21 de dezembro de 2011

SIMÃO DE SIRENE

Sou uma grande admiradora de Gibran Kalil Gibran. Em seu livro JESUS o Filho do Homem, ele nos presenteia com textos maravilhosos em que relata (na sua visão) depoimentos de pessoas que conviveram com Jesus Cristo.Hoje, retirei um depoimento de Simão de Cirene (o homem que ajudou Jesus a carregar sua cruz). É belíssimo e emocionante. Vejam:"Eu ia em meu caminho para os campos quando O vi carregando Sua cruz; e multidões O estavam seguindo. Então eu também caminhei a Seu lado. Seu fardo O fazia parar muitas vezes, pois Seu corpo estava exausto. Então um soldado romano aproximou-se de mim, dizendo: "Vem, tu és forte e bem construído; carrega a cruz deste homem." Quando ouvi estas palavras, meu coração cresceu dentro de mim, e fiquei agradecido. E carreguei Sua cruz. Era pesada, pois era feita de choupo embebido pelas chuvas do inverno. E Jesus olhou para mim. E o suor de Sua fronte corria-Lhe para a barba. Novamente, olhou para mim e disse: "Bebes também desta taça? Então bebericarás comigo à sua borda até o fim do tempo."Dizendo isso, pôs a mão sobre meu ombro livre. E caminhamos juntos para o Monte da Caveira. E eu não sentia mais o peso da cruz. Sentia somente Sua mão. Era como a asa de um pássaro sobre meu ombro. E atingimos o alto, onde iam crucificá-Lo. Entao senti o peso da árvore. Ele não pronunciou uma palavra quando cravaram os pregos em Suas mãos e pés, nem fez ruído algum. E Seus membros não estremeceram sob o martelo. Parecia como se Suas mãos e pés tivessem morrido e só voltariam a viver quando banhados em sangue. Mas parecia também como se Ele procurasse os pregos, qual o príncipe procura o cetro; e que suspirava por ser erguido ao alto. E meu coração não pensou em ter pena Dele, pois eu estava demasiadamente espantado. Agora, o homem cuja cruz eu carreguei tornou-se minha cruz. Se me dissessem novamente: "Carrega a cruz desde homem", eu a carregaria até que meu caminho terminasse no túmulo. Mas eu Lhe pediria que colocasse Sua mão sobre meu ombro. Isto aconteceu há muitos anos; mas até hoje, todas as vezes que sigo o arado no campo e naquele momento de entorpecimento que precede o sono, penso nesse Homem Amado. E sinto Sua mão alada, aqui, sobre meu ombro esquerdo."

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