Perdi uma tia querida. Tia Lili. Encantou e coloriu a infância de todos, irmãos,
cunhados, filhos e sobrinhos. Sua casa era o óasis onde todos gostavam de descansar
o cansaço. Íamos entrando casa adentro até chegar à varanda dos fundos, onde cada qual
se acomodava à volta da grande mesa, perto do pé de limão e de goiaba. E lá vinha o café, os biscoitos e doces para nós, crianças. As cervejinhas geladas e os petiscos para os adultos.
Tia Lili era toda riso, toda alegria. Um poço inesgotável de bom humor e alegria.
Quanto mais doava, mas se reabastecia de amor.
Nós, de Brasilia, quando íamos a Goiânia, preferíamos a sua casa simples à de outros parentes
mais abastados. Porque ela tinha tudo que nos abastecia e alimentava. Seu amor suave e risonho.
Sentávamos à mesa e fazíamos dueto nas cantorias. Às vezes meu filho Marcello levava seu violão e cantávamos, como nós cantávamos...
Sua voz linda e afinada ressoava pela casa e pelo quintal.
Sua preferida "CHALANA" de tão linda, ecoava até ultrapassar os limites dos seus muros.
Agora a tia Lili se foi, deixando conosco um tristeza infinda.
Foi risonha, cantar CHALANA para anjos e querubins.
No mesmo momento em que tia Lili foi sepultada, nascia o meu neto TOM.
Fui vê-lo hoje, no seu primeiro dia de vida, lourinho, frágil, perfeito, saudável.
E feliz, fiquei embalando-o, agradecendo a Deus a chegada de mais um filho do meu filho
Marcello.
A vida é mesmo assim. Uns se vão para uma vida nova, outros chegam para uma vida nova.
E temos de aceitar nossa existência, assim mesmo como ela é. Sabendo que há dores, mas há alegrias infindas, sonhos e esperanças.
E viver a vida sempre vale a pena.
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