31 de julho de 2014

DOIS POUSOS DIFERENTES


Há tempos não escrevo aqui.
Estive por meses seguidos entre Brasilia e Pirenopolis, num processo de mudança prolongado.
Mas em todo esse tempo meu coração transbordou de alegria, com a sensação de estar mesmo realizando um sonho. A familia em Brasilia (que eu amo tanto) e meus médicos (dos quais dependo para reavaliar sempre minha saúde) são um grande atrativo. Por outro lado, Pirenopolis é meu recanto, meu ninho, o oásis que há muito busquei, sedenta.
Então, fico lá e cá. Como sempre me defini: uma viajante com pousos diferentes.
Lá na Capital Federal, revejo os filhos, netos e amigos, com uma satisfação sem fim. Entretanto, corro de um lado a outro, desviando dos engarrafamentos,  adotando providências, satisfazendo a burocracia da cidade grande, correndo contra o relógio.
Aqui no interior, acordo cedinho e, enquanto passo o café,  eu me encanto com a revoada de aves multicolores e com os macaquinhos que saltam de galho em galho (moro num Refúgio Ecológico), numa verdadeira sinfonia.
A vida escorre devagar. Costuro e cozinho pela manhã, enquanto o pequeno som portátil me presenteia com melodias envolventes. 
Vez em quando vou ao centro da cidade para comprar suprimentos necessários e visitar amigos.
Mas à tarde sempre usufruo do  aconchego da minha casa. É o momento sagrado da minha liberdade, do meu ócio.
Sim, eu disse ÓCIO! Aquela palavrinha mágica pronunciada por nós durante toda uma vida de trabalho árduo e contínuo: " quando eu me aposentar, quero a liberdade, o ócio". 
O tempo merecido para o silêncio, para a reflexão, para o descanso mesmo. 
Eu sempre dizia: quando eu me aposentar, quero ter o direito de assistir filmes à tarde. Pois agora estou fazendo também isso em Pirenopolis.
Não sei se esse tipo de vida é o mais certo, mais conveniente. Mas é o que escolhi para mim, que me realiza e me cobre de paz.

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