3 de novembro de 2011

TEMPO DE REFLETIR E DE MUDAR

Ando estranha ultimamente. Silenciosa, mais do que de costume. Acho que há, em muitas situações da vida da gente, um silêncio que precede uma mudança, uma tomada de consciência, a visão de um caminho novo a ser seguido. Nesse hábito que tenho de filosofar e de me confessar aqui no blog, às vezes eu mesma me percebo num amaranhado de emoções, muitas vezes confusas, sentimentos de ambivalência. Sempre quero mudar, mas mudar para melhor, buscando a harmonia comigo mesmo, com a natureza, com os seres humanos.

Meu irmão luta corajosamente contra a leucemia que o atacou. Eu busco estar diariamente ao seu lado, como a maioria dos familiares, incentivando-o e passando-lhe carinho, amor e alegria.

Mas quando fico só, entre uma reza e outra, me ponho a pensar que esta vida não é mesmo muito coerente, não obedece regras. Há tantas pessoas boas e justas sofrendo. E tantas outras pessoas más, saudáveis, se regozijando dos crimes que cometem...

Mas é claro que a coisa não é bem por aí. As leis espirituais são outras.

Mas uma coisa é certa: precisamos todos nos desacelerar, buscar ser mais complacentes conosco, reavaliar nossos próprios valores. Tentar ser mais ao invés de ter mais. Conhecer-se mais, ter mais ternura e respeito conosco. Agradar-nos mais. Viajar, passear, rir muito mais do que fazemos.

Apesar de eu já ter essa consciência, agora vejo que mudei muito pouco. Mesmo desejando cada vez mais viver uma vida simples, ainda vivo num apartamento grande demais para mim, tenho muita roupa, um carro, muita coisa desnecessária, muitos objetos obsoletos. E o pior: ainda continuo trabalhando, mesmo sentindo dores na coluna, após 44 anos de trabalho burocrático no serviço público. Isto para que? Para permanecer na minha vidinha besta e confortável. Sei que não preciso disso para ser feliz. E só agora me vem essa vontade férrea de mudar, de gritar para mim mesma: chega!!!! preciso descansar!!!

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