2 de fevereiro de 2012

UM DEPOIMENTO CONTRA JESUS

Algumas vezes comentei aqui e postei alguns textos de Gibran Kalil Gibran. Aprecio muitíssimo as obras desse grande autor. Em seu livro JESUS O FILHO DO HOMEM, Gibran escreveu diversos textos-depoimentos, de inúmeros contemporâneos de Jesus Cristo. Gibran foi toda a sua vida um apaixonado por Jesus, e Ele sempre foi o seu modelo supremo, seu guia e sua esperança.

Nesse livro ele busca falar de Jesus, ficticiamente, através de 77 personagens que conviveram com Cristo. Uns contra, e outros a favor.

Hoje vai um dos que acho mais belos (além do depoimento de Madalena), já postado anteriormente:

"UMA VIÚVA DA GALILÉIA

Meu filho era o primeiro e único que eu tinha. Trabalhava no campo e vivia contente até que ouviu o homem chamado Jesus falando à multidão. Então , subitamente, meu filho tornou-se diferente, como se um novo espírito, estranho e nocivo, tivesse se apossado do seu espírito.Abandonou o campo e o jardim; e abandonou-me também. Tornou-se inútil, uma criatura das estradas. Esse homem Jesus de Nazaré era mau, pois que homem bom separaria um filho de sua mãe? A última coisa que meu menino me disse foi: "Vou com um dos Seus discípulos ao País do NOrte. Minha vida repousa no Nazareno. Deste-me a vida, e eu te sou grato por isso. Mas preciso ir. Não estou deixando contigo nossa rica terra, e toda a nossa prata, e nosso ouro? Não levarei comigo senão este vestuário e este bordão." Assim falou meu filho, e partiu.

E agora, os romanos e os sacerdotes pegaram Jesus e O crucificaram; e fizeram muito bem.

Um homem que separa mãe e filho não pode ser de Deus. O homem que envia nossas crianças às cidades dos gentios não pode ser nosso amigo. Sei que meu filho não voltará para mim. Vi-o nos seus olhos. E por isso odeio Jesus de Nazaré, que fez com que eu ficasse sozinha neste campo não lavrado e neste jardim emurchecido.

Odeio todos aqueles que O louvam.

Não há muitos dias, contaram-me que Jesus uma vez dissera: "Meu pai e minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem minhas palavras e me seguem." Mas por que deixariam os filhos suas mães para seguir-Lhe os passos? E por que seria esquecido o leite de meu seio por uma fonte ainda não provada? E o calor de meus braços, trocado pelas terras do Norte, frias e inamistosas?

Sim, odeio o Nazareno, e hei de odiá-Lo até o fim de meus dias, pois Ele roubou meu primogênito, meu filho único."

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