: desapontamentos, sucessos, derrotas, paixões, tristezas, encantos, deslumbramentos, doenças, recuperações, alegrias e dores.
Temos de ter coragem para abraçar a vida de frente, com tudo que ela nos traz, vivendo um dia de cada vez. Com ou sem um novo amor.
Enquanto esse amor "ideal" não chega, sejamos felizes assim mesmo.
Vamos passear, olhar o mundo lá fora, ao invés de ficarmos enfurnados no sofá da sala.
A nossa própria companhia também é muito gratificante. Vamos pegar um cineminha legal, com direito a pipocas gordurosas e refrigerantes; vamos escolher um bom restaurante, tomar uma taça de vinho; vamos nos reunir com os amigos para jogar conversa fora, dar risadas, cantar aquelas músicas bregas que todos nós, no fundo, gostamos, vamos relembrar as peripécias do passado, rindo de nós mesmos.
Temos de viver a vida com o que ela nos dá. Intensamente e agora.
Todos os momentos. Isso me lembra meu poema antigo, que mostra um pouco do que sou e do que penso sobre o assunto:

PREMÊNCIA

Se é pra ser feliz
não sei adiar nadinha,
por mais que me digam:
tenha calma,
o mundo não foi feito
num dia só.
Me digam,
a dor não vem,
de qualquer jeito?
Recebo-a,
não tem remédio…
E a morte,
não nos espreita
o tempo todo?
Faço que não sei dela,
finjo que não a vejo.
E vou vivendo feliz,
fazendo o que me apraz,
escapulindo e
serpenteando pelas trilhas,
a me esconder da velha senhora.
E engano-a
e amo
e rio
e sonho
e enlouqueço,
mas tudo tem de ser agora
porque não sei adiar nadinha!

2 de julho de 2010

AINDA O MESMO ASSUNTO - PARIS

Foto no trenzinho que sai da Igreja de Sacre Coeur e circula pelas ruas de Montmartre até a Praça Pigalle
Foto no aeroporto de Madri, fazendo uma conexão, à espera do vôo para São Paulo/20/06/10

Foto à mesa do almoço num agradável restaurante, com os amigos Isaías, Maridalva e Nara

Com o resultado do jogo Brasil e Holanda, nada vou comentar sobre futebol. Mesmo porque de futebol pouco sei. Hoje inúmeros comentaristas profissionais e amadores estãrão divulgando as verdadeiras e supostas causas da nossa derrota.
Então, estou postando as prometidas fotos de Paris.

29 de junho de 2010

ESCONDIDINHO

Este amor
impossível,
escondidinho
no meu coração,
anda tão sem jeito,

sozinho,
encabulado,
que está ficando
amarelo,
sem graça,

e pode morrer
qualquer dia desses...

28 de junho de 2010

UMA RECEITA DE FAMILIA

Mais uma receita da minha mãe para vocês: um kibe delicioso, muito apreciado na família:

Receita de KIBE caseiro da D. Jovem – Goiânia/GO (1952)

Ingredientes:
700 gramas de patinho, bem limpo e moído
500 gramas de trigo para kibe
1 cebola grande ralada ou picada bem fina
1 ramo de hortelã
Cebolinha picada
Sal
Pimenta do reino ou de cheiro
Modo de fazer:
Deixar o trigo de molho na água quente por 1 hora. Em seguida espremer o trigo retirando toda a água. Misturar com a carne moída e os outros ingredientes. Temperar com sal a gosto e se desejar, temperar com pimenta vermelha ou do reino. Amassar muito bem e enrolar sobre o dedo indicador e depois fechar a outra ponta. Fritar em óleo quente. Se desejar pode abrir a massa sobre uma assadeira quadrada, formando uma camada de 2 cm, colocar fatias de queijo minas e rodelas de tomate. Levar ao forno médio (180°) por aproximadamente 30 minutos.

26 de junho de 2010

PRESENÇA

Há alguns dias postei um poema antigo aqui no blog e, por equívoco, foi excluído.
Aí está ele novamente:

PRESENÇA

"Você não se foi como supõe.
Ficou um pouco de você aqui na sala,
no banco vazio sob a mesa,
no ar, diante da TV,
no perfume do meu leito,
no aconchego do meu peito."

25 de junho de 2010

PARIS II

Um dos meu sonhos realizados agora quando fui a Paris (Obrigada, Senhor!), foi conhecer a cidade de Giverny, uma comuna francesa da Alta Normandia. A cidade se tornou famosa quando lá se instalou, em 1883, Jean Claude Monet, um dos mais famosos pintores impressionistas. Vivendo numa grande casa pintada em tons rosados e com janelas verdes, idealizou e criou espelhos dágua e jardins maravilhosos que serviram como tema central de seus quadros, tendo Camile, sua primeira esposa, como modelo. Num desses jardins pode-se ver até hoje a ponte japonesa, retratada num de seus quadros mais famosos.
No início de sua carreira Monet passou por problemas financeiros e somente em 1870 começou a obter sucesso.
Sempre pintou a natureza e usava com maestria as cores e as luzes. Por vezes pintava a mesma tela em diferentes horários para obter resultados diversos em razão da posição do sol.
Monet nasceu em Paris em 1840 e morreu em Giverny - França em 1926.
Três anos depois do nascimento do seu primeiro filho Jean, em 1870, é que Monet e Camile se casaram. Em 1878 nasceu o segundo e último filho do casal, de nome Michel.
Algum tempo depois, a familia Monet foi de férias a Paris hospedando-se na casa do casal amigo Hoschédé e Alice.
Nessa ocasião Monet se apaixonou pela mulher do seu amigo.
Um ano depois faleceu Camile aos 32 anos, deixando sozinho Monet e seus dois filhos.
Em 1883 Monet se instalou em definitivo em Giverny com seus dois filhos, mas continuou trocando correspondência com Alice (que morava em Paris), até a morte do seu marido em 1891.
Assim, no ano seguinte, Monet casou-se com a viúva do seu amigo, Alice. E viveram juntos na casa rosada de Giverny, além do casal, os dois filhos de Monet e os seis filhos de Alice.
Estou contando essa história, porque fiquei surpresa quando visitei agora a sala de jantar e me deparei com uma mesa de tamanho descomunal, ladeada por quatorze cadeiras. Só então fui saber que alí comiam oito crianças além dos pais e de eventuais visitas.
Nos jardins maravilhosos ao redor da casa, Monet continuou pintando até a morte de Alice em 1911. Já bem envelhecido e com cataratas em razão da excessiva exposição ao sol, Monet ficou desestimulado. Mas, apoiado por amigos continuou a pintar até a sua morte em 1926. Vê-se, entretanto, que suas telas a partir da morte de Alice, traziam cores menos vibrantes.
Resolvi relatar essa história porque, além de referir-se a um dos maiores pintores impressionistas, possui detalhes da vida pessoal de Monet que eu desconhecia e que repasso a vocês.
Uma história de amor e paixão como a que todos nós vivemos: cheia de alegrias, realizações, perdas e dores.

21 de junho de 2010

PARIS I


Voltei a Paris pela quarta vez, mas sentindo que não a conheço ainda, tão misteriosa, mágica e grandiosa que é.
Dizer que se conhece essa cidade chega a ser uma brincadeira. Quanto mais se tenta descobrir seus encantos, mas se vê riquezas e belezas inimaginadas.
Gosto de andar pelas ruas presenteando meus olhos com os detalhes da arquitetura, notando a nobreza histórica de suas praças, a eficiência dos meios de transporte, a beleza de seus restaurants, com mesas e cadeiras voltadas para a rua.
Gosto de me sentir um transeunte qualquer, uma pessoa anônima no meio da multidão. Mesmo sem falar o idioma, eu me sinto integrada, apesar das dificuldades de comunicação.
Muitas vezes fui tratada com cordialidade, outras vezes surpreendida com a grosseria de profissionais sem preparo para atendimento ao turista. Mas o que realmente vale a pena, é ter certeza de que estamos em segurança. Pelo menos, uma certa segurança.
Andei sozinha pelo metrô, tomei várias linhas, misturando-me aos residentes. Em silêncio, mas esboçando meu usual ar de felicidade, que ninguém notou.
Percorri por longas horas, as ruas da cidade. Em silêncio, como todos à minha volta. Pessoas apressadas, querendo chegar a lugar algum. Nesse ponto somos todos iguais, na maioria das grandes cidades. Corremos, trabalhamos e nos estressamos por nada.
Cada qual, uma ilha. Um mundo à parte, uma solidão.



AINDA O LANÇAMENTO DO MEU LIVRO




Foto 1 -Vista geral do mesanino onde foi realizado o lançamento do livro, na Livraria Saraiva - Pátio Brasil

Foto 2 - Meus filhos, da esquerda para direita: Marcello, Adriana, Giovana, Paulo Roberto e Rodrigo

Foto 3 - Feliz estou, preparada para os autógrafos

Foto 4 - A grande e consagrada escritora goiana, Darcy Denófrio que me prestigiou com sua presença

Preciso reafirmar que o lançamento do meu livro foi um evento concorrido e digno de ser sempre lembrado. Muitas pessoas amigas, parentes e amigos dos amigos estiveram abrilhantando a festa, brindando comigo.
Seria desnecessário dizer o quanto eu estava feliz. Afinal realizar sonhos sempre foi a minha meta. Não abro mão de nenhum, por menor que seja.
Mas esse era um sonho dos grandes: tornar pública a minha infância e todo o caminho que percorri até aqui, saltando barreiras, sofrendo e aprendendo com as experiências, para chegar onde cheguei. Com algumas marcas, mas uma pessoa madura, pacífica e realizada.
O livro encontra-se à venda na Livraria Saraiva, do Shopping Pátio Brasil.

14 de junho de 2010

VIAGEM

Aos meus queridos amigos

Vou passar uns merecidos dias em Paris. Embarco amanhã exatamente no horário em que o nosso Brasil entra em campo. Perco o jogo, mas confio na competência dos nossos meninos da seleção.
Sigo levando saudades dos que ficam.
No meu retorno postarei as fotos do lançamento do meu livro (que foi um sucesso).
A propósito, lembro que A COR DA MINHA VIDA está disponível na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Brasil - Brasilia-DF.
Au revoir!

11 de junho de 2010

FOI UM SUCESSO

Foi um sucesso o lançamento do meu livro A COR DA MINHA VIDA.
Muitos amigos, colegas e admiradores da literatura estiveram presentes ao lançamento e noite de autógrafos e brindaram comigo.
Eu estava, e com razão, radiante e orgulhosa pela publicação da minha história e por contar com o prestígio da presença de todos.
Estarei nos próximos dias postando as fotos e a matéria veiculada no Correio Braziliense do dia 09 de junho de 2010.
A todos os que compareceram, o meu mais profundo agradecimento pelo apoio e presença.
Aos que, por alguma razão, não puderam comparecer, informo que o livro encontra-se à venda na Livraria Saraiva Mega Store do Shopping Pátio Brasil e somente lá, por enquanto.
Um grande abraço a todos.

7 de junho de 2010

NUVEM PASSAGEIRA

Às vezes
uma inesperada nuvem
densa,
escura,
vem apertar meu peito.

Mas, o sol
tem mania
de entrar em minha casa
sem pedir licença...

1 de junho de 2010

TENHO ANDADO TRISTE

Apesar de me considerar uma pessoa muito feliz, tenho andado triste.
Coloco um batom vermelho, me enfeito, me visto de forma clássica para o trabalho,
e porto-me como convém a uma executiva. Olhando-me, ninguém diz que não estou feliz.
Mas, tenho andado triste, sim. Por mais que eu lute contra, por mais que eu raciocine.
E raciocinar é saudável, porque nos faz encontrar respostas plausíveis. Raciocinar é concluir inteligentemente sobre as situações e sobre a melhor solução para nós.
Mas toda vez que o meu sonho não se realiza, fico sem graça e em silêncio, como a menina que queria muito o doce que novamente lhe foi tirado.
Fico desapontada, mergulho em reflexões, mas aceito a realidade.
Perder alguém que me fazia feliz não me revolta, mas me deixa introspectiva e triste.
Sei que sempre aprendo com as experiências, mas só isso não me basta. Quero entender o que se passou, onde falhei, se fui ou não amada e, em que ponto do caminho iniciou-se o descaminho.
Acreditem, mesmo que existam ganhos nas experiências, cada vez que perdemos alguém, há um pouco de nós que morre.
Ah, Deus, entendi! Então deve ser por isso! Acho que já morri muitas vezes. Sofro porque não aprendi a aceitar essas minhas mortes.
Mas sei que vai passar. O amor que doei não se perdeu, voltou para a fonte . Estou reabastecida.
E nunca, nunquinha vou me arrepender de ter amado alguém que me fez feliz. Ainda que por pouco tempo.

28 de maio de 2010

PÃO DE QUEIJO (RECEITA DA MINHA MÃE)

O tempo e as minhas constantes mudanças de residência me fizeram perder a receita do pão de queijo da D. Jovem, minha mãezinha que, cansada daqui, mudou-se para outro plano.
Para minha surpresa, meu irmão Silvano conservava com ele a receita e me passou agora.
Copiem e façam. Vale a pena. É bem caseiro.

Verdadeiro Pão de queijo da D. Jovem – Goiânia/GO (1947)

Ingredientes:
1 kg de polvilho doce caipira
900 gramas de queijo minas ralado
500 ml de leite
100 ml de óleo
10 ovos
1 colher de sobremesa de sal
Modo de fazer:Esquentar o leite misturado ao óleo e com o sal até levantar fervura. Misturar o polvilho com o queijo numa bacia grande. Escaldar essa mistura (polvilho e queijo) juntando o leite fervente aos poucos e mexendo com uma colher. Amassar muito bem, acrescentando os ovos aos poucos. Depois enrolar em pequenas bolas e colocar em assadeiras. Se preferir pode congelar. Assar em forno médio, por 55 minutos. Não deixar tostar demais, senão fica muito duro.

27 de maio de 2010

O EFEITO PODEROSO DAS PALAVRAS

Engraçado, eu fiquei agora um tanto surpresa comigo mesma.
Sou fã inveterada de Clarice Lispector e isso todo mundo sabe.
Chego a dizer que eu queria ter sido ela.
Agora, lendo o seu livro Para não Esquecer (que ganhei de presente de aniversário), notei um detalhe sobre a forma mágica e encantadora de Clarisse escrever.
Ela "não retrata coisas, fatos ou estado d'alma. O que pode ser dito de modo claro e inequívoco não é bem o que interessa."
Segundo o Prof. Benilton Bezerra Jr, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, "nas suas mãos, as palavras não são espelho do mundo, ou da alma."
Talvez seja esse o grande abismo que há entre nós duas e o que me atrai. Me faz refletir e tentar interpretar suas palavras e o mistério que há em cada trecho.
Porque eu, tão aquém dela poeticamente falando, vivo escancarando minh'alma de forma a não deixar espaço para interpretações. Então, tiro do leitor o direito de interpretar, de descobrir o mistério? Com certeza não o faço por desrespeito aos que me leem.
É que só sei ser assim. Já tente ter uma linguagem mais sutil, velada e não consigo.
Então vou deixar seguir essa Walnizia que sou: sem mistérios, sem meias verdades, transparente.

24 de maio de 2010

MEU NOVO LIVRO

Tenho sido produtiva, buscando semear meus frutos para que perdurem e sirvam aos meus companheiros de jornada e às gerações futuras.
Tive cinco filhos, maravilhosos e vencedores. Plantei minhas árvores e venho semeando palavras de compreensão, de carinho e solidariedade a todos os que convivem comigo e também aos meus leitores.
Posto o que me sai da alma. Ora repasso palavras de ternura, de amor, de felicidade e de estímulo, ora mostro o meu coração triste e pesado como chumbo.
Sem qualquer receio de críticas ou censura, tento revelar o paradoxo que é o ser humano: cheio de erros e acertos, de dúvidas e contradições.
Só sei ser assim: intensa no amor ou na tristeza: "Prefiro o riso, o raio, o risco, o extremo, a decisão, o vermelho, a paixão."
Hoje estou muito feliz: meu novo filho literário está nascendo: A COR DA MINHA VIDA.
O convite está postado acima. Espero rever meus amigos e leitores no dia do lançamento.
Grata ao meu Deus, por todas as bênçãos que derrama sobre mim e minha família!
Grata aos meus filhos e amigos que tanto me apoiaram!

21 de maio de 2010

ORQUÍDEA

Há flores,
cujo perfume e encanto
são quase permanentes.
Neste momento da minha vida
estou orquídea.
Espero pacientemente
pela nova floração.

18 de maio de 2010

MEU ANIVERSÁRIO

Hoje é o dia do meu aniversário. Poucas pessoas que conheço gostam de anunciá-lo.
Eu, ao contrário, gosto muito. É, realmente, um dia especial em que a minha família e os meus amigos se aproximam mais ainda, para os cumprimentos. Sinto-me hoje uma estrela, uma rainha!
Há neste dia um esbanjamento de carinho, há ternuras espalhadas ao vento e que me envolvem.
Os abraços sinceros e confortadores e os votos de felicidades, ainda que sejam os mesmos de todos os anos, são singulares. Me deixam mais do que feliz: me fazem rica, abastecida de afeto.
Além do mais, sinto-me agraciada por Deus que me permitiu trilhar até agora esses caminhos, no mais das vezes alegres e outras, tristes, mas todos permeados de bênçãos e de Sua presença.
Então, com tanta reserva de amor no meu coração, posso suportar os dissabores do dia a dia e perdoar os que me esqueceram ou desamaram. Os que foram indelicados ou injustos comigo.
E vou seguindo assim, como eu mesma declarei um dia:
"Vou gritar triunfante,
aos cinquenta
ou aos oitenta
que a vida vale a pena
e a qualquer tempo
é tempo de amar
e de ser feliz!"

14 de maio de 2010

DÍVIDA

Leio e releio sempre DARCY FRANÇA DENÓFRIO, uma das maiores poetas brasileiras, ilustre conhecedora de teoria literária e possuidora de grande sensibilidade. Seus textos são densos e suaves, profundos e simples.
O seu poema DÍVIDA, é um dos que mais gosto e trago de presente para vocês:

"Porque ninguém foi ao fundo
de minha alma solitária
visitar-lhe o último segredo;
porque me bateram à porta
sem de fato desejar entrar;
porque beberam o vinho
que eu fabricava e servia
sem, de fato, comigo partilhar;
e, ainda, porque me enganaram
quando mais queria acreditar,
a vida me deve alguma coisa:
não essa matéria de preencher
vazio de vísceras ou labirinto interior
- mas a própria vida."

10 de maio de 2010

PALAVRAS DE ADEUS



Que o silêncio seja eloquente ninguém duvida.
Mas não tem o peso e o valor das palavras.
Num relacionamento,
a ausência gradativa do outro, o distanciamento,
o carinho transformado em mera gentileza
dizem muito.
Mas não são tudo.
Faltam as palavras, mesmo que doam.
A verdade verbalizada,
o diálogo,
esses, sim, são milagrosos,
ajudam a fechar a lacuna
e agem como ungüento que
cicatriza a ferida.
Muitas vezes um adeus é necessário.
Um até qualquer dia é respeitoso.
Mas, quaisquer palavras
ainda que entristeçam, devem ser ditas, partilhadas.
Ajudam o outro a ir ficando longe,
a saudade ir ficando leve,
até que restem apenas lembranças perfumadas e doces,
como a leveza de pássaros,
como a beleza de flores.
como os raios discretos de uma lua minguante.

27 de abril de 2010

LUA PRATEADA

Que eu seja água a lhe refrescar
do sol escaldante.
Que eu seja alegria para teus dias tristes.
Que eu seja bálsamo para as tuas dores.
Que seja o meu colo teu leito aconchegante
e a minha voz a ressonância da tua,
ainda que não cantemos juntos,
ainda que haja silêncios e pausas.
Porque teu peito é meu acalanto.
Porque a tua presença e teus beijos são
o néctar precioso que me nutre.
E a nossa lua, a mais prateada de todas...

REFLEXÃO

Por que será que permitimos que pessoas, instituições e valores culturais exerçam tantas pressões sobre nós? Por que vamos nos curvando cada vez mais e nos submetendo, sem raciocinar?
Que medo é esse que temos de gostar primeiramente de nós mesmos?
Que razões são essas tão fortes que nos fazem acreditar que não merecemos o amor, a realização, a felicidade?
Então nos colocamos nos últimos lugares da fila, para que as melhores porções caibam aos primeiros e nos contentamos em ficar famintos.
E quando um de nós se rebela e passa adiante, vem-lhe a culpa, a angustiante sensação de egoísmo, de falta de espírito cristão.
Mas, não é bem assim. Se não nos permitirmos ser felizes, não há tanto valor em amar o próximo. É como se estivéssemos, por pura vaidade, comprando um elogio, uma declaração de altruismo, tipo "Eu sou a melhor mulher do mundo!" ou "Eu sou o cara!"
Se renunciarmos à felicidade, vamos ficando amargos, ressentidos com a própria vida, com os outros e, se tivermos coragem de admitir, ficamos ressentidos com Deus porque atribuimos a Ele a responsabilidade por nosso desapontamento, por nossa infelicidade.
Alô! Fiquem ligados! A recomendação é de que sejamos felizes tanto quanto os outros. Não foi essa a lição do Mestre? Não é o mais coerente?
Mas ainda há tempo. Há sol lá fora, há pássaros, flores e luas .
Sejamos justos ao menos uma vez conosco.
Sem ofendermos ou esquecermos os outros, sejamos felizes também, vivamos todos os momentos belos que a vida colocar diante de nós!
Sejamos leves como plumas ao vento, como crianças que correm atrás de borboletas!

22 de abril de 2010

SOB A LUZ DA LUA

Bendito seja Deus que nos permite a dor,
mas nos concede o tempo.
A vida é mesmo sábia e generosa.
Quando nosso coração se aquieta,
cansado de desilusões;
quando já nada mais esperamos;
quando já nos acostumamos a amar
os outros, sem esperar amor em troca,
eis que a vida nos abre réstias
de esperança e nos presenteia
com a felicidade.
De repente somos jovens de novo,
sob a luz da lua.

19 de abril de 2010

OS CINQUENTA ANOS DE BRASILIA

Faltam poucos dias para as comemorações dos 50 anos de Brasilia. Às vezes fico surpresa diante da rapidez do tempo. Aqui cheguei com meus pais aos onze, todos ávidos pelo trabalho e pela realização do sonho de Dom Bosco através das mãos de Juscelino Kubitschek.
Na 3ª Av. da Cidade Livre nos instalamos num barraco de madeira. Precariedade de todas as formas. Mas, a esperança... ah, essa era cada vez mais viva.
Corríamos até a mina, ao lado das chácaras dos japoneses, e apanhávamos água para o noso consumo. Mais abaixo as lavadeiras cuidavam das suas roupas. Eu ajudava minha mãe a estendê-las no arame e ficava feliz ao vê-las alvinhas depois do anil. Acendia o fogão de lenha de onde brotavam pratos goianos simples, mas gostosos e o café quentinho passado no coador de pano. Ainda hoje conservo o hábito de usar coadores de tecido.
Ia para a escola e à tarde ajudava minha mãe na lida com as suas costuras. Aprendi a costurar aos onze. Era o nosso ganha-pão. Foi a partir de então que comecei a amar os tecidos e hoje me realizo fazendo um retalho abraçar carinhosamente o outro.
À noite, embora na penumbra, brincávamos de roda e de passar anel, enquanto meus pais nos assistiam sentados em cadeiras, "na banda de fora".
Tenho orgulho de ter vivenciado essa época difícil, mas feliz.
Hoje pela manhã li um trecho dos escritos de Juscelino que destaco agora:
"Antes de ser construída, Brasilia foi uma polêmica. A mais longa que se travou no Brasil: viera da Colônia, atravessara todo o Império, entrara pela República, e continuava a ser, até o início do meu Governo - uma controvérsia e um desafio.
........................................................................................................................
Nunca hei de esquecer que, a 21 de abril de 1960, em Brasilia, contemplando a cidade que estava sendo inaugurada, minha mãe alongou o olhar para o horizonte recortado de edifícios de concreto armado e fez este reparo, com o orgulho generoso que as mães sabem ter:
-Só Nonô seria capaz de realizar tudo isto!"
Agora, mais do que nunca, em que toda a mídia está voltada para este aniversário de 50 anos de Brasilia, afloram as minhas lembranças do início dessa epopéia.

14 de abril de 2010

4ª FEIRA INTERNACIONAL DE ARTESANATO - BRASILIA

Fiz uma pausa de alguns dias no blog, me preparando para participar da 4ª FINNAR, uma Feira de Artesanato que acontece anualmente em Brasilia, onde expositores de vários estados e de vários países apresentam seus trabalhos.
Estarei lá pela primeira vez, fazendo juz à minha ousadia, para apresentar meus trabalhos artesanais. Desde criança aprecio a costura que aprendi com minha mãe e minha avó Maria.
De lá para cá estou sempre às voltas com tecidos, buscando criar peças úteis e bonitas para casa:
são toalhas de mesa, jogos americanos, aventais, panos de prato, panos de bandeja, bichinhos fofos e outros. Busco a harmonia entre tecidos diferentes. Faço um retalho abraçar carinhosamente o outro. E sou fiel quanto à qualidade. Tudo é confeccionado em puro algodão ou puro linho. Modéstia à parte, é tudo de bom gosto.
Ficam os amigos e interessados, convidados a visitarem o stand "RETALHOS POÉTICOS", na 4ª FINNAR, no Centro de Convenções de Brasilia, de 16 a 25 de abril/2010.

7 de abril de 2010

VIDA LIGEIRA

Ainda me vejo pés descalços
a fazer grude e a cortar papel de seda
de todas as cores
para as pipas da minha infância...
E num piscar de olhos, pronto!
Já estou a brincar com os netos
e a lhes contar histórias.
Vez em quando empresto-lhes ursos
e as minhas bonecas de louça e de pano.
Sim, ainda brinco de bonecas!
E faço-lhes roupas e chapéus
e conversamos e rimos
e nos distraímos juntas,
agora que meus filhos
cuidam dos seus próprios filhos.

1 de abril de 2010

NOITE ESCURA

Hoje a noite está escura.
A lua dorme oculta
junto aos anjos e santos.
Mas eu sinto seus raios
refletidos no meu coração.
Minha vida é toda
prateada.

31 de março de 2010

MEXIDO

Hoje acordei faminta: por sonhos novos e por alimento.
Acordar bem disposta e feliz é uma dádiva. Senti que não me falta nada. Estou planando como os pássaros que, saciados do alimento, alçam longos vôos.
Pensei: o que me falta? Nada. Não, mentira. Acho que me falta encontrar alguém para ser o companheiro de todas as horas, aquela pessoa com qualidades e defeitos de verdade. Que me dê trabalho, me aborreça, às vezes, mas que ao entardecer me deixe recostar no seu ombro; depois comente comigo o noticiário, o filme que vai entrar em cartaz, a última artimanha de alguns políticos e que ria comigo da piada que recebemos pela internet; que aceite viajar a qualquer hora do dia ou da noite numa viagem resolvida em cima da hora. Mas tudo isso é mesmo um sonho. E enquanto não se realiza, vou continuando assim feliz e plena.
E por falar em fome de alimento, lembrei daquele que é improvisado e que todo goiano ou goiana sabem preparar: o Mexido.
O que é o mexido goiano? É o abraço das sobras.
Tire da geladeira sobras de carne, frango, linguiça ou presunto. Desfie-os ou pique-os. Acrescente sobras de arroz , milho verde, azeitonas e ou queijo cortado em cubos e reserve. Numa frigideira refogue alho picado e doure-o. Depois acrescente cebola picada, salsa e cebolinha. Acrescente, ainda, alguns ovos batidos e mexa bem, colocando sal a seu gosto. Misture esse refogado com os ingredientes que estavam reservados. E está pronto o mexido.
Deguste esse verdadeiro MEXIDO com prazer (você merece), sem pensar em gordurinhas, celulites ou calorias.

30 de março de 2010

O SILÊNCIO

Ando sentindo, de uns tempos para cá, uma grande paixão pelo silêncio.
Parece absurdo, mas é verdade! Vontade de me perder no silêncio, mesmo ao lado de outras pessoas. É incrível como a maioria gosta do barulho, da agitação, do entra e sai, das buzinas, dos gritos, da algazarra das crianças.
Não sou diferente: gosto também de conviver com meus filhos e brincar com os netos, de conversar com meus amigos, de compartilhar idéias.
Mas, chegar no refúgio da minha casa não tem preço. É quando me encontro, entro em sintonia com meus anjos e meus monstros. E costuro e converso com minha mãe (que já se foi) que era exímia costureira e me tira dúvidas quando preciso; é quando cantarolo minhas canções preferidas; quando comento sozinha, na frente da TV os absurdos cometidos pelos políticos, pelos assassinos, pelos ladrões. É quando me enterneço com o pássaro que canta na minha janela, quando descubro mais uma fruta que não estava no galho da mangueira na semana anterior, quando noto as pessoas passando alegres com seus filhos na calçadinha em frente e as abençõo sem que saibam.
Mas sozinha, sempre mergulhada no silêncio. Essa paz que me envolve é que me permite refletir, filosofar, entender Pessoa e Simone, admirar o que vejo e o que não vejo e ser grata à vida pelo que recebo.
Difícil de entender? Tudo bem, mas é muito bom, gente! Um dia vocês chegam lá e me darão razão.
Clarisse Lispector já dizia: " Nao se pode falar do silêncio como se fala da neve.
O silêncio é a profunda noite secreta do mundo. E não se pode falar do silêncio como se fala da neve: sentiu o silêncio dessas noites?
Quem ouviu não diz. Há uma maçonaria do silêncio que consiste em não falar dele e de adorá-lo sem palavras."

ERROS

Já viram como nós disfarçamos para não assumirmos nossos erros?
Com vocês é assim? Pois comigo também.
Buscamos de todas as formas argumentos para os nossos erros: só agi assim por causa disso assim assim; só tomei essa atitude porque fulano me aborreceu, me tirou do sério. E por aí vai.
Tudo para não dizer: sim, errei!
Também sou assim: não sou santa coisa alguma! Vivo atirando minhas setas em direção aos outros.
Mas hoje, em minha oração matinal diante da sabedoria de Clarice, a Lispector, aprendi que podemos e devemos assumir nossos erros. Que mal há nisso? Um pouco de humildade não faz mal a ninguém. E assim, podemos ser coerentes. Vejam:
"Passei a minha vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Ao tentar corrigir um erro, eu cometia outro. Sou uma culpada inocente."

4 de março de 2010

AMAR NÃO TEM IDADE

Hoje li num jornal local uma história interessante: uma mulher de 78 anos que relata sua alegria por estar namorando um homem de 40. Achei muito bonito o relato, mas não acreditei nele.
O tempo e as minhas experiências fizeram de mim uma mulher mais cética com relação ao amor.
Fiquei pensando cá com meus botões: isso não pode ser verdade!
A maioria dos homens só se apaixona pelo que seus olhos vêem.
Quando uma mulher é gordinha, ainda que bonita e elegante, nunca mais é vista com olhos masculinos desejosos.
Que importam aos homens se é uma pessoa linda interiormente?
Quem disse que querem descobrir sua sensibilidade, seu carinho generoso,
seu desprendimento, sua capacidade enorme de doação, de querer fazer
o outro feliz?
Para que descubram nas mulheres esses talentos, seria preciso que os homens se aproximassem, que convivessem com elas, que se permitissem abrir os braços pra receber seu abraço.
Mas isso não acontece quando sua cintura não é tão fina, se o seu bumbum
não é tão avantajado e E se já não tiverem mais a jovialidade de antes.
É por isso que fiquei incrédula diante da história que li.
Quanto aos homens maduros, a maciça maioria dirige seus olhares para as mulheres com idade de serem suas filhas ou netas. Pura falta de sabedoria. De inteligência mesmo.
Sabem por que? Porque há um abismo entre essas gerações. Um dia essa diferença emerge.
Enquanto os idosos não tem mais pernas tão ágeis, nem o ânimo da juventude, as meninas
que eles desejam querem mesmo é ir para as baladas que se estendem até altas madrugadas.
Mas eles ignoram essas e outras diferenças.
Muitos dão-lhes uma vida cômoda de luxo e mimos e levam-nas para longos passeios em shopings, onde poderão ser vistos, de mãos dadas com "a gata".
E ficam realizados, mesmo que saibam que daí a algum tempo podem
ser trocados por um "gato.

28 de fevereiro de 2010

ANO NOVO, VIDA NOVA?

Já aconteceu com vocês aquela intenção de mudar algo quando um novo ano começa?
Pois é. Comigo sempre acontece.
Fico sentindo uma vontade imensa de mudar, melhorar algo em mim que me desagrada,
trocar a pele antiga. E faço mil planos e me encho de uma vontade férrea de perseguir os
objetivos planejados.
Prometo emagrecer, descansar um pouco mais, cuidar da pele e dos cabelos, viajar menos,
viver uma vida mais simples, ajudar mais o próximo...Quero tanto ser uma pessoa melhor,
mais desprendida, mais generosa. Mas quando finda fevereiro, vejo que sou a mesma pessoa.
Continua a mesmíssima coisa. Continuo agitada, me deslumbrando com um vestido novo que
vi no shoping, não posso ver na net uma promoção de passagens aéreas, um novo navio
ser lançado ao mar, que já estou de malas prontas. E tudo continua a ser como antes.
A mesma fatura do cartão de crédito, as mesmas preocupações, a mesma vida agitada.
Fazer o que? Mudar é mesmo muito difícil.
Pelo menos sou feliz. Vou continuar sendo muito feliz, assim como sou. Com essa vontade
enorme de abraçar o mundo e de sorrir escancaradamente.