24 de julho de 2012

MUDANÇAS

Não sou uma pessoa normal.
Ou melhor, não sou uma pessoa normal, diante da ótica da maioria das pessoas. Gosto do dinamismo, da flexibilidade, da liberdade. Os meus sessenta e cinco anos de vida não me tiraram a energia, o ânimo de ir e vir, de conhecer outros vizinhos, vislumbrar outras paisagens. Não vou negar: gosto de mudanças. Em mim e na minha vida.
Por que estou discorrendo sobre esse tema? Porque estou novamente me mudando de casa. Agora pela 39ª vez.
Normal. Perfeitamente normal para mim. Embora cansada fisicamente com a desarrumação dos armários e gavetas para acomodar meus pertences nas caixas, aproveito para eliminar o que já não me serve, o que não quero mais, o que pode ser descartado.
Pensam vocês que estou me referindo apenas a coisas materiais?
Nao! Enquanto releio documentos, anotações, rasgo papéis antigos, eu também me faço uma releitura. Reflito, penso no que posso eliminar de ruim e desnecessário na minha vida e no meu coração. Vou deixando para trás alguns objetos e móveis e levando em frente o propósito de eliminar alguns defeitos possíveis para me tornar uma pessoa mais generosa, mais altruista, mais paciente.
Nesses momentos que antecedem uma mudança de casa, busco também exercitar o desapego. Doo algumas roupas, objetos de decoração, enfeites. Sempre acho que o trecho da estrada à minha frente pede agora menos coisas e mais simplicidade.
Os budistas dão enorme importância à questão do apego. Segundo seu entendimento o desapego nos conduz ao caminho da libertação.
Estou longe de ser uma pessoa ideal, liberta. Mas vou continuar nessa busca.
E como sempre digo, sou passarinho sem gaiola. Vou alçar vôo novamente.

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