A vida é mesmo muito boa para quem se valoriza. Para quem se dá conta de que trabalhou, formou uma família, criou os filhos, educou-os para a vida e, agora deve continuar se amando e envestindo em sua própria vida: sem dramas, sem churumelas tipo "ai, meu Deus, estou sozinha, abandonada".
É o meu caso. Cinco filhos casados, treze netos, todos independentes.
Estou sozinha e sou muito feliz. Sou dona da minha vida, do meu tempo, das chaves da minha casa e do meu carro. Não é bom demais? Invisto em mim mesma. Faço o que gosto e o que quero. Encontro os amigos, as pessoas que quero bem, curto a programação cultural da cidade e alço vôo para outros lugares. Sobra tempo para apreciar a natureza, para ouvir músicas que são verdadeiras preciosidades e para curtir o silêncio.
Já escrevi aqui sobre esse assunto: o silêncio. Cada vez mais amo o silêncio e fico impaciente com a balbúrdia, os gritos e as músicas de mau gosto e ensurdecedoras.
Sei o que estão pensando: ando sem paciência, chata mesmo. E por que não?
Só porque agora penso mais em mim? Pois devemos ser assim.
Nós, mulheres e mães de família, passamos a vida toda repartindo o pão e a vida, reservando a melhor parte para os filhos e o marido. Por que não aproveitarmos essas doces fatias que estão agora à nossa disposição?
Quero agora a sombra e a água fresca, o queijo e a goiabada, o violão e os acordes, o amor e a poesia.
Ai, ai, que vida boa...
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