22 de maio de 2011

REFLEXÃO

Ontem fui a uma festa de 25 anos de bodas de um casal amigo. Uma cerimônia requintada, linda. Um clima de amor inundando todos.

Ela, de origem asiática, é a personificação da delicadeza. Uma mulher alegre, sorridente, companheira, amiga. Ele, com raízes nordestinas, é um homem equilibrado, brincalhão, essencialmente cristão e devoto da amizade. Seus amigos, para ele, são esteio, certeza de afago e solidariedade. Suas qualidades são inúmeras. Sempre afetuoso, envolve as pessoas que o cercam com sua energia positiva e, com suas palavras carinhosas. Distribui amor, de graça. Sempre teve o dom da palavra. Advogado brilhante e psicólogo competente. Nada lhe falta. Tem uma família linda e uma fé inabalável.

Ontem o casal quiz estar cercado de familiares e de amigos fiéis, a maioria com mais de 30 anos de convivência (tenho o privilégio de estar aí enquadrada). Ele, como sempre, fez uso da palavra para agradecer e louvar a vida e o amor. Mas, em seu discurso percebíamos que algumas de suas palavras emocionadas brincavam de esconde-esconde com ele. Haviam pausas, ausência de algumas palavras que ele desejava pronunciar. Muitas vezes a esposa, sempre ao seu lado, era quem lhe socorria. Pacientemente ele confessou estar com uma doença neurológica que está lhe compromentendo a fala.

Mas nada prejudicou o brilhantismo da sua manifestação. Ele disse tudo o que sua esposa, seus familiares e seus amigos desejariam ouvir como acalanto para a alma. Aliás, ele nunca desperdiçou uma oportunidade de dizer que nos amava.

Mas será que podemos dizer o mesmo?

Quantas vezes nos omitimos diante das pessoas que amamos, quando poderíamos ter-lhes dito que sua companhia nos fazia bem, que suas qualidades eram invejáveis e que nosso amor por ela era imenso?

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