21 de outubro de 2010

MEUS ENIGMAS

Muitos perceberam que ando calada, quieta no meu canto, como um urso hibernando.
Mas não me escondi para dormir ou para aguardar um novo verão.
É que tenho, como a maioria das pessoas, umas esquisitices, um modo estranho de me recuperar de aborrecimentos. A fuga para a minha caverna, onde há quietude e solidão. Esse jeito goiano de "aninhar" até a tristeza passar.
Mas, tristeza, por que?
Ah, gente, se eu soubesse o porquê, o segredo estaria desvendado!
Tristeza pelo simples fato de ser poeta. De ter a sensibilidade tão aguçada. De ser humano. E como tal, falível, controverso, ambíguo.
E temos que nos aceitar assim como somos. Há dias em que estamos felizes, eufóricos, mergulhados na luz e há outros em que algo nos incomoda, entristece e nem há tantas razões para isso. Mas ficamos assim. É algo cíclico. Depois passa. Normal.
Vale, pois, relembrar o que já disse em Retalhos Poéticos:
"Vamos estar sempre sós, perdidos em nosso insondável universo.
Como pretender que alguém compreenda os meus mistérios e anseios,
se nem mesmo eu sei da vastidão do meu deserto?
Ah, me deixem só com meus enigmas!"

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