15 de novembro de 2011

UM POUCO MAIS DO F.PESSOA

Estou sem vontade de escrever, de desabafar. Ando mais para fado do que para samba.Nem me surgem emoções tão tristonhas, nem tão alegres. Estou assim como o tempo em Brasilia: Ora faz sol, ora a chuva intermitente deixa o céu cinzento. Mesmo apática, a esperança não perco. A esperança de que amanhã minh'alma deixe de estar nublada e eu possa abrir os braços, feliz, como quem abraça a primavera.

Introspectiva estou. Ou sou? Aproveito para ficar comigo, fazer-me companhia, convencer-me de que é melhor ficar tranquila, de que tudo na vida passa. O que é bom e o que é ruim. Aproveito para ouvir música, para ler e para fazer orações que a fé, ah, essa eu não perco. Aguardo ansiosa, o resultado do exame laboratorial, meu e dos meus irmãos, para saber se entre nós, há um doador compatível para o transplante de medula que vai salvar o nosso irmão Silvano.

Enquanto isso quero ficar sozinha, para pensar, rezar, tentar me acalmar. E continuar a devorar Pessoa, que me conhece tanto.

Como agora:

"AUTOCONHECIMENTO

Começo a conhecer-me. Não existo.

Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,

ou metade desse intervalo, porque também há vida...

Sou isso, enfim...Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.

Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.

É um universo barato."

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