8 de fevereiro de 2013

ANTIGO SONHO

Sonhar e lutar para realizar sonhos é uma das mais significativas e lúcidas atitudes, na minha opinião. Senão,  temos menos estímulo, menos. Senão, ficamos tão sem horizontes... Senão,  ficamos sem um caminho bonito, pelo qual se quer trilhar. Juro, não sei viver sem lutar para realizar meus projetos.
Desde 2004 embalo um sonho transcrito no papel. Dobrado, de modo a adequar-se aos meus braços que o ninam desde então, assim como se faz com uma criança amada: a minha casinha de Pirenópolis. Lá, onde não sou "amiga do Rei", mas onde pretendo conquistar novos amigos, sossegar meu cansaço e matar minha sede de quietude e solidão, entre os frutos e as flores que plantarei. 
Um espaço pequeno e aconchegante, com sombra e água fresca, com as portas sempre abertas para os que quero bem.
Lutei muito para chegar a esse início que vocês estão vendo na foto acima. Desde 2004,  guardo objetos e peças que eu sabia, um dia  enfeitariam a minha casinha branca.
Chorei, aquietei-me, mas persisti e agora em 2013 vejo minha nova criança engatinhando.
A propósito, vai um texto do poeta mineiro José Carlos Pereira Peliano que, num trabalho maravilhoso em conjunto com o fotógrafo carioca Roberto Castelo, (fotografia de dezenas de janelas das casas de Pirenópolis),   lançaram em 1996 o livro Os Pirineus e os Outros Eus:
VITRAIS  
Atirar toda a dor pela janela,
gritar bem alto à lua por ouvidos,
respirar fundo o ar da noite amarela
e encontrar nas estrelas os sentidos.
Deixar o coração em sentinela
e dos desejos negados e partidos, 
lançar a âncora e baixar a vela
da insone nau por mares esquecidos.
Não voltar atrás um passo sequer,
tempo não mais de jeito nenhum,
somente o que na veia o sangue quer.
Largar os preconceitos, um a um,
e com a paixão que a paixão requer
buscar a sorte sem receio algum.
Tô tão feliz...     

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